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Porto Côvo e Sines ontem à tarde
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Palavras, coisas e mudanças
"A coisa nenhuma deveria ser dado um nome, pois há perigo de que esse nome a transforme", disse Virginia Wolf nos inícios do século XX. Como estamos a estrear um ano novinho em folha, como as palavras são uma das matérias-primas das crónicas, como há um orçamento novo e um plano de atividades novo de um executivo novo numa Cidade antiga que é Évora, resolvi juntar este alerta de Virginia Wolf, e rebuscado exagero literário, a uma prática que descobri, não sem algum tempo de reflexão, no novo governo da Cidade.
O orçamento já está aprovado e, em princípio, porá a trabalhar como se propuseram a fazê-lo e os eborenses, vá, a maioria dos eborenses que quis votar, escolheu, os elementos do novo executivo municipal, que é como quem diz presidente e vereadores. Nestes dois primeiros meses não era previsível que muito se fizesse, ainda que afanosamente se tenham divulgado inúmeras iniciativas que, a maioria órfã de quem as gerou, foram perfilhadas por quem se deverá encarregar do seu destino. É normal, já que ao fim de 12 anos, haverá programas e projetos que não poderão ter ultrapassado a fase de adolescência, o que já não aconteceria se tivessem uma consolidação de 20 e tal anos. Mas adiante. O que me traz hoje aqui é o aspeto inovador do plano de atividades que se propõe começar agora e cumprir até 2017, em princípio.
E inovador em quê, perguntar-me-ão desconfiados, com este aparente elogio vindo de vereadora da oposição. Pois bem, o plano de atividades é inovador no uso de palavras. Dar-vos-ei um exemplo só, para já e para não vos maçar mais, e porque outros poderão voltar às crónicas, uma vez que visitarei o documento várias vezes. Além de que, julgo eu que poderão consultar os outros, nos meios de comunicação municipal, e avaliá-los em relação direta. O exemplo é de como, de repente, o plano de atividades e o orçamento passaram a referir-se expressamente à Câmara Municipal de Évora como Município de Évora. Com a insistência quase que parecia que estávamos a ver as palavras a negrito, com direito a abreviatura nova e tudo e que se pode ler MÉvr. Assim mesmo. E admito que levei algum tempo a perceber o porquê desta nova forma de se referirem, e presumo que desejarem que nos refiramos, à Câmara.
A CME passar a MÉvr, porquê? Eu que até acho graça, e uso com afeto, a corruptela popular de “cambra”, fiquei mesmo a matutar no assunto. Depois de algumas voltas aos últimos quatro anos, relembrando as intervenções de ex-membros da oposição agora governantes ou a eles chegados, em diferentes lugares, percebi finalmente uma possível razão. É que ao fim de 12 anos a tentarem, persistentemente, denegrir a imagem da Câmara Municipal de Évora, até quando esta era pública, nacional e internacionalmente reconhecida, a Câmara e não apenas a Cidade, teriam agora de se querer livrar dessa mancha que eles próprios derramaram e rebatizar então a “coisa” com novo nome de Município de Évora ou, na sua versão “diminutivo-nickname”, MÉvr. Pronto, aparentemente deslindada esta curiosidade, outras haverá que trarão assunto com elas.
Até para a semana.
Cláudia Sousa Pereira - (crónica na Rádio Diana)
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Évora: de novo, "Inverno" de Jon Foss, na Bruxa Teatro, de quarta a sábado.
Um banco na rua. Um quarto de hotel. Uma mulher, um homem. Duas pessoas que se encontram. Estranhos, na cidade. Ambos se desejam mas...
Resta um silêncio entre as pessoas, silêncio que deixa adivinhar a necessidade de amor que os anima a ambos?
Uma peça sobre o amor que Fosse enaltece com uma linguagem minimalista e musical.
Palavras soltas, monossílabos, silêncios: discursos que nascem no pensamento mas que nas palavras por dizer, exprimem o drama dos amores impossíveis?
‘Inverno’ metáfora dum tempo que finda e dum tempo cujo futuro se desconhece.
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Duas pessoas, social e profissionalmente separadas poderão aspirar a quê? Mais do que um teatro do quotidiano, mais do que um ‘fait-divers’, um teatro social, logo político.
No caminho que, desde há dez anos escolhido pela ‘a BRUXA teatro’, se cruzam a ousadia e a pertinência dos textos contemporâneos. Com a provocação e a surpresa que cada espectáculo encerra.
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tradução
PEDRO PORTO FERNANDES
encenação e concepção plástica
FIGUEIRA CID
com
ANA LEITÃO e FIGUEIRA CID
M/18
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até 18 Janeiro | quarta a sábado | 21.30
rua do eborim | espaço celeiros | évora
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A irmã Lúcia ao Panteão!
Agora que se fala da possível (mais que certa!) transladação do Eusébio para o Panteão Nacional, onde repousam os heróis nacionais, seria de elementar justiça proceder de igual modo para com os restos mortais da irmã Lúcia. Com efeito, a irmã Lúcia levou o nome de Portugal tão longe ou mesmo mais do que Eusébio tendo premonizado…atenção! a queda da União Soviética e do comunismo, o que de facto se cumpriu (o PCP não caiu mas é, objectivamente um aliado da direita – veja-se a moderação com que, sob a sua batuta, são contestadas as medidas impopulares do Governo e os louvores que recebe, em troca, dos bem pensantes da direita). Estou certo de que Fátima mobiliza e mobilizará muito mais cidadãos do Mundo do que a estátua do Ronaldo…desculpem, do Eusébio, com ou mesmo, sem cascóis.
Há uma outra razão que reforça esta proposta: completar-se-iam, no Panteão Nacional, os representantes dos três Fs em que o fascismo se apoiou: Fátima, Futebol e Fado.
Fátima é hoje venerada por milhões de crentes de todo o Mundo e tem uma vantagem acrescida relativamente ao Eusébio: não induz em erro pois nenhum ignorante terá a peregrina ideia de localizar Portugal entre os países africanos. Portanto, na qualidade de embaixadora, Lúcia cumpre, de longe, com mais rigor a sua função.
É certo que Eusébio é “Património nacional” decretado por Salazar, ao contrário da irmã Lúcia. Et pour cause! Ele cumpriu uma função importantíssima caucionando o conceito propagado internacionalmente pelo Estado Novo, de que Portugal era um “Estado multicontinental e multirracial”. Eusébio, que o povo idolatrava, era o “preto” de serviço, ao serviço dos interesses do fascismo. Nunca se preocuparam em ensinar-lhe o quer que seja nem remunerar condignamente a sua mestria natural desenvolvida nos subúrbios pobres de Lourenço Marques; e quando quis ir para Itália, barram-lhe a fronteira.
Na mesma época, Baptista Pereira atravessou os 34 km do Canal da Mancha, a nado, batendo o recorde mundial e levando o nome de Portugal para as manchetes dos jornais, em todo o Mundo. Mas esse era…comunista, e rapidamente o puseram em repouso emCaxias-sur-mer. Deste não reza a história mas quem estiver interessado em o conhecer, leia o romance de Soeiro Pereira Gomes, Esteiros, onde o “Gineto” já revelava grandes qualidades de nadador.
Amália Rodrigues, cujo colo me ajudou a suportar, enquanto criança, umas quantas noitadas na Lisboa de então (o acesso não era ainda condicionado pela idade!) foi igualmente aproveitada pelo poder político para narcotizar o povo na cultura do fatalismo e da desgraça. Terá aproveitado as mordomias de que foi objecto mas duvido que se tenha deixado impregnar ideologicamente. A esquerda de então (cuja semelhança com a esquerda actual é pura coincidência) apelidou, e bem, o fado de “ópio do povo”, adjectivo que se aplicava com igual propriedade á religião paroquial e ao futebol.
O fascismo utilizou habilmente os elementos mobilizadores dos sentimentos populares mais simples, que lhe estavam à mão, para narcotizar as potenciais reacções à sua política: o futebol, o fado e a aparição de Fátima. Muito pouco mudou de então para cá. Vimos os dirigentes políticos nacionais, da direita à esquerda, carpir, associando-se à idolatria de um homem simples e simpático, indubitavelmente talentoso, mas alheio, creio, às maquinações de que foi alvo.
Mas eu volto à irmã Lúcia. Dos três “heróis” nacionais foi quem premonizou, em Portugal, o “trambolhão” político e ideológico com maiores repercussões mundiais, que maior número de pessoas mobiliza anualmente e que inspira uma das actividades empresariais mais lucrativas… e patrióticas pois creio que, para efeitos fiscais, ainda não estará sediada na Holanda.
Por todas estas razões apoio a transladação dos restos mortais da irmã Maria Lúcia, falecida em 2005, para o Panteão Nacional, convicto de que, tratando-se de uma pequena urna de ossadas, não pesará demasiado no orçamento da Assembleia da República.
Jorge Araújo
Prof. Emérito da Universidade de Évora (aqui)
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Évora: esta noite na Igreja de São Vicente . "Cruzamentos"
- Hoje, 21:30, Igreja de São Vicente, ÉvoraJosé Alberto Ferreirasobre Italo Calvino, Seis propostas para o próximo milénioCruzamentos é um grupo de leitura que se dedica a autores e textos do pensamento contemporâneo em regime de 'close reading' (leitura de detalhe, leitura de proximidade).Em cada sessão, um leitor-guia propõe um texto para ler em detalhe com o grupo. Os textos são de Gianni Vattimo, Ludwig Wittgenstein, Mikhail Bakhtine, Italo Calvino, Fernando Gil, Alain Badiou, José Marinho, para um encontro que fica marcado para a segunda 4ª-feira de cada mês (ver calendário abaixo).A inscrição é obrigatória (2€ / sessão, 10€ a totalidade das sessões). Os textos serão fornecidos aquando da inscrição, para leitura prévia. As sessões decorrem na Igreja de São Vicente, e começam às 21h 30.
aqui: https://www.facebook.com/events/419100741528782/
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Protagonistas
1 – Esta semana está naturalmente marcada pelo desaparecimento de Eusébio.
O país e o mundo renderam-se em homenagens e lágrimas ao Homem e ao desportista que imortalizou um estilo e averbou vitórias para o seu clube de sempre e para Portugal, engrandecendo as suas gentes e elevando bem alto o nome do país.
Portugal e o mundo homenagearam também na morte e luto de Eusébio todos os portugueses e portuguesas que como ele souberam ser maiores, para além dos momentos da glória efémera e por isso perduram muito para além do seu desaparecimento físico nesta existência terrena que é a vida.
Resta agora esperar que o país político, leia-se a Assembleia da República, saiba também cumprir com o seu papel, propondo a trasladação, a devido tempo, dos restos mortais de Eusébio para o Panteão Nacional, porque um país e um povo têm o dever de honrar a história e memória dos seus heróis e este é o caso.
2 – Passado por esta tragédia nacional para um segundo plano, o país reflecte, ainda, a mensagem de ano novo de Cavaco Silva onde faltaram referências a uma europa agora mais preocupada com os resultados do programa de ajustamento em Portugal.
Vem esta nota a propósito da europa a que pertencemos parecer ter agora despertado para os factos menos bons do programa de ajustamento que o país vem assumindo desde a sua falência em 2011, e à visita de parlamentares europeus, incluindo 5 portugueses, que supostamente vieram “avaliar” o impacto das medidas da troika.
É caso para dizer que chegaram tarde e a más horas e apenas se juntaram ao inúmero coro de fazedores de milagres que por cá temos sem nunca se perceber muito bem o que fariam de diferente, se fossem eles governo.
Fica claro que esta visita já se faz numa onda de proximidade de eleições europeias e se de facto a europa não tem sabido cuidar dos seus é também facto relevante que devemos assumir um protagonismo de intervenção europeia mais activo e exigente.
Quanto aos protagonistas, acredito que o PSD repetirá a bejense Professora Maria da Graça Carvalho, que recebeu o prémio melhor deputado ao Parlamento Europeu, em 2011.
No PS, Zorrinho na direcção do laboratório de ideias e na coordenação do programa do partido para 2015, pode ver cair por terra o sonho que já Guterres adiara em 1999 e, afastado que estará desta corrida António Serrano, pode repetir Capoulas Santos o lugar elegível que o torna hoje um dos mais conhecidos eurodeputados portugueses com trabalho e resultados visíveis nos temas da PAC.
No PCP, com João Oliveira na liderança da bancada parlamentar e Pinto de Sá na presidência da Câmara de Évora, tudo aponta para que o representante Alentejano nas listas possa sair das estruturas do Baixo Alentejo ou do Litoral Alentejano, ainda que em lugar não elegível.
Aguardemos pois, com expectativa, quais os actores políticos da região que integram as listas, por acreditar deles ser também o dever de lutar por um Alentejo mais desenvolvido economicamente, socialmente mais justo e capacitado para o esforço épico de (quase) refundar o país.
Continuação de Boa Semana
Silvino Alhinho (crónica na rádio Diana)
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Bispo de Beja: fado, futebol e Fátima
O Bispo de Beja considera Eusébio um “símbolo da identidade nacional” e o “maior embaixador de Portugal nos últimos 50 anos”.
Na sua Nota Semanal enviada à Rádio Pax, D. António Vitalino Dantas recorda o jogador do Benfica que faleceu no último Domingo. O prelado lembra que quando estudou na Alemanha, em 1966, muitos colegas só identificavam Portugal como o país de Eusébio.
“Eusébio foi realmente o primeiro e maior futebolista da África e de Portugal e um grande embaixador de Moçambique e do nosso país”, realça o Bispo de Beja enquanto enaltece as suas qualidades: “humildade, simplicidade e humanidade”.
Segundo D. António Vitalino Dantas, “na origem das qualidades humanas desta grande figura estava uma mãe, uma família, que lhe transmitiu os valores que o tornam digno da nossa admiração, não apenas como herói do futebol, mas também como modelo de homem”. Por isso não tem dúvidas que, “Eusébio ficará para a história como um dos símbolos da nossa identidade, assim como o é Amália Rodrigues pela música e Fátima para os católicos”.
O prelado espera que “continuemos a aprender com Eusébio estas virtudes fundamentais das relações humanas, e não nos contentemos com admirar apenas o seu génio futebolístico”. (aqui)
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Évora: Assembleia Municipal aprovou representantes, orçamento e taxas
A Assembleia Municipal de Évora aprovou, na sessão de 27 de Dezembro, por votação secreta, a constituição das representações da Assembleia em vários órgãos institucionais, que incluem os seguintes munícipes: Conselho Cinegético Municipal (Luís Ramalho – Presidente da Junta de Freguesia de S. Miguel de Machede); Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (Manuel Recto – Junta de Freguesia de S. Bento do Mato); Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Évora (Maria José Coruche –CDU; Paula Nobre de Deus – PS; Maria dos Anjos Silveiro - PSD; e Cândida Cardoso - BE); Conselho Municipal de Educação (Gertrudes Pastor, Presidente da União de Freguesias do Bacelo e Sra. da Saúde); Conselho Municipal de Segurança de Évora (Isidro Lobo, Elmina Lopes, Ana Carvalho, Paulo Anjos (CDU); João Lázaro, Rui Rosado, Elsa Teigão (PS); José Policarpo, Gaudêncio Cabral (PSD); e José Manuel Dias (BE); Conselho Consultivo do Hospital de Espírito Santo de Évora (António Jara); e Conselho da Comunidade do Agrupamento dos Centros de Saúde do Alentejo Central II (Bernardino Páscoa). A eleição para o Conselho Municipal de Juventude de Évora ficou adiada para a próxima sessão.
A proposta sobre as Opções do Plano e Orçamento para 2014 foi apresentada pelo Presidente da Câmara Municipal, Carlos Pinto de Sá, debatida pelos diversos grupos políticos e votada com os seguintes resultados: as Opções do Plano foram aprovadas com 16 votos a favor (CDU) e 17 abstenções (BE, PS e PSD), enquanto o Orçamento mereceu aprovação com 16 votos favoráveis da CDU, 4 abstenções (BE e PSD) e 13 votos contra (PS). Como explicou o autarca eborense, trata-se de um Orçamento de 93 milhões e duzentos e vinte mil euros, tendo os documentos elaborados em conta o quadro de pesadas condicionantes económicas e financeiras existentes, derivadas da crise nacional e da crítica situação financeira da autarquia. Salientou as linhas programáticas e frisou, entre outros aspetos, a atenção que vão dar às comemorações dos 40 anos da revolução de abril.
Foi tomado conhecimento da informação do Presidente da Câmara Municipal acerca da atividade financeira do Município entre 21 de Outubro e 30 de Novembro, e aprovada por unanimidade a proposta de Mapa de Pessoal do Município para 2014; a autorização prévia para assunção de compromissos plurianuais, no âmbito da Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso - Lei nº 8/2012, de 21 de fevereiro; e a autorização para contração de eventuais empréstimos de curto prazo pelo Município em 2014.
A proposta de Regulamento da Tabela e de Taxas e Outras Receitas do Município de Évora para 2014 foi aprovada com 32 votos favoráveis (16 da CDU, 13 do PS, 3 do PSD) e 1 um voto contra do BE. Esta alteração incide apenas na obrigação legal de atualização dos valores, prevendo-se, assim que houver possibilidade, a revisão do Regulamento.
No período antes da Ordem do Dia foram aprovadas quatro moções, um requerimento e uma recomendação. Assim, uma moção apresentada por Duarte Guerreiro (CDU) - crítica da situação económica e política de 2013 e das perspetivas para 2014, solicitando a mudança de políticas para o Alentejo e Portugal - foi aprovada com 30 votos a favor (CDU, BE e PS) e 3 votos contra (PSD).
Uma moção de Bruno Martins (BE) de repúdio pela retenção de verbas dos municípios, inscrita no Orçamento de Estado para 2014, foi aprovada com 30 votos a favor (BE, CDU e PS) e 3 abstenções (PSD).
Luis Garcia (CDU) foi o primeiro subscritor de uma moção da CDU em defesa da instalação do Museu da Música em Évora, que foi aprovada por unanimidade. Foi igualmente aprovada, por unanimidade, uma moção subscrita por João Simas (CDU), sobre o falecimento de Nelson Mandela.
O Grupo Municipal do PS, através de Paula de Deus (PS), endereçou um requerimento, em que a Assembleia Municipal requer ao Hospital do Espírito Santo informação sobre a razão pela qual a Viatura de Emergência Médica (VMER) não se encontra operacional, que mereceu aprovação unânime.
Bruno Martins (BE) apresentou ainda uma recomendação sobre a exploração mineira para a zona da Boa-Fé, que foi igualmente aprovada por unanimidade.(Nota de imprensa)
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Novos projectos de investimento aprovados pelo INALENTEJO
A Autoridade de Gestão do INALENTEJO aprovou mais 36 projectos de investimento promovidos por microempresas do Alentejo, no âmbito do Sistema de Incentivos às Microempresas do Interior, cujo investimento total ascende a 1,5 milhões de euros, com um incentivo FEDER associado de 782 mil euros, os quais vão permitir a criação de mais 49 novos postos de trabalho, com um prémio à criação de postos de trabalho de 478 mil euros.
Os projectos agora aprovados correspondem à V e última Fase do Sistema de Incentivos às Microempresas do Interior, cujo concurso encerrou no passado dia 9 de Dezembro, dando oportunidade às microempresas para apresentarem as suas candidaturas a apoios, quer de promoção do investimento, quer de apoio à criação de postos de trabalho, ainda no âmbito deste Quadro Comunitário de Apoio 2007-2013. Os projectos aprovados abrangem diversos concelhos da Região Alentejo e enquadram-se em sectores de actividade diversificados, que passam pelo turismo, comércio, indústria e serviços.
No total das fases de concurso, no âmbito deste Sistema de Incentivos às Microempresas, o INALENTEJO já apoiou 108 microempresas da Região Alentejo, permitindo a criação de 158 novos postos de trabalho. O investimento total a realizar associado a estes apoios ascende a 2,7 milhões de euros, a que corresponde um incentivo FEDER total de 2,4 milhões euros e um prémio total à criação de postos de trabalho de 1,6 milhões de euros.
O Sistema de Incentivos às Microempresas do Interior, que se enquadra no programa Valorizar – Criar Valor com o Território, é um sistema simplificado de incentivos, que se aplica-se a projectos de investimento inferior a 5 mil euros, ou igual ou superior a 5 mil euros, mas inferior a 25 mil euros nas freguesias não rurais, e à criação de até 2 postos de trabalho durante 12 meses. (nota de imprensa da CCDRA)
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Comemorar Michel Giacometti este sábado em Vila Verde de Ficalho
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A morte de um tempo
Eusébio morreu no passado domingo. Dito assim, parece que apenas morreu um homem, genial futebolista, produtor de alegrias colectivas num tempo de chumbo, onde uma imperava uma feroz ditadura.
Mas se foi apenas um homem que morreu, como justificar esta comoção generalizada, que arrastou quase toda a gente, incluindo aqueles que nunca o viram jogar e aqueles que detestavam que os seus golos e jogadas fossem a fonte de derrotas dos clubes da sua paixão?
Parece-me que cada um dos que choraram a sua morte, o fizeram por uma razão diferente.
Houve quem lamentasse a perda de um símbolo do seu clube, quem chorasse o desaparecimento do ídolo que quase levou Portugal ao título mundial, quem valorizasse o homem pobre que vindo de longe se afirmou como um herói popular.
Eusébio não era apenas um símbolo. Era uma figura mítica com a capacidade de representar aquilo que de melhor parece a cada um. Seja um tempo, uma forma de estar, um lampejo de genialidade ou uma espécie de vingança sobre as inevitabilidades.
Para mim, Eusébio era o “mais custoso” dos bonecos da bola, aquele que me impedia de acabar as colecções.
Era aquele que me irritava quando passeava a sua classe pelo campo do Barreirense, impedindo a vitória do meu clube e que eu achava que nem era nada de especial.
Era a figura central das histórias que ouvi contar tantas vezes que, apesar de ter apenas 6 anos aquando do mundial de 66, tive sempre a sensação que assisti a todos os jogos e memorizei todas jogadas fantásticas que deram aquelas tão cantadas vitórias.
Eusébio era sempre o que cada um de nós queria ser quando jogávamos à bola na rua da fábrica dos chocolates, utilizando o portão da fábrica como baliza.
Até quando chorávamos, depois de aparatosas quedas no alcatrão, desejávamos fazê-lo como vimos mil vezes o Eusébio fazer após aquela derrota injusta com os ingleses.
Cada um chorou a perda de Eusébio onde mais lhe doeu. Eu senti a morte do “pantera negra” como a morte da minha infância.
Até para a semana
Eduardo Luciano (crónica na Rádio Diana)
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Évora: sobre a SRU
Qual a posição deste executivo perante a Sociedade de Reabilitação Urbana de Évora:
Caro presidente Carlos Pinto de Sá, qual a posição sua e do seu executivo perante a inoperância da sociedade de Reabilitação Urbana de Évora, fundada pela Câmara Municipal e que se encontra inoperacional, que é fantasma, que ninguém sabe o que faz, que se esconde e que nunca aparece em lado nenhum:
1) É para manter esta situação e continuarem a gastar-se verbas em ordenados sem o respectivo trabalho executado como contrapartida?
2) É para remodelar e começar a funcionar dentro das suas competências e obrigações?
3) É para extinguir e acabar-se com esta pouca vergonha de uma vez por todas?
Como é? em que ficamos? Despache-se a decidir porque é o erário público, ou seja o dinheiro de todos nós que está a pagar esta situação!
Anónimo
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Capa do DA de amanhã
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Câmara e Juntas de Castro Verde vão repor as 35 horas semanais
Realizou-se hoje, 9 de janeiro, no edifício dos Paços do Município, a assinatura dos Acordos Coletivos de Entidade Empregadora Pública entre o STAL – Sindicato Nacional dos Trabalhadores e o Município de Castro Verde e Juntas de Freguesia do concelho. Os acordos contemplam a reposição das 35 horas de trabalho semanais para os trabalhadores da Câmara Municipal de Castro Verde e das Juntas de Freguesia de Entradas, Santa Bárbara de Padrões, São Marcos da Atabueira e União de Freguesias de Castro Verde e Casével.
Desde o início deste processo, que a Câmara Municipal de Castro Verde tem demonstrado, publicamente, a sua discordância perante a Lei que obrigava o funcionalismo público a cumprir o horário das 40 horas de trabalho semanais. No entanto, segundo Francisco Duarte, Presidente do Município, “esta é uma Lei aprovada em Assembleia da República, motivo pelo qual os trabalhadores da Câmara Municipal de Castro Verde têm estado a cumprir o horário de 40 horas. O STAL propôs-nos estes Acordos Coletivos de Trabalho que permitirão reduzir esse horário para a situação anterior, portanto, optámos por subscrevê-los”.
Na assinatura dos acordos, Vasco Santana, do STAL, referiu também que “o Sindicato entende que este horário das 40 horas não favorece, em nada, quer os trabalhadores, quer os municípios e as juntas de freguesia. Como estes têm o mesmo entendimento, decidimos proceder a esta negociação, a qual culminou hoje com a assinatura destes acordos, que terão que seguir os trâmites necessários para poder entrar em vigor o mais rapidamente possível”.
Os acordos hoje celebrados serão agora encaminhados para a Secretaria de Estado da Administração Pública, para homologação do Secretário de Estado e publicação em Diário da República e, se vierem a ser aprovados ditarão o retorno ao horário de trabalho das 35 horas semanais para os trabalhadores das autarquias do concelho de Castro Verde. (nota de imprensa)
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Situação já terá sido resolvida (22H)
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Estranho, no mínimo...
Esta noite três homens barricaram-se numa habitação em Montemor-o-NovoFotografia © Luis Pardal - Global Imagens
O facto de haver armas dentro de casa levou a GNR a reforçar o dispositivo com uma equipa de "forças especiais" de Évora
Os três alegados assaltantes, que se suspeitava, hoje ao final da tarde, estarem barricados numa casa em Montemor-o-Novo, terão fugido antes mesmo da GNR chegar ao local.
Segundo fonte local desta força de segurança, as proprietárias, mãe e filha, foram surpreendidas, ao entrar na sua residência, por três homem que se encontravam já no interior e que as empurraram para fora. Segundo testemunharam à GNR, um dos homens gritou-lhes que se fossem embora. Em pânico, fecharam a porta, deixando os desconhecidos "barricados" na residência, uma vivenda de dois pisos, no centro daquela vila. Chamaram a GNR da localidade que, de imediato enviaram os seus carros patrulha. Numa primeira abordagem, as autoridades pensaram tratar-se de uma situação de barricados e, tendo tomado conhecimento pela proprietária, que havia "várias armas de caça" em casa, chamaram um reforço de "forças especiais" de Évora.
Cerca de 25 militares foram destacados para o local, 10 dos quais das equipas mais "musculadas", e fizeram o cerco à moradia. Avaliada todo o cenário e tomadas as medidas de segurança, foi feita a entrada na casa que se constatou estar remexida, mas sem os indivíduos. A GNR vai agora investigar o caso.
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Hoje no Armazém 8, em Évora.
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O EXAME DOS PROFESSORES E DOS POLÍTICOS
Neste país surrealista em que vivemos, assistimos agora à negação pelo próprio Ministro da Educação, ao criar uma prova extra, de todas as formações e qualificações que o Ministério que dirige concedeu, ao longo de anos e anos, quer através de instituições de ensino superior, quer através dos institutos politécnicos. Isto sem sequer suscitar qualquer hipótese, ainda que vaga, de reestruturar, alterar ou até fechar alguns dos cursos e das instituições de que parece agora duvidar.
Sem coragem para atacar os interesses instalados em muitas universidades privadas, em variados institutos politécnicos e outros ainda piores, onde muitos políticos do PSD têm o seu tachinho, prefere atacar os fracos, simulando assim uma atitude de rigor e exigência.
Rigor e exigência seria ter a coragem de encerrar muitas dessas universidades privadas e intitutos politécnicos, verdadeiras fábricas de desempregados, onde durante anos e anos se vendeu gato por lebre, onde os governantes desempregados, quando “caem” na oposição, vão fazer um bico enquanto não chega a hora de “ir novamente ao pote”, muitas delas ligadas a escândalos de que todos nos lembramos bem, como é o caso da Moderna, da celebérrima Independente e, mais recentemente da Lusófona com o estranho caso Relvas e não só. Isso sim, é que seria rigor e exigência, coragem e discernimento.
Em vez disso, assistimos à criação de um exame absurdo e completamente destituído de sentido que não resolve nada a não ser a necessidade do Ministério reduzir o seu orçamento, despedindo pessoal. Mas isso poderia ser feito com alguma dignidade quer para o Ministério, quer para os professores, o que não é o caso.
Temos assim um Ministro que tem a mania dos exames para resolver tudo. Penso que o que ele deveria fazer era aplicar esta solução aos seus colegas de governo. Esses sim, é que precisavam de fazer exame, a começar pelo Primeiro que, embora tenha entrado na Universidade Pública, que abandonou certamente por as coisas aí não lhe correrem bem, acabou por optar pela facilidade das privadas para concluir o curso em 2001, aos 37 anos de idade, na Lusíada. Isto é que são bons alunos! Deve ser este percurso académico de sucesso ( a fazer vagamente lembrar o do “outro”) que lhe dá autoridade moral para que o Ministro da Educação do seu governo venha agora impor aos professores, alguns formados em universidades muito mais sérias e exigentes, mais um exame extra. Acho que o ministro Crato deveria começar por lhe apresentar um exame de Direito Constitucional, cadeira que, por razões óbvias, ele nunca fez.
Em seguida, podia continuar a aplicar a medida à sua própria equipa, já que o Secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, licenciado também numa privada, a Lusófona, já nossa conhecida do caso Relvas, e uma das piores do país, foi ele próprio orientador de estágio e professor nos cursos de pós-graduação na área da educação na Universidade Fernando Pessoa, outra privada. Este senhor omite sistematicamente nos seus elementos biográficos o ano da conclusão da sua licenciatura e a média final. Mas podemos fazer contas: se nasceu em 1957 e a Lusófona só foi fundada em 1986, mesmo que seja da primeira fornada, terá concluído o curso em 1990, isto é, com 33 aninhos de idade. Deve ser isso que fez dele um génio talhado para funções dirigentes no Ministério da Educação. E é entre gente desta que o Ministro Crato, cujo lema é rigor e exigência, recruta o seu staff. Se Crato se reserva o direito de duvidar das habilitações dos professores, não deveria então duvidar também da formação destes senhores, formados nos mesmos sítios e eles próprios formadores dos professores agora sob suspeição?
Também o Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, conforme consta do seu currículo, publicado em Diário da República de 22-11-2013, foi formador de professores desde 2001 e Director do Centro de Formação de Professores Leonardo Coimbra entre 2002 e 2011, tendo como formação superior um Curso de Estudos Superiores especializados em Administração Escolar, tirado no Instituto Superior de Ciências Educativas, concluído em 1993, aos 35 anos, depois de ter tirado o Magistério Primário em 1980. Intrigada com esta misteriosa formação do Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, fui investigar na Net o que era o Instituto Superior de Ciências Educativas e descobri que se trata de um Instituto Politécnico, em Ramada-Odivelas, fundado em 1984( dos tais que floresceram sob o cavaquismo) e, ao que parece, já extinto, que fazia formação na área da Educação, Desporto e Turismo basicamente, oferecendo um curso de Formação de Formadores ao lado de uma especialização em Gerontologia. Afinal o Secretário de Estado que, numa atitude de rigor e exigência, exige aos professores um exame adicional, tirou o seu curso superior aos 35 anos, num politécnico em Odivelas. Depois, fez um mestrado na Universidade Portucalense, outra privada, em 2007, e na mesma Universidade fez a parte curricular de um doutouramento em Educação em 2008. Esta gente gosta de estudar é nas privadas e nos politécnicos. Fazem licenciaturas relâmpago, mestrados e doutoramentos em três tempos, ora são formadores, ora são formandos, no intervalo vão fazer uma perninha numa Direcção Regional ou num gabinete de estudos, tudo muito bem pago, é claro, que esta gente gosta tanto de canudos como de dinheiro ( de saber é que nem por isso) e agora, ao fim de dez anos ou mais a viver no sistema, no qual se formaram e foram formadores, vêm pô-lo em questão, arruinando a vida dos outros, nunca a deles, é claro. Afinal o staff que o Ministro Crato elegeu para o seu gabinete, tem todo o seu passado ou nas privadas ou em institutos politécnicos. Podemos então concluir que o Ministro Crato desconfia desta gente para ensinar no Ensino Básico mas vê nela capacidades para dirigentes ministeriais e é aí que vai afinal recrutar o pessoal do seu gabinete ministerial. Não dá para perceber. Era com isto que Crato devia acabar mas afinal é isto que promove no seu gabinete. O caso do ministro Crato, à volta do qual se haviam gerado tantas expectativas, confirma cabalmente a máxima, tanta vezes citada, de que o poder corrompe.
Ficamos nós a saber que é esta gente que nunca fez uma licenciatura a sério, que nunca passou por um estágio, que se limitou a fazer cursos manhosos e tardios em instituições obscuras e sem prestígio, com médias que eles próprios se envergonham de confessar, a mesma que vem agora despudoradamente exigir aos professores que façam mais um exame adicional . Ficamos também a saber que é este tipo de gente que pulula nos gabinetes ministeriais, vivendo luxuosamente e com toda a pompa à custa do contribuinte pagante, cuja vida destroem a cada dia que passa.
Alíás mais de metade do governo vem das universidades privadas, como é o caso do Primeiro Ministro, da Ministra das Finanças ou da Ministra da Justiça, o que pode explicar o fraco desempenho governativo, o vazio de ideias, a ausência de um verdadeiro debate de ideias, a falta de visão estratégica para o país ou a falta de uma cultura humanista, centrada na pessoa humana. E sejamos claros e digamos as coisas sem rodeios: eu, que nasci em 58, sou da geração que teve de lutar contra o “numerus clausus”. Quando me candidatei ao Ensino Superior, pelo fim dos anos 70, não havia privadas. Foi por essa altura aliás que surgiu a Universidade Livre, da qual nasceu mais tarde a Lusíada. Eu própria, receando o numerus clausus, procurei essa universidade mas, percebendo, apesar de ser muito jovem, que aquilo não passava de uma banca de negócios, saí daquele edifício, situado então nas Picoas, com a firme decisão de ir para casa estudar afincadamente a fim de passar o então Exame de admissão ao Ensino Superior, entrar na Pública e fazer um curso com seriedade porque comprar um diploma à custa do dinheiro dos meus pais não era coisa que me interessasse. Cedo aprendi que não devemos escolher o caminho mais fácil. Assim, depois de meses de estudo, passei o exame de admissão, entrei na Faculdade de Letras e aí fiz a minha licenciatura tendo como docentes os grandes nomes da literatura em Portugal. Achava eu na altura que os mediocres não iriam longe na vida mas agora, que já não há Soares nem Cunhal, eles apanharam a cadeira do poder vazia e, descaradamente, sentaram-se nela, ainda que não tenham estatura para ela. Portanto, quer enquanto estudante, quer mais tarde como professora, sei bem que quem procurava ou procura este tipo de escolas são os alunos fracos que não conseguem entrar na Pública ou, quando o conseguem, não se conseguem depois aguentar, como é o caso de Passos Coelho que, embora tenha entrado na Pública, não se aguentou e foi acabar o curso, anos mais tarde, na privada, já perto dos 40 anos. Percurso típico do aluno fraquinho, que só vai acabar o curso porque precisa de se afirmar lá na empresa e um canudo dá sempre jeito. O título é o que os move, não o conhecimento. Fazem tudo por um canudo, menos queimar as pestanas.
Contudo, e apesar de tudo isto ser muito triste e mesmo deprimente, o caso mais aterrador parece-me ser o do Ministro Mota Soares, que se formou na Universidade Internacional, considerada, a par da famosa Independente, a pior do país e fechada compulsivamente pelo Governo em 2009. Pois foi aí, na pior Universidade do país, que o Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social fez a sua licenciatura com uma mediazinha de 11(onze!!!) valores. Não há dúvida que tem perfil ministerial !! E é este génio, sem qualquer preparação técnica, com meia duzia de cadeiras feitas a trouxe-mouxe, quem comanda os destinos dos desempregados e dos reformados deste país. Isto é absolutamente assustador, ainda por cima com os graves problemas que ameaçam a Segurança Social..
São personagens perfeitamente queirosianas a mostrar que Portugal continua um país, inculto, falhado, iludido e desacreditado, incapaz de se regenerar, a soçobrar, exangue, sob as sanguessugas que o asfixiam. É afinal esta gente sem background, sem cultura, sem competência, sem estrutura intelectual (ou outra) que está a destruir segura e paulatinamente, perante a nossa passividade, aquilo que a geração anterior, a que passou pela guerra colonial, a que lutou contra a ditadura, a que sofreu o exílio lá fora, construiu muitas vezes com prejuízo das suas carreiras e vidas pessoais. É esta geração, que cresceu placidamente à sombra da democracia, que acalentámos indulgentemente durante anos nas escolas portuguesas, formada nas universidades privadas do cavaquismo, sem competência técnica nem cultura humanista, que hoje destrói aquilo que a sociedade europeia do pós-guerra e a geração que lutou contra o nazismo construiu a pulso, provocando um retrocesso social que nos atira de novo para a pobreza do séc.XIX, com a precaridade no trabalho, a exploração laboral, o desemprego, a emigração, a falta de assistência na saúde e na velhice.
E pensar que foi o povo que lhes entregou a cadeira do poder, depois de a ter entregue a Sócrates e depois de eleger Cavaco, para dizer de cada uma das vezes que afinal foi enganado. Apetece-me citar aqui alguém que disse: “ Se há um idiota no poder, os que o elegeram, estão bem representados.”
Maria do Rosário Capoulas Santos
Professora aposentada (texto enviado por email)
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