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Évora: cinema da emigração na Fonte de Letras

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O Barco de Papelão, de José Vieira, 2010, na Fonte de Letras. 16 Junho, 18h

Foi ao passar na autoestrada que dei com este estranho acampamento de refugiados, povoado de ciganos da Roménia (roms). Um bairro de lata no meio das árvores, entalado entre as faixas da autoestrada A10. Por instantes, pareceu-me um flash back. Mas era apenas a actualidade de uma história que nunca mais acaba, a das pessoas obrigadas a deixar tudo para exorcizarem a pobreza. Quis compreender que êxodo era aquele, de onde vinham aquelas pessoas, quem eram estes «estranhos estrangeiros», como o foram outrora os portugueses e argelinos habitantes dos bairros de lata que havia em redor de Paris. Ao filmá-los, quis torná-los familiares, para destruir os preconceitos que temos a seu respeito e contar um pouco da sua história de imigrantes em busca de uma vida melhor.
José Vieira, realizador francês de origem portuguesa, vive e trabalha entre a França e Portugal. Realizou cerca de trinta documentários, nomeadamente para a France 2, France 3, La Cinquième e Arte. A sua obra, dedicada sobretudo à problemática da emigração, tem sido exibida nos mais diversos festivais internacionais de cinema. José Vieira tem dado visibilidade à história de um milhão de portugueses que saíram do país nos anos 60, a maioria clandestinamente, no que foi a maior migração humana na Europa do século XX.

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