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Já é oficial: quatro candidatos às eleições de 31 de Janeiro para reitor da Universidade de Évora

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No seguimento da reunião da Comissão Eleitoral havida a 6 de janeiro de 2014, e dando cumprimento ao disposto no n.º 4 do artigo 7.º do Regulamento Eleitoral, divulga-se, a lista de candidaturas admitidas ao cargo de Reitor da Universidade de Évora:
Prof.ª Doutora Ana Maria Ferreira Silva Costa Freitas
Professor Doutor Carlos Alberto Falcão Marques
Professor Doutor Carlos Alberto dos Santos Braumann
Professor Doutor Manuel Pedro Ivens Collares-Pereira (aqui)

Esta manhã na "é neste país"às 11,30H

MUSEU DA MÚSICA: A CONSENTIDA TRAIÇÃO DO XAVIER

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1. Pronto, então já é oficial. O Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, tornou pública a decisão que Passos Coelho já tomara há mais de seis meses, rompendo o compromisso estratégico assumido pelo governo anterior e reiterado numa primeira fase pelo seu, de fazer transferir para o Convento de S. Bento de Cástris em Évora, o Museu da Música , instalado desde 1994 em dois pavilhões da ala poente da Estação de Metro do Alto dos Moinhos, local onde, com um contrato precário até este ano de 2014 «nunca teve oportunidade de mostrar todo o acervo».
Recorde-se que a resolução fora tomada em finais de 2009 pela ministra da Cultura socialista, Gabriela Canavilhas, pianista, licenciada em Ciências Musicais e professora do Conservatório Nacional, e que a mesma veio a ser confirmada por Francisco José Viegas, primeiro Secretário de Estado da Cultura da actual maioria, na condição de independente, licenciado em Estudos Portugueses, escritor, jornalista, e fora assistente de Linguística na Universidade de Évora entre 1983-1987. 
A sua passagem pelo executivo, a qual se iniciou em finais de 2011, não teve carácter duradouro, cedo se tendo apercebido que o cargo não tinha peso político e que como tal se iria limitar a cumprir ordens. Em Outubro de 2012 foi internado na sequência de uma indisposição e quando saiu do Hospital aproveitou para pedir a demissão «por razões de saúde». Em Évora os responsáveis pela cultura não tomaram em devida conta as previsíveis consequências que a sua substituição por Jorge Barreto Xavier iria acarretar para os projectos em curso na cidade, nomeadamente no caso do Museu da Música.
Évora perdera um amigo da cidade, um homem de cultura, que assim que tomou posse do cargo, reassumiu o compromisso de Gabriela Canavilhas e garantiu que este só não teria início em 2012 por dificuldades financeiras, mas ao qual viria a ser dado cumprimento logo que houvesse condições. Ora o perfil de Jorge Barreto Xavier, se tivesse sido analisado com minúcia e alvo de reflexão aturada - como se faz na boa prática jornalística - pelos responsáveis locais, aconselhava a não descurar o assunto e a exigir desde logo que este se definisse com clareza sobre se mantinha a sua fidelidade ao compromisso para com Évora.
2. Ora bem, o goês Jorge Xavier Barreto é um tecnocrata cujas ligações com a cultura são laterais. Licenciado em Direito era professor no Instituto Superior de Ciências da Empresa do e do Trabalho (ISCTE) e fizera uma pós-graduação em Gestão das Artes no Instituto de Administração Nacional tendo vindo a ser Director Geral das Artes entre 2008 e 2010, onde se notabilizaria pelo rigor orçamental e pela obediência aos seus superiores na hierarquia do Estado, com uma passagem ainda pela Câmara de Oeiras onde fora vereador da Cultura. O negócio dele eram números e não valores estéticos ou artísticos.
Para Pedro Passos Coelho ele era pois o homem certo para o desempenho da função. Sem discutir ordens, nem políticas culturais, revelou-se como o grande obreiro da política de cortes cegos no sector, na distribuições de subsídios e apoios estatais reduzidos ao mínimo dos mínimos e feitos sob critérios partidários e total negligência quanto a atropelos ao património (vide o que passou em Évora com a Fundação Eugénio d’Almeida). 
Quanto à questão da transferência do Museu da Música para Évora, ninguém falava nela. Começou a saber-se que NA SOMBRA OUTROS MUNICÍPIOS começaram a oferecer espaços para o receber. Enquanto isto, os nossos três “magníficos” deputados (Pedro Lynce, Carlos Zorrinho e João Oliveira) eram com o seu mutismo o mais perfeito exemplo do olímpico desinteresse que a questão lhes merecia.. Em Évora todavia havia quem soubesse o que se tramava e mantinha-se silencioso. Apesar disso consentiu-se que passasse a imagem que a reposição dos telhados na Igreja e nos anexos e reparação de certas salas no Convento, obras ocorridas no mês de Setembro, era o sinal de que as obras iriam finalmente começar.
Tudo isto, contudo, passou despercebido aos verdadeiros responsáveis pela cidade e à população, entretidos como andavam com a baixa política eleiçoeira, No meio da vozearia desatinada e desmiolada que antecedeu as autárquicas (29 de Setembro), aconteceu no Convento de S. Bento de C+astris um evento claramente indiciador de que o destino que lhe estava sendo preparado não passava pela instalação do Museu da Música. 
3. Ali veio a ter lugar, de 19 a 21 de Setembro (a oito dias do acto eleitoral), um seminário organizado pelo CHAIA (Centro de História e Investigação Artística), pelo CIDEHUS (Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades) da Universidade de Évora), ambos da Universidade de Évora, e da Delegação Regional da Cultura, apoiada pelo Governo, que tinha por grande objectivo - passo a citar- «reinventar em contemporaneidade e dimensão histórica, integrando o Mosteiro Cisterciense numa mais ampla geografia da Ordem de Cister» no âmbito das Jornadas Europeias do Património 2013, iniciativa patrocinada pelo Conselho da Europa e pela Europeia. 
Mais se aduzia, e continuo a citar «a proposta de Residência Cisterciense feita, será regida pelo ritmo da regra beneditina, apostará na vivência dos espaços do Mosteiro e no debate das questões a eles ligados e ao seu futuro no carácter original da iniciativa». E assim se fez numa girândola de conferências, workshops e apontamentos musicais tendo com tema base o silêncio e a vida contemplativa. Não se podia ser mais óbvio tanto mais quando se sabia e sabe que a Associação Portuguesa de Cister tem vindo envidando todos os esforços para o regresso dos seus monges ao nosso país. Aliás o tema do seminário era sintomaticamente “o silêncio”.
Dado que a cidade nas suas gentes oficiais não esboçou qualquer reacção (a Universidade até apoiou a iniciativa) , Jorge Barreto Xavier, sentiu-se à vontade para começar a estudar a instalação de tão precioso Museu, um dos mais ricos da Europa, noutra zona mais perto de Lisboa, que não Évora. Estávamos a 3 de Dezembro quando o Secretário de Estado anunciou na presença de Pedro Passos Coelho estava a estudar a instalação do Museu da Música em Mafra. 
De novo não se escutaram reacções imediatas. à intenção difundida por alguns meios de comunicação. Só já em vésperas de Natal, a Câmara decidiu por unanimidade e após reunião pública normal, aprovar uma tímida moção de protesto quanto à intenção do Governo desistir de transferir o Museu para Évora. Não tardaram duas semanas a que Jorge Barreto Xavier visse passar a tornar oficial tal desiderato apresentando-o como um facto consumado.
4. Face ao exposto a reacção da Câmara de Évora é no mínimo ridícula e patética quando expressa pela voz do vereador da cultura Eduardo Luciano. Afirma o dito senhor que a Câmara se mostra «surpresa e indignada». Surpresa, quando este “dossier” tem pelo menos quatro anos, era conhecido da maioria dos actuais vereadores, e o que agora se passa, é o resultado da desatenção, negligência e incúria (e não só, diga-se de passagem) com que particularmente nos últimos dois anos, foi encarado. Surpresa, quando era voz corrente nos corredores da Assembleia da República que o então deputado e actual presidente da Câmara de Mafra, Hélder de Sousa Silva, vogal da Comissão Política do PSD, só aceitava candidatar-se, se em caso de vitória, o Museu da Música fosse para o Palácio de Mafra?
Se julgam que estou a especular pois leiam no site da Câmara Municipal de Mafra: «esta decisão foi o culminar de um processo liderado por Hélder de Sousa Silva considerando as anteriores diligências como deputado da Assembleia da República e disponibilidade depois mostrada como Presidente da Câmara Municipal na cedência das instalações que no citado monumento estão sob gestão da autarquia». 
Surpresa, só por parte de quem andou a dormir na forma, como se diz na gíria militar. E não foram apenas os vereadores e os assessores municipais, mas também os responsáveis por outras instituições O grupo Pró-Évora por onde andou? E o PSD de Évora que consentiu que tudo isto se passasse nas suas costas sem se opor. E a Universidade que se calou, através do CHAIA e do CIDEHUS enquanto sabia o que o Governo estudava para o futuro do Convento de S. Bento de Cástris. Quanto à indignação de agora falta-lhe veemência para ser tomada a sério. Lágrimas de crocodilo quando muito. 
5. Enfim, Évora foi esbulhada do Museu da Música porque o Governo não respeitou um compromisso e preferiu desviá-lo para um concelho da sua área partidária. Mas o que Jorge Barreto Xavier se devia coibir, em defesa dessa opção, era de utilizar falsidades, mormente quando vem dizer que «na altura tratava-se mais de encontrar uma solução adequada para o convento de S. Bento do que encontrar uma instalação adequada para o Museu da Música» e que « o historial da colecção nada tem a ver com Évora» .
Em extensa entrevista ao quinzenário «JL-Jornal de Letras, Artes e Ideias», de 15 a 28 de Setembro de 2010, Gabriela Canavilhas, repito PIANISTA E LICENCIADA EM CIÊNCIAS MUSICAIS, elucidou que em Évora iria ser criada «uma mega-estrutura para a música, um espaço de acolhimento para instituições musicais e da historiografia, tal como para o arquivo sonoro » considerando que o Convento de S.Bento de Castris oferecia todas as condições para a receber dada a sua dimensão, arquitectura, história e recheio artístico». «Até hoje o Museu da Música tem aguardado por umas instalações que façam justiça quer ao seu valioso espólio, quer ao papel importante que a música importante na afirmação da nossa identidade cultural». 
A ministra espraiava-se em elogios à cidade, com grande tradição no campo da música portuguesa, merecendo-lhe particular referência a Escola de Música da Sé de Évora que funcionou em todo o seu esplendor entre os séculos XVI e XIX, na qual se ministrava o ensino da música em regime de internato no Colégio dos Meninos do Coro, construído para o efeito em 1552. E referiu-se ainda ao facto da cidade ter possuído uma das mais antigas Academias de Música do país, a mais antiga Tuna Académica a nível nacional (fundada em 1902) e ser sede de um Conservatório Regional. Por último aludiu ao facto de a Universidade de Évora oferecer através do seu Departamento de Música licenciaturas nas vertentes de Interpretação, Composição, Musicologia e Jazz e mestrados nos três primeiros, possuindo além disso uma Orquestra Clássica e Orquestra de Jazz.
Gabriela Canavilhas sustentou ainda que o Convento de S. Bento correspondia arquitectonicamente ao pretendido apresentando-se ainda como um espaço de grande de crescimento, pelo que poderia acolher residências artísticas e ser sede uma Orquestra do Alentejo.
6.É pois, sem um mínimo de decoro que o cortador de orçamentos, Jorge Barreto Xavier, vem afirmar que o «que se procurava era mais uma solução para a questão do Convento abandonado que uma solução adequada para o Museu e que Évora nunca teve nada a ver com a música. Caso para perguntar, e então Mafra? Pois, segundo descobriu o actual presidente do município, mestre em Engenharia Electrotécnica e Computadores, licenciado em Ciências Militares, ramo das transmissões militares pela Academia Militar, oficial do Exército e antigo Director de Serviços do Ministério da Administração Interna, «este é o reconhecimento da vocação musical do monumental edifício mandado construir por D. João V ». 
É caso para dizer como os brasileiros: «essa contaram para você». Mas a verdadeira explicação vem na continuação da frase: «Trata-se de uma oportunidade para inscrever Mafra em mais um circuito cultural assim contribuindo para a diversificacão e o aumento do fluxo de visitantes». Afinal o Museu da Música vai para Mafra para resolver o problema da falta de visitantes do concelho e não porque seja o local mais indicado para o acolher, nem por este ser o melhor enquadramento pedagógico, paisagístico e ambiental. Mais: vai ficar a fazer companhia à odiada Escola Prática de Infantaria, que durante os anos da Guerra Colonial, alojou e formou os soldados cadetes que ali tinham de ir fazer a recruta para depois serem transformados em carne para canhão.
De igual modo, o argumento utilizado por Xavier Barreto de que a instalação do Museu no Convento de S.Bento de Cástris era pouco aconselhável por estar localizado em zona periférica da cidade (a quilómetro e meio) e fora dos circuitos turísticos , é risível e ridículo e denota pouca honestidade intelectual. Tal como a invocação dos avultados custos financeiros da transferência que serão os mesmos, quer esta se efectue para Évora para Mafra. 
Aliás a própria Gabrela Canavilhas que tinha consciência dos gastos a fazer, anunciou desse logo que «a transferência de Lisboa para Évora, se faria de forma faseada, num processo com a duração de 4 anos e dotado de financiamento comunitário». Agora Xavier vem dizer que ela foi sendo sucessivamente adiada pelos encargos que envolvia e pensando também na sua manutenção futura. Seja verdadeiro, senhor Secretário de Estado, e diga que ela foi sempre adiada até ser encontrada uma solução política mais a gosto de Passos Coelho e do seu. Afinal Mafra, fica perto de Massamá, pertence ao distrito e à Área Metropolitana de Lisboa e ainda para mais à Sub-Região da Grande Lisboa! Que era isso agora de tirar um Museu de Lisboa para o atirar para o interior desértico e entregá-lo, ainda por cima, aos burgessos e pategos alentejanos?
7. Não quero alongar-me em mais pormenores revelando aqui os elevadíssimos investimentos que o Governo fez nos últimos dois anos no Palácio Convento de Mafra. Para isso houve sempre fundos e verbas. Fazendo-o sem ética, nem vergonha, mas não violando qualquer lei, tomou a decisão que entendeu. E em Évora só muito tarde, devido a incúria, inépcia, omissões e cumplicidade várias, inesperadas algumas delas, a mesma só foi conhecida, suscitando uma tímida e frouxa reacção 
Houve, tenho de o dizer, um comportamento que me deixou embasbacado, até pelo crédito que lhe era concedido em toda a região. Falo da aceitação do cargo de Delegada Regional do Alentejo, por parte de Ana Paula Amendoeira, feito por concurso mas só avalizado após entrevista com o Secretário de Estado. A nomeação foi feita no dia 2 de Dezembro e a divulgação de que o Governo estava a estudar a transferência do Museu da Música para Mafra teve fatalmente que lhe ser comunicada. E aceitou sem pestanejar, calando-se até hoje? 
Por outro lado é caso para nos interrogarmos até que ponto Xavier Barreto a confirmou no lugar, pelo facto dela ser Relatora do Conselho Consultivo da UNESCO e Presidente do ICOMOS (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios) quando está em fase de elaboração final o dossier de candidatura de Mafra a Património Mundial da UNESCO (o prazo termina neste ano de 2014). Realmente, era só já o que faltava era Évora para além de ser esbulhada do que lhe era devido andar a promover Mafra através das suas estruturas regionais representativas da cultura?! Como dizem os franceses «honi soit qui mal y pense».
Neste caso Xavier Barreto foi mesmo de uma deselegância e de uma grosseria a toda a prova ao não comunicar à cidade a sua decisão. O goês é mesmo um cancro para a cultura e o património eborense. Já assim se revelara quando mandou suspendeu o embargo às obras do Palácio da Inquisição, ignorando alguns atropelos, passando pelo caso vertente e não garantindo a recuperação do Convento de S. Bento de Cástris aguardando que a Ordem de Cister o venha fazer. E esperem-lhe pela pancada, porque por aquilo me vai chegando aos ouvidos, não vai ficar por aqui, nem apenas por Évora. 
Para os eborenses fica a lição de que, neste momento, ninguém defende os interesses da cidade, apenas os pessoais e os partidários. Os mais variados dossiês são desconhecidos, ignorados e esquecidos Mas o que faz tanta gente, alapada em tanta divisão, departamento, gabinete, direcção? Rigorosamente nada. Uma passividade sonolenta emana de todos estes locais onde até a própria indignação não passa de um tímido grasnar de ave moribunda. 
Assumam, pois, todos, como devem, AS VOSSAS RESPONSABILIDADES. Com o vosso consentimento o Xavier deu-vos música.

José Frota (por mail)

Por ter ultrapassado limite de endividamento Serpa vai receber menos do FEF

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Noticia  o semanário "Sol" que Serpa é um dos oito municípios que este ano vão ser penalizados nas verbas do Fundo de Equilibrio devido ao incumprimento dos limites de endividamento. 
Segundo o jornal, os municipios vão ter uma redução de 10 por cento nos duodécimos do FEF, nos orçamentos de Estado para este ano e futuros, até à verba equivalente ao montante ultrapassado.
Ainda segundo esta notícia do "Sol", Serpa é o único município alentejano nestas condições e em causa estão 1,2 milhões de euros. Ver aqui.

O Museu da Música e o Évora Mosaico: algumas precisões

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Para ler este número da Revista "Évora Mosaico" clique aqui

Era espectável a reacção desta risível criatura ao conteúdo do meu texto. Enfiou e bem a carapuça até ao fundo das orelhas. Serviu-lhe e bem e não precisei de recorrer como ele ao insulto gratuito e grosseiro. Apenas me baseei em factos.
Tal como apenas quero comentar a sua frase de que «ninguém em Évora, é mais culpado das ilusões de instalação da instalação do Museu da Música e do adormecimento da vigilância citadina do projecto, do que o próprio Frota, coordenador da defunta revista Évora Mosaico». E mais diz, que no seu nº. 9, respeitante ao trimestre Abril-Maio-Junho 2011 eu dei tratamento ao tema «garantindo a instalação do Museu no Convento até 2014». 
Ora, eu lamento muito mas tenho de chamar mentiroso a este senhor. O que escrevi já no final do texto foi: «A concretizar-se o projecto (e tudo indica que sim) será o primeiro museu nacional a instalar-se fora de Lisboa».
Ora do que escrevi nessa altura já todos os órgãos nacionais e regional de comunicação social haviam dado conta a partir do anúncio feito por Gabriela Canavilhas em 2009, assumindo-o com um compromisso estratégico nacional.
Mas já que se refere ao tratamento do caso na "Évora Mosaico" no trimestre de Abril a Junho de 2011, pode ficar a saber que ele teve realmente uma intenção precisa que não «passou por nenhum frete propagandístico prestado à Câmara Socialista» como insinua. 
Recordemos que no dia 23 de Maio desse ano, José Sócrates, demitiu-se na sequência do chumbo do PEC 40 ,o que implicou como é óbvio a saída de Gabriela Canavilhas. Só houve eleições a 5 de Junho e o novo Governo só tomou posse a 21 de Junho. 
Por minha iniciativa, e até porque a Évora Mosaico não tinha dedicado sequer uma linha ao projecto da transferência do Museu da Música para o Convento de S.Bento eu entendi que era a altura certa para o fazer. Embora se tratasse de um compromisso estratégico nacional, nunca fiando, e os governos em Portugal eram useiros e vezeiros em fazer "tábua rasa" daquilo que os outros assumiam.
De modo que quando o Governo foi conhecido e se verificou que não haveria Ministério da Cultura fui de opinião que se deveria exercer alguma pressão para o amarrar ao compromisso. E realmente Francisco José Viegas veio a terreiro confirmar a manutenção do projecto.
A Évora Mosaico apenas tirou mais dois números por razões já conhecidas.Foi assim que eu contribuí para o adormecimento da consciência. Desde Junho de 2011 até 3 de Dezembro de 2013 ninguém mais falou no assunto nem quis interpelar nos locais devidos ou nas instituições próprias qual o andamento do processo.
Termino dizendo que o interesse de Évora é o único que me motiva, de resto estou-me nas tintas para os interesses dos actuais partidos. Absolutamente borrifando.
Uma coisa pode ter a certeza: só a morte me calará ou então quando não houver nenhum espaço onde possa escrever.

Al Berto: uma entrevista de 1995 à revista alentejana "Imenso Sul"

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Al Berto (1948-1997), o poeta do corpo e da noite, nasceu em Coimbra, mas desde muito cedo veio viver para Sines, onde passou toda infância e adolescência. Refractário à guerra colonial esteve na Bélgica, só regressando a Portugal depois do 25 de Abril. A revista "Imenso Sul", que se publicou no Alentejo entre 1995 e 1999 entrevistou-o dois anos antes da sua morte. Uma entrevista do jornalista Paulo Barriga (actual director do "Diário do Alentejo") que agora publicamos por altura do 66º aniversário do seu nascimento (a 11/1/1948)

À noite, o poeta da noite

Esta entrevista não é uma entrevista, é uma conversa solta que poderá eventualmente ter acontecido numa qualquer noite no Bairro Alto. Esta conversa não é uma conversa, é um circo onde normalmente poderão ter desfilado personagens infinitamente díspares. Este circo não é um circo, é uma travessa repleta de palavras que, como as cerejas, poderão ter desaparecido umas atrás das outras, por vezes consentindo, por vezes com sentido. Esta travessa não é uma travessa, é o silêncio que habita os vários desertos. Como tal, deverá ser lida, ditas, ovacionada, saboreada ou escutada… no vazio do papel.

Imenso Sul (IS) – Al Berto, o poeta do corpo?
Al Berto (Al)O corpo ocupa um lugar privilegiado na minha escrita. O meu corpo, o corpo imaginado e o corpo do outro. São muitos os corpos que circulam, ou habitam, vivem e morrem no corpo da escrita. Não me importo - guardadas as distâncias e a devida humildade que suscitam sempre estas afirmações – de pertencer a essa linhagem de poetas do corpo: Artaud, Genet, Cesariny… O corpo é um verdadeiro laboratório de experiências físicas e mentais. É nele que se gera e morre a escrita… e tudo o mais…
IS – Um corpo que se torna público?
Al – Um dia talvez possa publicar num jornal um anúncio “Procura-se. Vestia casaco claro, camisa de seda, jeans e calçava ténis. Pede-se a quem o localizar no meio de um dos seus livros que o convença a sair dali e o ajude a regressar ao corpo que abandonou. Talvez se dêem alvíssaras”.
IS – A tua escrita está embebida em sexualidades…
Al – Parece-me que a sexualidade, seja ela qual for, faz parte da felicidade de cada um. Como sempre assumi a minha sexualidade, é normal que ela surja explícita no que escrevo. A censura acabou, parece-me… ou talvez não. O que importa é que quem escreve deixou de ter de esconder o que quer que seja. E, como a minha escrita tem um lado autobiográfico muito forte, seria um disparate autoreprimir-me com o intuito de não chocar, ou de tentar agradar a gregos e a troianos.
IS – São os “olhares” que transportam essas sexualidades…
Al – Quem sabe… se calhar é através do olhar do outro que tomamos consciência do nosso próprio olhar. É pelo olhar que o mundo me chega em primeiro lugar, antes de todos os outros sentidos. E talvez não seja por acaso que toda a minha escrita tem uma componente “visual”, refere com frequência a fotografia e a pintura. Basta dar uma leitura aos livros “Trabalhos do Olhar” e “A Secreta Vida das Imagens” para compreender isso.
IS – O que pensas das mulheres que sobem à tua escrita?
Al – As mulheres que habitam os meus livros são neles tratadas com a maior dignidade. São, talvez, deusas, pitonisas, putas, mas sempre mulheres com M grande. Nunca galinhas. O que acabo de dizer também se aplica aos homens que, como é sabido, também os há que são verdadeiros galináceos. As minhas personagens são seres fortes, apaixonados, mesmo na adversidade, na dor ou na loucura, nos excessos…
IS – A relação leitor/livro pode tornar-se, em algum momento, numa relação poeta/leitor, ou vice-versa?
Al – Que se saiba ainda inventaram relações “virtuais” através do livro, entre o leitor e o autor. Mas é capaz de ser divertido. O que me parece é que há dois momentos distintos: o momento em que se escreve e o momento em que se decide publicar. Quando escrevo, não escrevo para ninguém. Por vezes tenho a sensação que nem para mim escrevo. É misterioso. Talvez escreva por urgência ou necessidade, ou para salvar o dia do imenso aborrecimento. Talvez escreva para me sentir vivo e para continuar a viver- Escrever preserva-me da morte. Quero acreditar nisto! Pode-se, no entanto, escrever uma vida inteira sem publicar. Mas, quando se decide publicar é óbvio que aquilo que escrevemos se destina a eventuais leitores. É, pelo menos, uma tentativa de comunicação com o outro. Embora, às vezes, publicar me pareça um empreendimento inútil.
IS – A pergunta anterior vinha ao encontro da oralidade que a tua escrita encerra. Este “tu-cá-tu-lá” aproxima, inevitavelmente, o leitor à palavra…
Al – É um facto que a oralidade, no meu trabalho, é uma preocupação permanente. Talvez a explicação seja esta: os meus poemas estão, muitas vezes, à beira de se transformarem em narrativas. E, por outro lado, as narrativas que escrevi aproximam-se muito dos poemas. É assim! De qualquer modo há, nos dois casos, uma forte oralidade.
IS – Estamos a falar de “prosemas”?
Al – Não sei… confesso que nunca me preocupei muito com as fronteiras dos diferentes géneros. Deixo isso para as academias. Quando escrevo sucede, frequentemente, que é o próprio texto que me leva, ou obriga, a ir numa ou noutra direcção. Ainda em relação à oralidade: parece-me que nunca publiquei nada que não tivesse lido vezes sem conta em voz alta. Não pode haver engasgues nem atropelos… até porque leio em público com regularidade e odiaria ler-me aos solavancos, ou ter dificuldade me fazê-lo Por fim, penso que todo o poema precisa de uma voz.
IS – O livro “Três Cartas da Memória das Índias” é um exemplo acabado da oralidade na tua escrita.
Al – Esse livro foi inicialmente escrito a convite do Ricardo Pais para ser levado ao placo. Mas, por razões financeiras, nunca se concretizou o projecto, apesar de já haver vídeos começados e outro material reunido. Excertos desse livro acabaram depois por aparecer no espectáculo que o Ricardo montou com o Ballet Gulbenkian, intitulado “Só Longe Daqui”. Por fim, resolvi reescrever tudo e publicar, salvaguardando, de facto, a oralidade inicial que os textos tinham.
IS – Para mais, nem gostas de teatro…
Al – O teatro em geral é uma coisa que me dá imenso sono. Não sei porquê, mas dá. Não se pode gostar de tudo na vida, não é? O que acabei de dizer não significa que eu meta todo o teatro que vejo no mesmo saco. Infelizmente, o saco onde meto o que não gosto está a abarrotar.
IS – Neste livro, peça, por que razão escreveste ao pai, ao amigo e à mulher?
Al – O ponto de partida era a criação de um personagem que escreve quatro cartas a despedir-se. O Ricardo pediu-me cartas à mulher, ao pai, ao amigo e ao patrão. A última não a escrevi porque nunca tive um patrão. As outras três surgiram como um triângulo que me suscita paixões. Fascinava-me, também, esse personagem que diz adeus e não sabe ao certo para onde vai, ou se se suicida, ou se a despedida não passa de mera fantasia, ou farsa. O resto está no livro.
IS – Atrás disseste que deixavas as análises para as academias. É sabido que os teus livros são amplamente esquartejados nas universidades. Que ideias fazes dessas análises literárias?
Al – Tudo isso me dá vontade de rir e está muito longe das minhas preocupações e da minha vida. Mas dizem que sim, que o fazem, não sei se abundantemente ou não. A universidade, em geral, é provavelmente a coisa que mais mal cheira… é dar-lhe de comer com cuidado e logo se põe a mastigar. Depois, vomita tudo muito certinho… Às vezes penso que a universidade não passa de um lugar de encontro para arranjar casamentos, Não sei. Parece-me é que, cada vez menos, é um lugar com a dignidade que deveria ter.
IS – Um exemplo.
Al – Repare-se no gosto merdoso dos estudantes pro essa coisa inominável que é a música do Quim Barreiros. Claro que há excepções. Mas esta situação de um gosto imundo que se foi uniformizando dá-me náuseas. Isto tem de certeza um preço e já estamos a pagá-lo.
IS – Tu até fazes parte dos novos compêndios secundários…
Al – Entrar nos compêndios não está no querer ou não querer dos autores. É uma decisão que lhes escapa, é mau. Mas, no fundo, pergunto-me o que adianta ou atrasa, ou o que mudará, com a inclusão do Al Berto, do Joaquim Manuel Magalhães, do João Fernandes Jorge, do Nuno Júdice, ou mesmo do Al-Mu’Tamid, nos compêndios? Rigorosamente nada! No que me diz respeito, foi a pior coisa que me aconteceu ultimamente. Para mais contam-se pelos dedos os professores que lêem e conhecem a poesia que se está a escrever em Portugal. E quanto ao Al-Um’Tamid ainda te vão dizer que foi um terrorista que desviava aviões.
IS – Não consideras importante o estudo dos clássicos?
Al – Ele é indispensável. Mas é preciso achar a melhor maneira de o fazer. Não podes ensinar Camões, Gil Vicente, Camilo ou Pessoa, como se estivesses a servir um cozido à portuguesa. A intuição dita-me que seria mais fácil começar por autores actuais, com quem os alunos pudessem falar e discutir. Ir recuando, depois, progressivamente, criando sentidos, afinidades, pontes… Mas não sou especialista nem professor. Eles que se pronunciem, não é? O meu papel é escrever, nada mais.
IS – O primeiro contacto que o público faz com a poesia contemporânea é através da crítica literária. Que imagem guardas dos críticos portugueses?
Al – Um assunto delicado. Vou ser rápido porque a coisa não me merece grande atenção. Tirando quatro ou cinco nomes (não vou dizer, mas sabe-se quais são), a crítica é nula e os críticos, em geral, nulos são. A maioria comporta-se como pequenos vampiros à beira do vómito para sobreviverem. São execráveis. E parece que surgiu por aí uma turma de barbies a despejar indigências, disseram-me… porque eu há muito que não leio críticas nenhumas. 
IS – A crítica pode influenciar a atribuição de prémios. O Herberto Hélder, por exemplo, rejeitou o Prémio Pessoa. Também o farias?
Al – Francamente não sei se a crítica influencia alguma coisa. O que sei é que é completamente tonto pensar que o Herberto aceitaria um prémio. Sabe-se isso, é público há muitos anos. O Herberto merece um respeito sem fim, é um dos grandes poetas europeus vivos. Indignaram-me os relatos cretinos da ida a casa dele (publicados no Expresso) para tentarem convencê-lo a aceitar o prémio. Não se faz.
IS – Aceitarias o prémio ou não?
Al – Os prémios são assunto exterior ao autor e obra. É uma história de dinheiro que te cai em cima, sabe-se lá porquê. E cada um faz o que muito bem lhe aprouver. Recebe ou não recebe, é tudo. Pessoalmente, e não te vou mentir, o dinheiro dá-me muito jeito, nunca o escondi, venha ele dos prémios ou de outra fonte. Estou-me nas tintas, preciso dele é para o gastar. 
IS – A poesia portuguesa é bem vista lá fora?
Al – A poesia portuguesa é uma das mais ricas e interessantes da Europa.
IS – E a prosa?
Al – O meu silêncio é total em relação à prosa. Já não sei se a prosa portuguesa ocupa muito ou pouco espaço nas minhas leituras. Creio que pouco…
IS – Os nossos romancistas estavam na linha de partida para um Prémio Nobel…
Al – Estavam? Engraçado. Foi de gargalhada o que se disse e escreveu por aí sobre o Nobel. Lembro que, curiosamente, foram alguns poetas a escrever muitos dos melhores romances deste meio século… de resto, sempre achei que se o Nobel viesse para Portugal seria atrubuído a um poeta.
IS – O Al Berto é um poeta de dicotomias. De relações antagónicas: homem/mulher; dia/noite; cidade/província. Onde é que o Alentejo cabe neste quadro de antíteses?
Al – Pela sua imensidão, o Alentejo ainda é o lugar onde gosto de viver, quando não estou em Lisboa. É o lugar onde se torna possível caminhar e fingir que não sabemos o que está para lá da linha de horizonte… ou ficarmos assim, parados, a esvaziarmo-nos do bulício do mundo, ou deixar a sua imensidão entrar em nós e cristalizar no mais fundo do coração, olhar os sobreiros e as oliveiras incendiarem-se ao meio-dia impiedoso do sol, e saber que esse fogo vai dentro de nós, mesmo quando se atravessam longínquos continentes. É no Alentejo que se pressente o deserto que começa na outra costa, a de África, e esse outro deserto está dentro de nós, onde podemos caminhar horas a fio sem encontrar ninguém. Exactamente como quando caminhamos na planície sem fim e descobrimos que não temos sombra.
IS – O mar também é um deserto.
Al – Sim, o mar também é um deserto. Mas este deserto em eterno movimento deu-me o primeiro ruído de que me lembro. O marulhar das águas é o ruído mais antigo da minha infância e se calhar vai ser o último que ouvirei. O mar dá-me sempre uma vontade imensa de fugir por ele dentro. Mas como não posso fazê-lo, interiorizei-o de tal modo que basta fechar os olhos para o ouvir. E se não me mexer durante horas consigo viajar ou fugir. De tempos a tempos faço isso, vou-me embora.
IS – É no deserto noctívago da cidade que mais vezes te perdes?
Al – A noite e a cidade são para mim inseparáveis. São o meu terceiro deserto. Aquele que atravesso com frequência, o desejo à flor do olhar. Nele encontro os jogos de sedução, o tempo que parece ter parado, as pequenas e grandes derrotas do amor, as paixões intensas, mas que duram pouco. A noite é um espaço de magia, onde a imaginação e o corpo podem navegar em quase total liberdade. E como sou um animal profundamente urbano, é a noite das grandes cidades que me atrai, com todas as suas mentiras, ilusões e verdades. Por vezes a noite oferece-me um pouco de melancolia, um pouco de alegria e quem sabe se não nos põe no meio do caminho um rosto que sorri e desaparece no escuro. Muito tempo depois ainda nos lembramos desse sorriso. Voltamos a percorrer a noite, a cidade, as ruas sem nomes, uma música que nos ficou na memória… um álcool que nos recorda uns lábios… sempre na esperança de reencontrarmos aquele rosto. Mas a noite das cidades é cruel, ficamos quase sempre sós. Porque a solidão talvez seja o destino, ou a condenação, daquele que escreve…

Paulo Barriga
(publicado na revista “Imenso Sul”, nº 2 de Abril a Junho de 1995)

Até quando é que as pessoas vão aguentar este achincalhamento? Exijam exames para os políticos.

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Não podia estar mais de acordo com o texto.
O que também não é normal é os comentadores da nossa praça, sejam eles jornalistas, políticos, ou economistas irem comentar sobre a avaliação dos professores, dizerem à boca cheia quase em jeito de provocação e misturando algum cinismo com ignorância (pois não sabem o que se passa na escola pública) que os professores não querem é ser avaliados.
Porque não são eles igualmente exigentes com os políticos e não pedem um exame para exercer funções no estado?
Afinal é uma responsabilidade menor? Quem são aqueles jovens que ascendem ao poder acabados de sair das universidades sem se conhecer qualquer currículo e prova dada de mérito? 
Quem levou Portugal à banca rota foram pessoas que, ou não percebiam de economia, de gestão, de planeamento entre outros, ou arruinaram o país deliberadamente para satisfazer egos pessoais e políticos, ascendendo sem qualquer esforço na esfera social.
É inconcebível e dá-me nojo quando ouço sempre os mesmos sábios da era moderna a falar mal dos professores por estes não acharem justa a avaliação ou esta afronta de exame que lhe querem servir de bandeja.
Exijam exames para os políticos. Esses sim, uma grande parte é corrupta e adquiriu o canudo sem qualquer trabalho ou esforço.
Porque não hão-de os políticos fazer um exame na área da pasta que lhe é dada?
Porque tenho eu que acreditar que aquele homem ou mulher eleito 
tem sabedoria/competência para o cargo que lhe é conferido?
Tudo é muito relativo na vida. 
Acredito, cada vez mais, que cabe aos cidadãos exigirem novas formas de eleger pessoas, de sermos governados.
Penso que as linhas orientadoras de uma grande mudança deve ser dada a conhecer antes das eleições. Deveriam ficar inscritas num documento, com conhecimentos de todos os representantes dos partidos e jamais poderiam ser alteradas.
Os eleitores estão cansados de serem utilizados. A partir do momento em que depositam o voto deixam de existir e um novo país surge, contra a vontade duma grande maioria de pessoas. Éjusto tudo isto continuar assim?
Até quando as pessoas vão aguentar este achincalhamento a todas as classes sociais e principalmente à classe média, esta, uma parte do motor da economia?...

Anónimo
10 Janeiro, 2014 19:32

Évora: 1900 famílias esperam casa, 151 têm prioridade máxima

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“Existem atualmente 1900 agregados familiares inscritos nos serviços da Habévora, E.M., para atribuição de habitação social, sendo que desse total, 151 estão referenciados no Grau de Prioridade Máxima, 279 em Prioridade Grave e 44 em Prioridade Média/Grave. Recorde-se que em relação às inscrições para atribuição de habitação social em regime de renda apoiada, compete aos Serviços de Ação Social desta empresa receber todas as novas inscrições, gerir as inscrições já existentes e proceder à seleção dos inscritos de acordo com os graus de prioridade, formalizando as respetivas propostas de atribuição sempre que existirem habitações vagas e disponíveis e de tipologia adequada para atribuir” revelou a Câmara de Évora em nota de imprensa (AQUI).
Segundo a autarquia “para tal, é efetuada uma análise social da situação do agregado familiar do inscrito, com base nos critérios constantes da ficha de inscrição e posteriormente explicados mais em pormenor no relatório social elaborado para cada processo, tais como os rendimentos do agregado familiar, o estado de conservação da habitação e condição de utilização da mesma, o valor de renda que pagam, a identificação e caracterização dos problemas de saúde que afetam o agregado, existência ou inexistência de apoio familiar bem como a caracterização desse apoio, nível de sobrelotação, entre outros”.

Ainda segundo a Câmara de Évora -  que recentemente adquiriu através da Habévora 40 habitações à empresa HAGEN, Imobiliária, S.A., com o objetivo de reduzir a lista de famílias carenciadas inscritas nos serviços da empresa que aguardam atribuição de uma habitação social para arrendar - neste momento, “o parque habitacional da Habévora, E.M., é composto por 900 frações habitacionais e 54 frações não habitacionais”.

Kemet com a ameaça de novos despedimentos?

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Está em andamento uma "sangria" de cerca de 150 trabalhadores da Kemet. Há cerca de um ano, sindicatos e partidos fizeram grande algazarra e cantaram vitória. Onde estão hoje os sindicatos, os partidos e a CME?
Vai ser um duro golpe para a cidade de Évora.

Anónimo
13 Janeiro, 2014 23:55

Disparates

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Eusébio e Sócrates, o José, estiveram quase inexplicavelmente juntos, na berlinda, a semana passada. E este par tornou-se tão estranho como se estivessem estado juntos nessa berlinda o Eusébio e Sócrates, o filho de Sophroniscus, ou seja, o filósofo grego.
Afinal, houve quem usasse Eusébio, mais uma vez e abusando do multiusos em que se transformam as figuras públicas de relevância, para, de repente, descobrir mais um, só mais um, motivo para zurzir em quem de facto não interessa, por variadíssimas razões, esquecer. E não fossem, com os recentes apelos à união de esforços de todos aqueles que estarão interessados em governar o país, lembrarem-se de que foi esse o esforço pedido por Sócrates quando da medida de contenção mais conhecida por PEC IV, às tantas mais valia, para alguma gente (que devia ter mais “cabeça”), distrair o “mexilhão” com o fait-divers que juntou, então, o sempre-herói Eusébio e o sempre-odiado (e porque, em meu entender, invejado) José Sócrates.
E foi assim que, saído de um comentário perfeitamente inócuo sobre uma recordação de infância que colocava Sócrates no reino dos comuns mortais a propósito do imortal Eusébio, talvez com medo que tal imortalidade contagiasse quem ousou também ter infância, se criou o dito fait-divers sobre “onde estava José Sócrates no dia do Coreia do Norte-Portugal de mil novecentos e troca o passo”.
Nós bem sabemos que o José Sócrates comentador não tem poupado a coligação do governo, e do governo com o PR, a críticas incomodativas e explicadas com uma argumentação que, não sendo a mais acessível ao cidadão comum e desatento aos meandros da política a sério, e não da intriguice, é, em meu entender, muito certeira. Também sinto, como muitos outros, e sem qualquer interferência na apreciação que faço do político que é e estadista que foi, que o jeitinho de José Sócrates para falar de coisas mais afetivas não é, em meu entender, dos melhores. Mas de um governante, confesso, espero mais do que jeitinho para embalar ouvintes embevecidos com histórias de encantar.
Ora durante toda a passada semana toda a minha gente falou sobre o Eusébio falando de si ou, em alguns círculos mais dourados, da relação de si próprio com Eusébio. Para quê disparar a propósito de Eusébio contra José Sócrates nostálgico, sem sequer utilizar munições ajustadas? Porque até isto de fazer intriga no meio político, e em geral no meio público, também tem a sua arte…
Como escreveu o Vergílio Ferreira «Afirma com energia o disparate que quiseres, e acabarás por encontrar quem acredite em ti.» E é por isso que quando inopinadamente desatamos a acreditar pia, pública e cegamente, em matéria pouco relevante para o interesse público, em quem desatou um disparate corremos um certo risco em, pelo menos, sermos tão ou mais disparatados. O desatino de quem tem também o nosso destino nas mãos, aproveitado por quem se supõe que vive de atinar em notícias e divulgá-las, enrola-nos por vezes na espuma dos dias… Temos de saber sobreviver-lhes, às vezes e para muitos, como heróis.
Até para a semana.

Cláudia Sousa Pereira (crónica daRádio Diana)

Évora: amanhã na Igreja de São Vicente

Estremoz: Tribunal condena Luís Mourinha e dá razão a Eduardo Basso

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O tribunal de Estremoz condenou Luís Mourinha, presidente da Câmara Municipal de Estremoz, pelo crime de difamação na forma de publicidade e calúnia contra Eduardo Basso, tendo de pagar 160 dias de multa (1280 euros), custas judiciais e uma indemnização de 3.500 euros. 
O caso foi despoletado pelos cortes de subsídios do município de Estremoz à Liga dos Amigos do Castelo de Evoramonte (Lace) e remonta a 3 Novembro de 2010.
Nesta data já as trocas de acusações estre os dois dirigentes eram conhecidas, sobretudo no meio político local, e Luís Mourinha, no decorrer de uma reunião do executivo camarário, afirmou não distinguir “o Eduardo Basso do socialista, do director do jornal 'Ecos', do presidente da Lace, pois, para mim, é a mesma pessoa”. 
O autarca disse também que Eduardo Basso devia “95 mil euros às finanças” e, desta forma, colocou em causa o destino do subsídio atribuído pela câmara à Lace. “Não sei se o dinheiro que nós damos à instituição vai parar às finanças ou não”, duvidou. (aqui)

31ª Ovibeja já está a receber inscrições para expositores

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A 31ª edição da Ovibeja, com data marcada para a semana de 30 de Abril a 04 de Maio já está em marcha.
As inscrições para os expositores já estão abertas e já há muitos interessados em participar na edição de 2014 da Ovibeja.
Participar na Ovibeja é um investimento tendo em conta os reflexos da feira a nível nacional e internacional, a importância dos colóquios e debates sobre temas sobre a actualidade, as visitas oficiais de membros do Governo, de todos os partidos políticos e de dirigentes de diferentes instituições de referência do nosso País, bem como de delegações de empresários e de embaixadores de diversos países do espaço europeu e de fora dele. Mas, participar na Ovibeja também é um investimento porque, tendo com conta os largos milhares de visitantes, de entre os quais se incluem visitas empresariais, permite a muitos expositores criarem na Ovibeja excelentes carteiras de negócios.
Tratando-se de uma feira que projecta todos os sectores de actividade, é na agricultura que a Ovibeja melhor reflecte o impulso positivo que este sector tem vindo a revelar. Além de todos os outros produtos agroalimentares, o azeite é um dos que mais tem contribuído para marcar pontos cá dentro e lá fora. Para potenciar a aposta cada vez maior na qualidade do azeite português, a organização da Ovibeja e a Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal – lançaram a 4ª edição do Concurso Internacional de Azeite Virgem Extra – Prémio Ovibeja que já está a receber inscrições. Este é o único concurso de âmbito internacional realizado no nosso País e o prestígio já alcançado a nível internacional permitem-lhe ocupar o 2º lugar no Best Olive Oils in the world, onde são anualmente selecionados os 50 melhores azeites do mundo:
A Ovibeja é uma Marca de inovação e de diversidade, palco da apresentação de estudos e de novidades com expressão a nível nacional.
Além da componente empresarial e de negócio, a Ovibeja é também dirigida aos públicos mais jovens, com concertos de referência e com a dinâmica ímpar das famosas “Ovinoites”. Funciona, por isso, como espaço de encontro entre pares.
A Ovibeja é organizada pela ACOS – Agricultores do Sul. (nota de imprensa)

Évora: esta tarde na Fundação Eugénio de Almeida

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Apresentação Projecto Fotográfico
Jeronimo Heitor Coelho e Nuno Simões Dias, têm o grato prazer de convidar V.(s) Exas(s) a honrar-nos com a sua presença na apresentação do projecto fotografico "Évora com Luz " e lançamento do respectivo livro .
DATA : 15 Janeiro 2014
HORA : 17h:45
LOCAL : Fórum Eugénio de Almeida - Évora
No final será servido um Cartuxa de Honra . COMPAREÇA !!!

Évora, hoje na livraria Fonte de Letras


Cendrev: Balanço de 2013 e Actividades para 2014

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Estamos a preparar os ensaios da nova produção da companhia que começam já no próximo dia 27, mas agora é o momento de tornar público o relatório da actividade que realizámos em 2013. Ainda que a cultura continue a ser o parente pobre do Orçamento de Estado, não deixámos de contribuir, com enorme esforço é verdade, para a manutenção da vida cultural da cidade património mundial e intervir na região, no país e no estrangeiro. Garantimos a obrigação do cumprimento de serviço público.
Embora o financiamento do Cendrev tenha sido reduzido em mais de 71% nos últimos quatro anos, uma brutal redução que nos está a obrigar a funcionar num quadro de enorme precariedade, conseguimos concretizar um assinalável programa de trabalho que contou com parcerias com a Universidade de Évora, Zorra Produções Artísticas, Alma D’Arame de Montemor-o-Novo, Museu da Marioneta de Lisboa, Grupo Pró-Évora, SOIR - Joaquim António de Aguiar, com a colaboração da Câmara Municipal de Évora e de algumas empresas da cidade, o apoio de alunos que realizaram os seus estágios na companhia e finalmente contámos também com o importante financiamento comunitário, através de duas candidaturas: “Bonecos de Santo Aleixo – Um Património a Preservar”, que se mantém até final de 2014 e “CULTURBE”, que terminou no final do ano. 
Em 2013 o Cendrev realizou 73 representações, das quais 43 em Évora e as restantes em digressão, que levaram a companhia ao Alandroal, Arraiolos, Barrancos, Beja, Braga, Campo Benfeito (Castro Daire), Coimbra, Covilhã, Estremoz, Faro, Flor da Rosa (Crato), Lisboa, Portel, Ravena (Itália), Salamanca (Espanha), Santiago do Cacém, Valência (Espanha) e Vila Real. Ao conjunto de espectáculos apresentados pela companhia assistiram 4.828 espectadores. A companhia efectuou este conjunto de récitas com os espectáculos – “Mister Paradise” de Tennessee Williams; “Vou ou não vou esta noite ao teatro” de Karl Valentin; “Falar Verdade a Mentir” de Almeida Garrett e com os Bonecos de Santo Aleixo. 
Para além dos espectáculos da companhia, o Cendrev acolheu em residência no Teatro Garcia de Resende um projecto teatral do Grupo Faísca e recebeu, no âmbito do projecto CULTURBE ou através do programa de intercâmbios, as companhias: ACTA – Companhia de Teatro do Algarve; Escola da Noite; Baal 17, Cena Lusófona, Companhia de Teatro de Almada; Companhia de Teatro de Braga; Lendias D’Encantar; Olga Roriz; Peripécia Teatro, Teatro das Beiras; Teatro Extremo e Teatro do Montemuro. Organizámos uma Mostra de Teatro de Mamulengo (Brasil), uma Mostra de Teatro Galego, projecto designado Troco X Troco que envolveu quatro companhias galegas e quatro portuguesas, uma Mostra de Marionetas Japonesas e a 13ª edição da Bienal Internacional de Marionetas de Évora – BIME que, para além da exposição de um espólio do Museu da Marioneta e do Seminário Internacional com o tema “Que museu para os Bonecos de Santo Aleixo”, trouxe a Évora 21 companhias que apresentaram 77 sessões no Teatro Garcia de Resende e em diversos locais do centro histórico.
Ao longo do ano de 2013 realizámos, organizámos e acolhemos em Évora 170 sessões com o envolvimento de 33.258 espectadores, nestes números contabilizamos os espectáculos da companhia, os programados pelo Cendrev e as 20 cedências decididas pela Câmara Municipal. No âmbito do trabalho de formação e sensibilização de novos públicos a companhia, para além dos apoios e empréstimos de material técnico e guarda-roupa, realizou um Workshop de 30 horas e organizou 16 visitas guiadas ao Teatro Garcia de Resende onde participaram 453 pessoas, nomeadamente jovens.  
Mais um ano carregado de dificuldades para os trabalhadores do Cendrev que mantiveram, com toda a dignidade, este projecto teatral que nasceu com a revolução de Abril, cujo 40º aniversário iremos celebrar este ano que esperamos seja também a abertura de uma nova página na relação do município com os agentes culturais.(nota de imprensa)

"Diário do Alentejo" de hoje

Petição Pública sobre a Sé de Évora está a circular na Internet

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TODOS OS DIAS SE VIOLA A CONSTITUIÇÃO NA SÉ DE ÉVORA 
Por vicissitudes históricas que são conhecidas e que remontam ao início da República, o Estado procedeu à apropriação de diversos bens imóveis pertencentes à Igreja Católica. Concorde-se ou não com o que sucedeu em 1911, a verdade é que diversos templos passaram a integrar o património do Estado, o qual desde então passou a ser responsável pela sua preservação e conservação. 
Mais tarde, numa tentativa de apaziguamento e de normalização das relações entre Estado e a Santa Sé, a Concordata de 1940 determinou que os imóveis classificados como «monumentos nacionais» e como «de interesse público», ou que o venham a ser dentro de cinco anos a contar da troca das ratificações, ficarão em propriedade do Estado com afectação permanente ao serviço da Igreja. 
Mais especificou que à Igreja incumbiria a sua guarda e regime interno, designadamente no que respeita ao horário de visitas. A concordata de 2004 manteve inalteradas estas regras. 
Entre esses casos encontra-se a Sé de Évora, imóvel pertencente ao Estado classificada como monumento nacional desde 23 de Junho de 1910. Ora até 2006, o Estado, através do IPPAR, vinha realizando algumas intervenções de conservação e recuperação deste imóvel, mantendo, igualmente, um funcionário com funções de guardaria. 
Sucede, porém, que a partir deste ano, por decisão unilateral do Cabido, sem audição prévia do Estado - proprietário, relembre-se- as portas do templo encerraram-se aos cidadãos. A entrada passou a ser condicionada ao pagamento de uma importância que reverte para os cofres da Igreja e não do Estado. A destrinça entre visitantes e fiéis passou a fazer-se de forma arbitrária com base na aparência e na indumentária do visitante, em clara violação do princípio da igualdade previsto na Constituição Portuguesa. 
As receitas, desde então, passaram a reverter para a igreja e o imóvel começou em processo de degradação acelerado. É comum encontrar "baldes" espraiados pela capela-mor para recolher a água da chuva que cai em dias de intempérie. 
O próprio destino das receitas que deveria reverter para a conservação e recuperação do imóvel é desconhecido. É nítido que o Estado se demitiu das suas responsabilidades! 
É notório que o Cabido da Sé viola regras canónicas sobre o livre acesso dos fiéis aos templos e descurando, em toda a linha, a conservação do mesmo! 
Estamos perante a maior catedral do país, classificada como monumento nacional, património de todos os portugueses, pelo que não podemos ficar indiferentes à incompetência e incapacidade das instituições de conservarem e protegerem aquilo que é de todos! 
Senhor Primeiro Ministro, Senhor Arcebispo de Évora: É altura de se respeitar a constituição; é altura de se respeitar a Concordata. A conservação e protecção deste património é uma exigência não apenas nossa, mas de todas as gerações.

Para ler e assinar a petição aqui.

Évora: homenagem a Villaret no Armazém 8

Évora: este sábado a rota das igrejas vai a São Vicente do Pigeiro

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Concentração: às 9,30H no Parque de Estacionamento da Porta da Lagoa
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