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Évora vista a partir de um drone


Évora: Contos na "é neste país"

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25 de Janeiro de 2014, pelas 11.30h

Com quantos pontos se conta um conto?

Gertrudes Pastor & Nídia Cambim


Apareçam! É neste país!

Henry Burnett | 25 janeiro | 22h |n' A Bruxa Teatro

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A Bruxa Teatro recebe este sábado, dia 25 de Janeiro, o cantor e compositor paraense Henry Burnett.
Henry irá apresentar uma selecção de canções dos seus cinco álbuns de estúdio: "Linhas urbanas", "Não para magoar", "Interior", "Retruque/Retoque" e "Depois da revoada".
O concerto contará com a participação especial de Elisa de Mira.

LOCAL DE REALIZAÇÃO: A Bruxa Teatro, Rua do Eborim, 16, Ex. Celeiros da EPAC, 7000-659 Évora
HORÁRIO: 22h 
RESERVAS: 266 747 047 | abruxateatro@gmail.com
BILHETES: 3,00€

Alentejo, onde o tempo caminha sem chegar

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“Onde o tempo caminha sem chegar” é um excerto de um poema de Miguel Torga que resume na perfeição a essência do Alentejo. Mas não o define na sua simplicidade complexa. Até porque os tempos são outros e há tempos diferentes dentro do mesmo Alentejo. Por isso, nesta curta metragem, a dança ora se movimenta ao ritmo da lavoura e se faz ceifeira, ora se balança na languidez da planície fustigada de sol e calor.

A Miguel Torga junta-se José Saramago, Vergílio Ferreira e Florbela Espanca, entre outros prosadores e poetas, uns alentejanos, outros de fora mas que não resistiram ao chamamento de escrever o Alentejo.

E este Alentejo escreve-se no gerúndio, olhando o esmagador céu, escutando as gentes e a planície, cheirando as fragrâncias, saboreando os aromas, tateando o património cultural.

De todos estes movimentos sensoriais se faz esta dança.

NARRAÇÃO RAFAEL LEITÃO | BAILARINA NÉLIA PINHEIRO | ARGUMENTO/GUIÃO JOSÉ COIMBRA

Para onde vais BE?

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Carta de Demissão de Ana Drago da Comissão Política do BE

Aos membros da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, Camaradas

Esta carta serve para comunicar a minha demissão da Comissão Política do Bloco de Esquerda aos membros da Mesa Nacional e da própria Comissão Política, e apresentar as suas razões.
Esta foi uma decisão muito ponderada, e, confesso-o, que me entristece. No entanto, as discussões que ocorreram ao longo das últimas semanas no seio da Comissão Política tornaram clara uma divergência profunda e fundamental sobre a estratégia do Bloco na presente conjuntura. 
Nas últimas semanas, foi colocada à direcção política do Bloco de Esquerda a possibilidade de participar num processo de convergência que pudesse resultar numa candidatura única às eleições europeias, que integrasse o Bloco de Esquerda, o recém-criado Manifesto 3D, a Renovação Comunista e o anunciado partido Livre.
As dificuldades processuais dessa candidatura eram várias, e relevantes. Contudo, um modelo de articulação não chegou sequer a ser equacionado – a direcção política do Bloco de Esquerda não se mostrou disponível para iniciar um debate programático com alguns dos possíveis participantes nessa convergência. Com essa exclusão antes mesmo de se debater um programa conjunto para as eleições europeias, a possibilidade de uma candidatura alargada fracassou.
Este processo de convergência era, a meu ver, não só desejável como determinante para este campo político de esquerda, e portanto para o Bloco. Significaria uma vontade política de construir uma alternativa sustentada e credível de esquerda, num país que vive um ataque sem precedente ao modelo social e político da sua democracia.
Portugal vive hoje um processo de desmantelamento de direitos sociais fundamentais e destruição do modelo de solidariedade entre segmentos da população e entre gerações – é uma reconfiguração profunda da articulação entre liberdades políticas e direitos sociais que sustentaram a democracia portuguesa nos últimos 40 anos. A agressividade desse ataque ameaça desfigurar de forma irremediável o regime, e desenhar um futuro de desqualificação e empobrecimento duradouro do país. De facto, os direitos sociais e laborais, e os modelos de solidariedade que estão hoje a ser destruídos foram conquistados numa conjuntura histórica única, e a sua recuperação num futuro próximo não será fácil. O que coloca uma urgência nunca antes tão sentida de parar este ataque fanático e revanchista da direita portuguesa, através da criação de uma alternativa credível e alargada de esquerda.
Vivemos, nesse sentido, um momento histórico – trata-se de salvar um modelo de democracia e o futuro do país. É por isso que uma estratégia de esquerda que queira resgatar o país desta espiral de destruição tem que ser tão ampla a alargada quanto possível, em torno de princípios programáticos essenciais. Defender a reestruturação da dívida, a reposição do rendimento dos trabalhadores e pensionistas, o aumento do salário mínimo, a sustentação dos serviços públicos e dos direitos laborais,o combate ao desemprego e à precariedade, o investimento na qualificação da economia portuguesa – este é, creio, o programa necessário nos tempos actuais.É certo que este não é todo o programa político do Bloco de Esquerda, mas é aquele que identifica quem está disposto a assumir a responsabilidade de defender o país – e esse deve ser o campo de política de unidade do Bloco de Esquerda.
O Bloco constituiu-se como uma esquerda que não se rende a fazer uma gestão apenas mais benevolente do statusquo, mas que também não fica satisfeita apenas por existir. A vontade de não desistir de transformar a sociedade permitiu a articulação entre diferentes correntes e tradições, que antes se pensavam inconciliáveis, assente na percepção de que a nossa unidade na luta e no projecto transformador é mais importante do que as nossas diferenças.
No actual momento do país, essa vocação para a unidade da esquerda é ainda mais necessária, e mais urgente. E deve ser ainda mais ampla, percebendo o óbvio – que a política unitária se faz sempre com aqueles que são diferentes de nós, é essa a sua natureza. 
A proposta que foi colocada ao Bloco de Esquerda apelava a uma convergência com um espaço político que, sendo diferente do Bloco, é certamente aquele que é politicamente mais próximo. Senão for com estes actores, não se fará convergência com ninguém – e o Bloco fica sem qualquer estratégia de alargamento e convergência. O que significa que a proposta de governo de esquerda, enunciada na moção que ganhou a convenção do Bloco de Esquerda, resulta apenas num slogan. Ora, isso é grave para uma força política com a identidade do Bloco de Esquerda, e é particularmente grave na actual situação política do país.
Sei bem que a proposta de convergência que nos foi dirigida não permitia resolver todas as dificuldades de uma política alternativa para o país. Estou bem ciente do muito caminho que temos ainda que fazer, de como ainda temos fraquezas e muita luta pela frente.Mas permitia agora, no debate determinante sobre a Europa, lançar uma dinâmica de alargamento e mobilização que fazem hoje tanta falta ao Bloco.
Por entender que esta proposta de convergência à esquerda era um passo essencial na construção de uma alternativa de esquerda para o país; e por entender que a identidade, o papel e a responsabilidade histórica do Bloco de Esquerda é construir essa convergência,não posso hoje, em consciência, permanecer na Comissão Política.
Desde que me juntei ao Bloco de Esquerda, sempre entendi que, para a luta que temos que fazer, a unidade deste campo da esquerda é mais importante que as suas diferenças. Do muito que vivi e aprendi ao longo deste 14 anos no Bloco, acredito ainda mais nesta necessidade de unidade.
Não sei – talvez não saibamos sobre nós próprios – se terei o discernimento e a capacidade de construir uma solução de esquerda para o país. Mas sei hoje, claramente, que não quero fazer parte do problema.

Lisboa, 25 de Janeiro de 2014

Ana Drago ( aqui)

Évora: cinema esta tarde no Armazém 8

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Cinema no armazém - tardes cinéfilas, hoje às 16 horas, 
apresenta 3 filmes rodados a Este de Évora
Com estas cine-tertúlias com a participação de cineastas/ produtores e cinéfilos pretende se contribuir para a divulgação da 7 arte no Alentejo
1. O botânico no Alentejo
2. Passando à de Zé Marôvas
3. Escrito na pedra

Os filmes foram selecionados e/ou premiados em festivais de Cinema.

Novos projectos informativos

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Já está disponível (embora em fase experimental) na Internet um novo projecto informativo digital sobre o Alentejo. De seu nome "Tribuna Alentejo"é da responsabilidade do jornalista Carlos Trigo (ex-Lusa e Diário do Sul, ex-assessor da Universidade de Évora e da candidatura do PS nas últimas autárquicas eborenses), que anteriormente manteve também na web a página informativa "Noticias Alentejo", reunindo entre os cronistas um conjunto de nomes ligados à Universidade de Évora, entre os quais José Manuel Caetano, que também esteve muito ligado à candidatura e à elaboração do programa eleitoral de Manuel Melgão (PS) às autárquicas de Outubro.
Este projecto surge pouco tempo depois do aparecimento do "Alentejo em Linha", um outro projecto informativo digital, da responsabilidade de Luís Maneta (correspondente da SIC em Évora e ex-assessor de José Ernesto de Oliveira, durante o 1º mandato, na CME), que tem apostado sobretudo em textos de autor e nalguns cronistas.
Começam assim a ser colocadas algumas pedras no panorama da informação digital alentejana (sobretudo eborense), quando tudo indica que também possam surgir em breve outros projectos informativos, quer na internet, quer em papel (para além do jornal "Sudoeste", dirigido para o litoral alentejano, cujo primeiro número deverá ser publicado no início de Fevereiro).

Universidade de Évora: Candidatos a Reitor em frente a frente esta terça-feira

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A Associação Académica da Universidade de Évora, em parceria com o jornal Diário do Sul promovem, a 28 de janeiro, pelas 21:30, no auditório da Universidade de Évora (Colégio do Espírito Santo) um debate que vai opor os candidatos a Reitor da academia.
Maria Antónia Zacarias, jornalista do "Diário do Sul" moderará, ao longo de duas horas, o debate onde Ana Costa Freitas, Carlos Braumann, Carlos Marques e Manuel Collares-Pereira apresentarão os planos que têm para a Universidade e onde trocarão argumentos.
Luís Pardal, presidente da AAUE, explica que “este debate é uma oportunidade única para que a comunidade académica e até a própria cidade oiçam os projetos e as ideias dos candidatos ao cargo de Reitor da Universidade". (aqui)

Bullying socialmente aceite?

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A gravidade do triste acontecimento decorrido na praia do Meco trouxe para a ordem do dia o tema das praxes. É pena que seja necessário acontecer uma fatalidade destas dimensões para que este tema seja debatido. Muitos cidadãos deste país têm alertado para a gravidade de algumas práticas levadas a cabo em nome da praxe, mas o assunto nunca foi debatido de forma séria.
Não pretendo cair no extremo simplificado de dizer que sou contra a praxe académica. Aliás, praxe enquanto costume e/ou rotina pode ser uma coisa positiva. Basta, para tal, que consigamos que os jovens estudantes universitários desenvolvam uma rotina de recepção saudável dos novos alunos e que a tradição académica passe a ser repleta de solidariedade e de camaradagem.
O que vemos nas nossas Instituições do Ensino Superior, ano após ano não se pode denominar de praxe, mas de bullying, e do mais puro. Práticas mais ou menos violentas, que causam maior ou menor impacto nos caloiros, mas sempre práticas caracterizadas pela humilhação, por uma relação clara entre opressor e oprimido, entre alguém que se coloca hierarquicamente superior a outro e que por isso se vê legitimado a mandar fazer tudo aquilo que lhe vem à cabeça.
Dizem que existem vários tipos de praxes. Dizem que muitos dos que são praxados gostam. Talvez seja verdade. Mas se perguntarmos aos praxados e também àqueles que praxam, se seria viável substituir as hierarquias e as praxes como elas são implementadas, por um conjunto de práticas saudáveis de integração, que envolvessem jogos, dinâmicas de grupo, passagem de conhecimentos, tudo isto sem a necessidade de hierarquias ou opressões. Se calhar, teríamos a agradável surpresa de ver que a maioria dos alunos assim preferiria.
Neste momento, todos sentem que não existe alternativa. É-lhes dito por aqueles que se denominam donos da tradição, que a coisa tem de ser assim, Curioso, como os que se apoderam da tradição, são, normalmente, aqueles que não conseguem tirar da universidade qualquer outro proveito que não a satisfação patológica de mandar nos outros, de se sentir doutor, de se sentir superior. Talvez por pensarem que não poderão sentir-se bem consigo mesmo de outras formas. Talvez…
É bom que de uma vez por todas nos juntemos e reflitamos sobre o porquê da perpetuação destas práticas. Porque é que os nossos jovens necessitam desesperadamente de ser tratados por doutores? Porque é que necessitam desesperadamente de assumir o controlo sobre os outros? Porque é que lutam para se sentirem superiores a qualquer custo? Será que a nossa sociedade e o seu modelo de valorização egoísta, desumanizado e agressivo não terá nada a ver com a necessidade de praxar desta forma? Não seremos todos nós praxados todos os dias? Não somos submissos, e à primeira oportunidade ditadores? Não sofreremos nós todos os dias, e à primeira oportunidade inflijamos dor nos outros? Quais os nossos modelos saudáveis de relação com os outros? Onde está a solidariedade? Onde está a camaradagem? Onde está o pensamento sobre o bem comum?
E as Instituições do Ensino Superior? Que responsabilidade têm? Que têm a ganhar com a continuação da praxe académica? Que ganham com uma acefalia generalizada? Que ganham com estudantes entretidos com praxes e pouco preocupados com a gestão da sua própria instituição e com a política educativa do país?
Praxe é sinónimo de costume, de rotina. E você, a que é que está acostumado?
Até para a semana!

Bruno Martins (crónica na Rádio Diana)

Morreu Howell Franco, antigo jornalista bejense

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Já há alguns anos que deixei de estar, com a frequência de antigamente, com o Howell Franco, um ex-jornalista,da velha guarda bejense. ARádio Pax e a Voz da Planície noticiam hoje a sua morte, após doença prolongada. Actualmente colaborava com a Cruz Vermelha de Beja. Foi correspondente da ANOP, da Lusa e do Diário Popular durante as décadas de 70 e 80. Como cronista esteve ligado quer à Rádio Paz, quer à Rádio Voz da Planície
Acompanhou, enquanto jornalista, os “verões quentes” da Reforma Agrária e possuía mesmo – mostrou-mo – um cartão passado pelo secretariado das UCPs e Cooperativas de Beja que – estava lá escrito – lhe permitia, enquanto jornalista, o acesso à “Zona da Reforma Agrária”.
Contava inúmeras histórias desse período e de alguns “protagonistas” que nunca o foram.
À família enlutada os mais sinceros pêsames.

No país das maravilhas

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A semana que passou foi de loucos. Por causa do déficit e da retoma, dos cortes nos vencimentos dos funcionários públicos e das pensões, da espiral recessiva e do princípio do fim da recessão, dos recibos de vencimentos e dos aumentos de janeiro, dos investimentos em investigação e dos cortes nos bolseiros...
Foram tantas as declarações de governo e oposições, de “achismos” e de opinião, que não resisti à tentação de reler pela enésima vez essa obra-prima de Lewis Carrol, que por sinal era matemático e se chamava mesmo Charles Dodgson, uma das obras mais adaptadas, em versões e linguagens artísticas várias, e que é aAlice no país das maravilhas.É que tudo o que se disse, e eu ouvi, em contraditórios mesmo que à vez, e se lhe quiséssemos, nós comuns cidadãos e eleitores, seguir-lhes o rasto e encontrar-lhes uma lógica, que estará de certo lá, me fazia lembrar esta narrativa literária. A Alice é um clássico da literatura que encaixamos na estante dos mais novos, mas que merece bem um regresso quando crescemos, sobretudo à versão integral que raramente conhecemos na infância ou mesmo juventude. Aliás, prova disso mesmo, é que quando falamos do “país das maravilhas” usamo-lo com ironia para designar um sítio onde tudo corre “às mil maravilhas”. Ora, aquele lugar imaginário onde Alice cai, e tudo o que por lá se passa, tem muito mais a ver com pesadelo do que com sonho.
Entre as diferenças de tamanho de Alice, com que forçosamente nos identificamos e que nos fazem duvidar se nós, os cidadãos, somos grandes ou pequenos, isto é, um fim importante ou um meio insignificante para atingir certos objetivos; até ao contacto com o poder e a justiça, personificados na Rainha de Copas e no julgamento sobre um roubo de tartes que não existiu; passando por um jogo de críquete impossível de jogar de tal forma é desregulado, ou um chá com um Chapeleiro Maluco e uma Lebre de Março, onde a ausência de Tempo tem os seus efeitos; tudo na história que a Alice vive a partir do momento em que adormece, me fez pensar que somos todos um pouco “Alices” quando queremos entender quem nos governa a vida. Se tivermos oportunidade, entenderemos. Mas é preciso saber ler muito bem as situações, relembrar a História e os factos, mais ou menos recentes. Como quando lemos com atenção o original de Alice no país das maravilhas e percebemos muita daquela “maluqueira” que por lá se passa.
É que até uma “corrida eleitoral” acontece nesta obra-prima da literatura de 1863, de que vos dou aqui uns excertos salteados, por ser ela precisamente uma das “piscadelas de olho” mais interessantes, em meu entender, que o Autor faz ao leitor adulto. Uma corrida que acontece como solução para a valente molha de alguns dos estranhos habitantes daquele país maravilhoso, depois de nadarem no mar de lágrimas que Alice provocou.
« – O que eu ia dizer – (…) era que a melhor coisa para nos secar seria uma Corrida Eleitoral.
– O que é uma Corrida Eleitoral? – inquiriu Alice (…)
– Ora, a melhor maneira de explicar é fazê-la – respondeu o Dodó. (E, como também vocês poderão querer experimentá-la, num dia invernoso, vou contar-vos como procedeu.)
Primeiro, desenhou uma pista de corridas, numa espécie de circunferência («não interessa a forma exacta», disse ele), e depois colocou cada um deles num ponto da pista. Não havia nenhum «um, dois, três, já!», mas principiava-se a correr quando se queria, e desistia-se também quando apetecia, de maneira que não era fácil perceber quando terminava a corrida. Todavia, após terem corrido cerca de meia hora, e estarem de novo secos, o Dodó gritou de repente:
– Acabou a corrida!
E todos o rodearam, ofegantes, a perguntar: – Mas quem é que ganhou?
O Dodó só pôde responder a esta questão depois de pensar longamente, e permaneceu durante muito tempo com um dedo apoiado na testa (a posição em que se costuma ver Shakespeare, nos retratos), enquanto os outros aguardavam em silêncio. Por fim, disse:
– Ganhámos todos e todos devemos receber prémios.»
Ora digam lá que escrever sobre uma rainha de copas, que manda cortar a cabeça a toda a gente que a incomode, e falar de corridas eleitorais desta maneira, não é de nos pôr a pensar que, mesmo confusa, esta amostra de democracia cumpriu a sua função? É preciso é saber “lê-la” e o “texto” tem que ajudar.
Até para a semana.

Cláudia Sousa Pereira (crónica na rádio Diana)

E se se referendasse, sei lá!, a propriedade privada?

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Hugo Soares "Todos os direitos das pessoas podem ser referendados"

O deputado do PSD que encabeça a proposta de referendo à coadoção e adoção por casais do mesmo sexo, Hugo Soares, referiu ontem no programa ‘Política Mesmo’, na TV24, que “todos os direitos das pessoas podem ser referendados”, comparando o referendo que está em cima da mesa com o da interrupção voluntária da gravidez. (aqui)

Quem é o PSD para decidir sobre a vida afetiva/familiar das crianças portuguesas?

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Pena que o Dr. Hugo Soares, não peça um referendo para saber se os portugueses partilham da ideia e aceitam as mordomias em que os políticos vivem.
Pena que não faça um refendo sobre se as prioridades onde se gasta o dinheiro dos contribuintes. 
Porque é que o estado põe como prioridade construir auto estradas em alguns casos quase paralelas umas às outras e não há-de investir na escola pública?
Porque não fazer um refendo a questionar se concordam que pessoas sem concorrer a qualquer concurso público possam entrar diretamente no estado e ganharem salários de fazer inveja a qualquer mortal, só porque se é político?
Havia muitas questões que deveriam ser referendadas, essas sim de grande importância para a vida dos portugueses.
Quanto ao assunto que é a matéria do referendo direi: Quem é o PSD para decidir sobre a vida afetiva/familiar das crianças portuguesas? 
O que os incomoda?
Uma falsa moral judaica/cristã ressabiada e não fundamentada em nada de lógico e que possa ser um crescente de felicidade para essas crianças?
Como é possível estas criaturas não pensarem que muitas das crianças (não todas), que são adotadas, são filhos de heterossexuais, que as abandonaram, maltrataram, negligenciaram- nos em alguns ou muitos momentos das suas vidas?
Foram maus cuidadores, péssimos agentes afetivos, que na hora de amar quem não pediu para vir ao mundo lhe voltaram as costas.
Bem sei que haverá aqueles que são órfãos, mas uma grande parte são crianças mal amadas, muitas condenadas para viverem enclausuradas em instituições, até poderem dar voos mais altos.
É inconcebível que pessoas que deveriam ter uma certa formação moral e intelectual, usem este grupo desprotegido e com uma dose propositada de preconceito, tentem adiar ou mesmo retirar-lhe a estabilidade e o equilíbrio emocional que uma grande parte destas crianças encontra, quando tem alguém que a ame e aceite tal como é: incondicionalmente.
Estes políticos deveriam ter um pouco de vergonha, de bom senso e pensarem que há coisas que não são negociáveis nem referendáveis.
Penso que o que pretenderam não será legitimado pelo tribunal constitucional. Poderia o assunto ter ficado logo decido em Belém. Mas quis o nosso Presidente lavar as mãos deste assunto, para que não fique mal visto...
Assim sendo, dentro de dias teremos a resposta que ao ser contrária ao que pretende a bancada do arco da governação, poderá suscitar aos mesmos, mais uma derrota. Mas que é isso para gente que tão habituada está a tantas guerras com o T. Constitucional?...
Algo acontecerá em seguida.
Direi apenas para concluir: Ninguém tem o direito de roubar o sonho, o amor a família e a felicidade de ninguém. Muito menos desta forma que envergonha qualquer mortal que se preze...

Anónimo
29 Janeiro, 2014 18:29

Universidade de Évora: Diana fm entrevistou candidatos a Reitor

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Com a eleição marcada para depois de amanhã, dia 31 de Janeiro, a Rádio Diana fm entrevistou os quatro candidatos ao cargo de Reitor da Universidade de Évora, Carlos Marques, Ana Costa Freitas, Manuel Collares-Pereira e Carlos Braumann.
As entrevistas estão disponíveis no site da Diana fm. Oiça em www.dianafm.com

Discutir a espuma, esquecer a onda e ignorar o mar

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A comunicação social dominante colocou na ordem do dia a discussão sobre o conjunto de actividades que se passam na maioria das universidades portuguesas e que são designadas por praxes.
Discute-se se são violentas ou não, qual o grau de humilhação que é perpetrado aos alunos designados por caloiros, se devem ser proibidas ou regulamentadas.
As reportagens televisivas mostram jovens adultos em práticas sem sentido, acompanhadas de comentários que pretendem separar a brincadeira, supostamente inócua, de práticas violentas, supostamente mais humilhantes.
Há opiniões para todos os gostos e feitios, das mais veementes em defesa ou contra as práticas, àquelas que pretendem agradar a gregos e troianos com a justificação de que as praxes não são boas nem más, as pessoas que as concretizam é que são boas ou más.
Tenta-se justificar esta posição com depoimentos de gente que se diz muito feliz por ter sido praxada e de gente que acha que foi brutalmente humilhada para, obviamente, concluir que o conceito de praxe é aquilo que os que a praticam quiserem.
Na minha modesta opinião o que é preciso discutir é que sociedade é esta que produz jovens adultos que aceitam ser sujeitos a práticas humilhantes assente na obediência cega a uma hierarquia informal, como forma de reconhecimento de pertença a um grupo.
Onde falhámos todos os que temos um papel interventivo nos processos educativos, formais e informais, para que jovens inteligentes se envolvam sazonalmente em actividades onde impera a irracionalidade e o profundo desrespeito pela natureza humana dos seus semelhantes?
Deste nível de discussão que sai da espuma dos acontecimentos diários e entra pelas raízes ideológicas da questão, fogem os que beneficiam desta espécie de treino para a aceitação do mundo tal como ele se apresenta, com exploradores e explorados.
Também é porque a violência da praxe é entendida como uma normalidade, que é entendida da mesma forma a desigualdade social, a exploração e as pequenas e grandes iniquidades do dia-a-dia.
Os cidadãos que aceitam passivamente que lhes roubem os rendimentos do trabalho, que lhes retirem direitos conquistados ao longo de gerações e que encolhem os ombros perante situações inqualificáveis praticadas por quem exerce o poder, são fruto da mesma construção ideológica que admite a praxe académica como uma normalidade.
Questionamo-nos muitas vezes sobre as razões da alternância do poder, sem que isso signifique uma verdadeira alternativa, e queixamo-nos de que a maioria não aprende com as opções de voto tomadas.
As razões estão nas mesmas condicionantes que levam a práticas como as praxes, que mais não são do que um treino para a aceitação passiva de um poder despótico, sob a capa do alegre consentimento das vítimas.
Também é por isso que é mais fácil juntar mil estudantes em actividades relacionadas com as praxes, do que juntar dez numa manifestação contra o aumento das propinas.
Levam-nos a discutir a espuma, evitando que discutamos a onda enquanto nos tentam afogar num mar de passividade.
Até para a semana

Eduardo Luciano (crónica na rádio diana)

Hoje no salão nobre da CME

Hoje no Armazém 8

"Aqui há baile" hoje no Imaginário

Critério de não despedimento

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A.Fernandes, no JN, Cartoon de sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

E vivam os equídeos errantes (senão pouco mais haveria para dizer)

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Em reunião pública de 29 de janeiro
Câmara de Évora aprovou Plano de Controlo de Equídeos Errantes

A Câmara Municipal de Évora aprovou por unanimidade o Plano de Controlo de Equídeos Errantes que visa solucionar o problema da existência destes animais de modo irregular e permanente em espaços públicos e privados.
Este Plano, que envolve o Núcleo do Veterinário Municipal e outros serviços camarários, conta também com a participação da Polícia de Segurança Pública e da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, para que seja assegurada a legalidade de todo o processo, a segurança dos funcionários e o bem-estar dos animais.
É composto por várias etapas que incluem a apreensão dos equídeos errantes, captura e transporte, bem como identificação e levantamento dos autos de contraordenação; alojamento dos animais em terreno camarário vedado e vigilância policial durante oito dias; reclamação dos animais e pagamento da captura, estadia e coima; adoção dos equídeos - com divulgação e cedência (a quem demonstre possuir condições adequadas de alojamento), bem como vacinação e identificação eletrónica. Não sendo reclamados os animais, feita a sua adoção ou venda em hasta pública, cumprir-se-á com o disposto na lei.
A Câmara prossegue com o processo de extinção da empresa Mercado Municipal de Évora, nomeadamente a designação de gestores liquidatários e outros mecanismos, tendo sido aprovados por unanimidade um conjunto de propostas nesse sentido.
O Presidente Carlos Pinto de Sá informou sobre a conversa telefónica que manteve com o Secretário de Estado da Cultura relativa ao Museu da Música, tendo este explicado os motivos da instalação em Mafra e, face à contestação da decisão por parte do Presidente, sido perentório na sua decisão. Aceitou agendar uma reunião com o Presidente para debaterem outras questões do foro cultural, prevista para o início de fevereiro.
Nesta reunião, o Presidente prestou também informações relativas à situação económica e financeira do Município, focando alguns aspetos que considerou de maior relevância, entre os quais a desadequação da Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso em relação à Administração Local. 
No final de Dezembro de 2013, o mapa de endividamento apresentava um valor total de 80.760.958,94 euros, aos quais se acrescentou mais 2.250.000,00 euros, do empréstimo de curto prazo que foi pago no último dia do mês, mas que foi necessário logo levantar nos primeiros dias de janeiro, para acorrer às dificuldades de Tesouraria. (nota de imprensa)

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