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Exposição de António Carmo é inaugurada esta tarde no Palácio D. Manuel (Évora)

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A Câmara Municipal de Évora inaugura hoje, dia 14 de dezembro, sábado, pelas 16 horas, no Palácio de D. Manuel, uma exposição de pintura intitulada "Ao Encontro da Poesia", da autoria do artista plástico António Carmo.
A pintura de António Carmo é caraterizada por uma explosão de cores e por um estilo muito próprio, que o identificam facilmente como o autor das suas obras. Estas marcas fazem com que o seu trabalho possua uma linha artística que inatamente nos leva a fazer uma interligação mental entre todas as suas obras, como se de um grande mural se tratasse. Na opinião do crítico de arte Manuel Augusto Araújo, “o cubo branco de uma galeria quando é invadido pelas pinturas de António Carmo transfigura-se, perde os seus limites, fica alterada a rigidez da sua forma, porque as pinturas, apesar de limitados pela dimensão da tela seja ela qual for, ultrapassam-na fazendo imaginar a fuga dos personagens, independentemente da sua natureza e estado físico. São as cores, o modo de ligar a natureza, seja humana ou vegetal, a maneira como desconhece o que são naturezas mortas que mesmo as que tentam emergir ficam submersas no intenso lirismo que guia a sua mão.”
António Carmo nasceu em 1949 na Madragoa, em Lisboa, e estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio, onde tirou o curso de pintura. Desde 1968 vem apresentando os seus trabalhos em exposições individuais e coletivas, tendo realizado exposições em mais de vinte países, nomeadamente: Inglaterra, Espanha, Holanda, Bulgária, Alemanha, Luxemburgo, Canadá e E.U.A.. Algumas obras suas estão representadas em museus, mais concretamente no Montecatini (Itália), no S. Antonio de Los Bãnos (Cuba), no Palácio da Cultura na Bulgária, no Pantwowe (Polónia) e no Instituto Camões no Luxemburgo.
A entrada na exposição é livre, estando aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 10:00 às 12:00 e das 13:00 às 17:00, aos sábados das 13:00 às 17:00 e encerra aos domingos. (nota de imprensa)

O BUSTO DE FLORBELA ESPANCA: O FIM DE UMA SAGA (3)

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Textos anteriores: 
A ANTIGA ALUNA DO LICEU NACIONAL DE ÉVORA FLORBELA ESPANCA (1)
A QUESTÃO DO BUSTO DE FLORBELA ESPANCA (2)

O clima de fera hostilidade reinante na imprensa católica, em relação a tudo quanto respeitasse à poetisa calipolense, deu sinais de ligeiro abrandamento a partir de 1942, ano em que José Fernando de Sousa, o Nemo, morreu. O novo director de "A Voz" não era tão afeiçoado à causa da estigmatização de Florbela e vai deixando de a alimentar de forma tão sistemática e frequente.
O mesmo não sucedia em Évora onde os padres fascistas (como Vergílio Ferreira lhes haveria de chamar) continuavam a desancar Florbela e a armar-se nos guardiões e paladinos da moral citadina. Os mais conhecidos eram o dito pimpão Alegria, agora professor de Canto no Seminário e polícia das ideias alheias e o cónego Francisco Maria da Silva. vigário da Arquidiocese e que mais ascenderia a Arcebispo Primaz de Braga.
Ambos eram professores de Religião e Moral dos cursos nocturnos mistos, destinados a adultos e trabalhadores, da Escola Comercial e Industrial Gabriel Pereira. Julgando-se intocáveis, eram detestados por todos os alunos que tinham de os suportar, dado que nesse tempo, a disciplina era obrigatória e sujeita a avaliação trimestral e anual como qualquer outra. Achavam-se por isso as autoridades máximas da Escola.
Em determinado dia de finais do ano lectivo de 1945-46 decidiram entrar desabridamente pelo gabinete do director da Escola para lhe pedirem explicações sobre um baile de finalistas que se havia realizado sem o seu conhecimento e autorização (tal e qual), no qual haviam participado professores e professoras, alunos e alunos e que, segundo eles, tinha decorrido em ambiente de grande promiscuidade. E o que disseram em altos gritos lançados em tom injurioso que se ouviram no exterior, faltando ao respeito do seu superior hierárquico, repetiram-no em toda a cidade.
A reacção dos visados foi imediata. O Director participou o caso ao Ministério, acompanhado de testemunhos de professores, alunos e empregados. O ministro Fernando Pires de Lima abriu um inquérito rigoroso no decurso do qual se apurou que «ambos haviam exercido na Escola uma acção perturbadora e deseducativa», pela qual os contratos não lhes seriam renovados, expulsando-os assim do quadro de docentes.
As conclusões do inquérito foram tornadas públicas no jornal "Correio do Alentejo" sob a forma de esclarecimento do Ministério da Educação Nacional, dado que o periódico, afecto ao regime, havia censurado as sanções aplicadas aos dois eclesiásticos, naquilo que apelidara em número anterior de «Expulsão de Jesuítas» procurando inocentá-los.
Poderá perguntar-se qual a relevância deste episódio no caso da perseguição a Florbela? É que Alegria, desacreditado na cidade, viu-se obrigado a deixá-la por uns anos. Foi a isso compelido pela hierarquia católica que o mandou estuda para o Instituto Superior de Música Sacra em Roma, pelo que deixou de orquestrar a campanha contra Florbela Espanca.
Entretanto o final da guerra, a derrota nazi-fascista, a necessidade de transmitir para o exterior uma imagem de democracia e a realização de eleições legislativas permitiram um aligeiramento da censura, nomeadamente a de índole intelectual. O poeta Jorge de Sena pôde por isso, em 1946, numa conferência realizada no Clube Fenianos no Porto, trazer à tona a obra de Florbela, para falar do seu "donjuanismo" feminino referindo que os seus poemas eram de uma fúria inaudita, exemplo da violência que a escritora exercia sobre si própria» 
Na esteira de Sena e citando-o abundantemente, José Régio, poeta católico que vivia em Portalegre, escreverá que «a obra de Florbela é a expressão poética de um caso humano. Decerto para infelicidade da sua vida terrena, mas para glória do seu nome e glória da poesia portuguesa, Florbela viveu a fundo esses estados, quer de depressão, quer de exaltação, quer de concentração em si mesma, quer de dispersão em tudo, que na sua poesia atingem tão vibrante expressão. (...) Nenhuma poetisa porém, viveu até hoje, viveu tão a sério um caso excepcional, e ao mesmo tempo, tão significativamente humano» (...) Nenhuma com tanto talento vocabular e métrico, talhou um soneto como quem talha um vestido ». 
Com o ambiente a mostrar tendências ao desanuviamento, a escritora e antiga discípula de Florbela, Aurélia Borges, que no ano anterior publicara um trabalho sofre a poetisa e a sua obra (Lisboa,Edições Expansão), pediu por escrito a 28 de Janeiro de 1947, a António Bartolomeu Gromicho que enquanto presidente do Grupo Pró-Évora, tomasse posição sobre a instalação do busto. Gromicho responde-lhe que o Grupo continuava atento à situação e já voltara a mexer no assunto mas que deparou com uma «inesperada e violenta reacção dos vereadores municipais». Também o Ministro da Educação se mostrara amável e elogioso quanto ao valor da poetisa mas terminara por lhe dizes que a sepultura "estava ainda muito quente" e portanto não consentia a homenagem nem Évora nem qualquer outro ponto do território português». 
Mas a luta entre "florbelianos" e seus inimigos estava bem equilibrada e mesmo os intelectuais favoráveis ao regime eram de opinião de que se devia conceder autorização para a instalação do busto.
Vitorino Nemésio avisa mesmo que «a rapidez com que a lenda já se apropriou de Florbela mostra bem como estamos em presença-creio que pela primeira vez na literatura portuguesa- de uma poetisa musa. Mais do que isso; de uma deidade ou de um duende, um ser mitológico de que já alguns poetas autênticos (Manuel da Fonseca, por exemplo, já se apoderaram para fazer dela a alma da planície alentejana, "genious loci" errante entre o piorno e as estevas».
Salazar percebe o perigo e preconiza uma solução airosa, tanto mais que estão à porta as eleições para a Presidência da República, a disputar entre Carmona e Norton de Matos. É assim que se negoceia entre a Câmara de Évora, o Governo Civil e o Grupo Pró-Évora (a Igreja é excluída do processo) a implantação do busto que deve decorrer de forma o mais discreta possível, não oficial, e com escasso número de convidados. No dia 17 de Junho de 1949 o busto de Florbela é finalmente colocado no se pedestal. Ao acto apenas assistem representantes do Grupo Pró-Évora e elementos da Câmara e do Governo Civil. 
Julgava-se que o caso estava encerrado, com o menor ruído possível a a contento das partes. Não seria assim. O Cónego José Augusto Alegria depois de jornadear pelo estrangeiro, regressa a Évora em 1951 e vem de novo disposto a provocar escândalo. 
O seu espaço natural de escrita é o "Novidades" para onde envia novo escrito onde reconhece, com indignação que em oposição a esse desiderato «escrevera em vão mais de doze artigos, oito dos quais na página literária deste jornal, coordenado e 
superiormente dirigido por Monsenhor Moreira das Neves». Restava-lhe «a consolação de saber que nenhum eborense contribuíra para erguer o busto da poetisa. Foram autores do atentado forasteiros com títulos mais ou menos honorários». Uma redonda falsidade.
Mas Alegria não se deu por satisfeito. Em 1955 fazia sair em edição da Fundação D. Manuel da Conceição Santos um livro com o título " A poetisa Florbela Espanca- o processo de uma causa" no qual insultava, de uma forma reles e ordinária a mulher falecida de forma trágica havia já um quarto de século. Nele afirmava que "Florbela até era sincera mas era uma sinceridade de bordel» E mais adiante: Poetisa do Alentejo? Antes Maria das Quimeras no mínimo que se pode dizer(...) Não foi o Alentejo com as suas sombras, as suas distâncias ou a profundidade dos seus silêncios que mereceu os afectos da poetisa. Foi uma quimérica ansiedade que lhe fez sorver em haustos de profunda ansiedade a vida, levada a cantar e a gritar em tantos versos que são uma autêntica prostituição de todos os sentimentos femininos».
O comportamento da Igreja neste caso foi vergonhoso. O do Padre Alegria dispensa comentários. Diz-se que este se penitenciou de tudo isto já depois de 1974. Desconheço em absoluto esse acto de contrição público.

José Frota(aqui)

Évora: actividade para crianças domingo de manhã no Armazém 8

Hoje é dia de votos na Sociedade Harmonia Eborense

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Duas listas candidatam-se aos órgãos sociais da "velhinha" Sociedade Harmonia Eborense (já com 164 anos). A lista H é liderada por João Modas(ver aqui), enquanto que a lista X apresenta como candidato à presidência da direcção Sérgio Sousa(ver aqui). Nas páginas que mantêm no facebook podem também encontrar-se alguns dos principais pontos que diferenciam (e aproximam) as duas candidaturas.- aquie aqui.

Évora será acessível?

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Participei na semana passada num encontro promovido pela APPACDM de Évora que teve como objectivo a reflexão sobre as melhores formas de abolir algumas barreiras com as quais as pessoas com deficiência se deparam na nossa cidade.
Neste encontro participaram vários intervenientes, sendo de destacar a presença de várias pessoas com deficiência, Associações de Apoio, Câmara Municipal, Segurança Social, IEFP, PSP, Associação Comercial e Bombeiros Voluntários de Évora.
Não posso deixar de felicitar publicamente a APPACDM pela iniciativa que tem tudo para correr bem, apresentando resultados objectivos.
No que respeita às barreiras arquitectónicas, aquelas que imediatamente vêm à mente das pessoas, julgo ser importante refletir um pouco sobre a acessibilidade e por contraposição sobre as barreiras. Torna-se, pois, óbvio que não existe acessibilidade com barreiras.
A inclusão social depende muito mais do que apenas da eliminação das barreiras arquitetónicas, embora estas se revelem de extrema importância.
A este nível, existe um longo caminho a percorrer na adaptação dos meios físicos em Évora, em especial no Centro Histórico, ainda que se tenham feito algumas intervenções meritórias nos últimos anos.
Quando eliminamos barreiras arquitetónicas fazemo-lo para facilitar o livre acesso a todas as pessoas (incluindo as pessoas com deficiência), mas também dessa forma estamos a quebrar as fronteiras do preconceito. Uma qualquer intervenção no sentido da abolição das barreiras físicas deverá servir também para consciencializar a sociedade e fazê-la refletir sobre a temática.
Mas se queremos falar da inclusão das pessoas com deficiência, incidir apenas sobre barreiras arquitetónicas é sempre parcelar. Até porque podemos ter cidades completamente adaptadas do ponto de vista físico e não constituírem, por si só, espaços inclusivos, assim como podemos ter cidades com poucas adaptações físicas, e a comunidade se organizar e se tornar mais inclusiva. A inclusão tem de ser vista de uma forma global, olhando as pessoas com deficiência e famílias como um todo, analisando as suas necessidades, e procurando intervir sempre sobre aqueles que não têm deficiência.
Em Portugal, quase 10% da população tem algum tipo de deficiência. É um número expressivo e que por si só justificaria que existisse uma sociedade inclusiva. Devo dizer, que já estivemos muito mais longe, e que em Portugal nos últimos anos tem-se feito um longo processo que tem conduzido a uma melhor inclusão destas pessoas. Ainda assim, muito existe a fazer no futuro.
A grande dificuldade que ainda existe na sociedade em geral é que quando olhamos ou pensamos numa pessoa com deficiência temos a tendência a olhar para a deficiência e não para a pessoa. Por isso, tendemos a chamar as pessoas com deficiência de deficientes, o que à partida constitui um erro. A pessoa não é deficiente, tem uma deficiência... Esse é o primeiro preconceito que tem de se abolido. Se partirmos deste ponto de vista, será mais fácil fazer aquilo que é mais saudável, que passa por reconhecer às pessoas com deficiência as suas capacidades. Aliás, atrevo-me a dizer que tudo seria bem diferente se olhássemos para as estas pessoas como cidadãos com imensas potencialidades, à parte das suas dificuldades. Afinal de contas, não é assim que olhamos os cidadãos sem deficiências?
Neste percurso inclusivo que é a vida da pessoa com deficiência, e nos diferentes papéis que experimenta (filho, estudante, amigo, trabalhador, cidadão) importa analisar as diferentes barreiras que vão aparecendo, e procurar sobre elas intervir, mas também procurar em cada um dos espaços os sistemas de apoio existentes e maximizá-los. Um espaço pode constituir-se como barreira ou sistema de apoio e isso será fulcral na adaptação das pessoas com deficiência. Desta forma, a escola pode ser uma barreira, mas também pode ser um sistema de apoio. Assim como uma cidade pode ser uma barreira ou um sistema de apoio.
A vida é feita de escolhas: queremos uma cidade de Évora mais acessível?
Eu quero! A inclusão e não a integração… Integração é integrar passivamente um indivíduo num local, coisa que já acontece normalmente (as pessoas com deficiência vão às escolas, frequentam serviços públicos, têm acesso à formação profissional especializada, etc.). Inclusão é um pouco mais… é tornar estes cidadãos e cidadãs participantes na vida social, cultural, económica e política. Todos os avanços legislativos que têm existido nos últimos anos têm sido importantes, mas não há mudança ao nível da inclusão por decreto, esta faz-se através da consciencialização cidadã.
Uma sociedade inclusiva não revela esforço na inclusão das pessoas com deficiência, mas reconhece o seu valor e a sua mais-valia. Uma sociedade inclusiva percebe que a participação ativa das pessoas com deficiência é para o benefício de todos e não só destas.
Mas tenho a certeza que a mudança será mais eficiente quando as pessoas com deficiência e suas famílias se conseguirem associar e fazer uma pressão social e política efectiva. Deixo este desafio!
Até para a semana!

Bruno Martins (crónica na rádio diana)

A partir de amanhã no Garcia de Resende

Forum Eugénio de Almeida: uma grande exposição interactiva até 9 de Março

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Fui um dia destes visitar a excelente exposição que está desde finais de Novembro na Fundação Eugénio de Almeida, em Évora. É uma bela exposição ligada às novas tecnologias e, sobretudo, ao papel relevante das novas tecnologias de informação. As diversas instalações "baralham" constamente aquilo que é a nossa percepção. Do som à imagem e à nossa própria localização no espaço tudo é posto em causa. Tive ainda a sorte de, nesta visita, ir acompanhado por dois jovens de 10 anos, que frequentam o 5º ano de escolaridade num dos estabelecimentos de ensino da cidade. Ficaram maravilhados, entreteram-se e exploraram a funcionalidade da maior parte das obras expostas: grande parte delas nem foi necessário serem explicadas - instintivamente descobriram como funcionavam e qual o seu significado.
Por vezes, diz-se que "no Alentejo não acontece nada!". Mas quantas vezes não temos mesmo "aqui à mão de semear" obras e inciativas importantes que, num provincianismo bacoco, desprezamos e a que nem ligamos? Julgo ser este o caso: pelas pessoas que vi na exposição, a maioria era de fora de Évora, nomeadamente muitos estrangeiros. É incompreensível se as escolas, os jovens e a população em geral não aproveitarem para visitar esta exposição - o que pode acontecer até ao dia 9 de Março - de dimensão internacional e que acompanha o que de mais moderno e original se vai fazendo, nesta área, um pouco por todo o mundo e que tem sido destacada como de grande qualidade e profundamente inovadora. (por exemplo aqui e aqui).
Interessante é também a exposição de fotografia, no rés-do-chão, "The Time Machine: o lugar das máquinas" que reflecte o olhar do fotógrafo Edgar Martins sobre o interior e exterior de 20 centrais hidroelétricas nacionais. Até 2 de fevereiro.

Escravatura em ÉVORA

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Ler reportagem no jornalPúblico (aqui)

Hoje no jornal da noite da SIC.
Uma pessoa de cor com 63 anos foi escravizada, durante 26 anos por um Eborense (terratenente, dono de uma herdade ao alto da abaneja). Nesta herdade para além de criação de gado bravo, cultiva-se cereias e deve ter bons lucros. Este crápula não pagava ao desgraçado, sonegou-lhe os documentos, inclusivé chegou a algema-lo.
Vemos os energúmenos e somos cúmplices se não denunciarmos. Vemos ouvimos e lemos, não podemos ignorar, este ser nojento, não merece conviver com humanos, deve pagar na cadeia, além de indmenizar o pobre coitado.


Hoje "outros cinemas" em Évora

Natal é amor porque sim

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São cada vez mais as notícias sobre vítimas, mortais, de violência doméstica. No entanto não sei se há mais vítimas agora do que há 40 anos atrás, com as devidas proporções demográficas tidas em conta. São, é sem dúvida, mais as discussões em espaço público sobre o assunto.
Está o problema centrado na inadmissível violência, que alguns fazem recair sobretudo numa questão de género o que me parece já redutor, e que é tanto mais inadmissível, sendo-o desde sempre, quanto mais o Homem (assim com maiúscula) se afasta da besta num rumo desejável da civilização. 
Mas a questão também se centra, e de forma muito vincada, na relação fronteiriça, e tantas vezes violada por “dá cá aquela palha” e alimentando o que de pior há em nós, entre o público e o privado. Por isto, a violência em domínio privado passou a ser considerada crime público, ainda que só há uma dúzia de anos, e não sem controvérsia, aqui em Portugal. Nietzsche afirmava, na sua obra «Para além do Bem e do Mal», que “Em homens duros a intimidade é questão de pudor - e algo de precioso” o que justificará a denúncia de uma situação da intimidade, ainda que de outrem, para o domínio público como, ainda para muitos, um ato de fraqueza, semelhante à da delação, e não de coragem. Também neste campo as fronteiras são difíceis de medir e julgar, com parâmetros de Bem e Mal à mistura e a baralhar o comum mortal.
A preciosidade da vida íntima ou pessoal, característica que Nietzsche lhe atribui na sentença que citei, é precisamente o que tantas vezes leva à hesitação da denúncia, pelos próprios, e aí é queixa, ou terceiros. Queixa e denúncia são substantivos negativos, sendo até o diminutivo “queixinhas” sinónimo de denúncia. Substantivos tutelados por um outro maior, e tão louvado e usado, que se adjetiva inúmeras vezes para fazer descer ao caso particular: o amor. E muitas vezes, só quando o amor a outros se sobrepõe ao amor-próprio ou até mesmo, porque não admiti-lo ao amor por quem maltrata, só aí a fraqueza se faz coragem, e se disfarça com o medo.
O que me parece certo é que, para além das patologias que só encontram possível cura junto dos médicos, mais uma vez é na educação que se previnem os casos, ligeiros ou extremos. Ambos são de violência, que acontecem no espaço privado das famílias e que, na maioria dos casos, têm conotações e justificações com a intimidade sexual de cada um. E para que também não se caia na tentação do extremo oposto que, afinal, vem depois legitimar o descrédito das “queixinhas”. É, por isso, tão lamentável existir quem, com responsabilidades políticas, pareça continuar a achar que a educação sexual na escola pública, tantas vezes confundida porque quem não conhece os seus conteúdos, e que assenta, quando é bem feita, na sólida base da educação dos afetos, seja ainda matéria controversa e, por isso, a rejeitar e não a aprofundar. Como também ouvi esta semana que passou, isso seria deixar espaço a que para muitos, talvez ainda uma maioria dos jovens no mundo inteiro, a educação sexual se faça atrás do pavilhão da escola, e com ela a dos afetos. Pode, afinal, tratar-se de uma questão quase geracional, talvez.
Agora que o Natal se aproxima e a quadra já se vai revestindo desse ambiente que promete o amor e as tréguas entre todos e em geral, nem que seja só como interrupção do resto do tempo e as rotinas prossigam dentro de momentos, talvez a tolerância ganhe outra definição. Mais próxima da intolerância com pactos de silêncio perante situações que sendo da vida íntima, uma tolerância despudoradamente viva na denúncia sem estigmas de delação, mas única e exclusivamente com pudores, porque também os deve haver, de justiça. É que nestes casos em que tantas vezes só podemos julgar pelas aparências, porque tudo se passa no espaço privado, quando chegamos a saber e calamos, consentimos.
Até para a semana.

Cláudia Sousa Pereira (crónica na rádio diana)

35 ou 40 horas semanais?

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Algumas Câmaras Municipais já começaram a trabalhar as 40 horas semanais, outras como a de Évora ainda mantêm as 35 horas (não se sabe até quando) e outras como a de Beja retomaram as 35 horas depois de terem implementado as 40 horas (aqui). Pelo meio providências cautelares e decisões judiciais. Horários um pouco à medida de cada uma das Câmaras. Por considerar que o aumento do horário de trabalho na Função Pública (ou noutro sector qualquer) é um verdadeiro contrasenso em tempo de desemprego e que esta medida só foi tomada por uma forte atitude revanchista de (maior ainda) punição de quem trabalha, julgo que a manutenção das 35 horas é essencial.  E que é profundamente desumano haver quem trabalhe 40 horas, gerando-se com isso uma profunda desigualdade entre trabalhadores da mesma área. Ou há alguém que não conheça essa velha reivindicação civilizacional de: para trabalho igual, salário (e horário) igual?

Técnico eborense Óscar Tojo vai de novo assessorar o bejense Pedro Caixinha no México

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"Partiu ao início da manhã para o México, Óscar Tojo, o até agora diretor desportivo do Lusitano de Évora. A crise desportiva em Portugal e projetos ambiciosos para a sua carreira como treinador, levam o técnico a aceitar o convite e a trabalhar novamente com Pedro Caixinha (natural de Beja), treinador principal do Santos Laguna, clube onde o eborense já tinha colaborado". (aqui)

Cláudio Torres e Lopes Guerreiro entre a mais de meia centena de subscritores de novo manifesto político

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Apresentação do manifesto 3D ontem em Lisboa 

O arqueólogo Cláudio Torres e Lopes Guerreiro, coordenador do movimento independente "Por Beja Com Todos", são dois dos subscritores do manifesto apresentado ontem em Lisboa que visa, explicitamente, como primeiro passo: "desenvolver um movimento político amplo que no imediato sustente uma candidatura convergente a submeter a sufrágio nas próximas eleições para o Parlamento Europeu".
O manifesto intitulado"Pela Dignidade, pela Democracia e pelo Desenvolvimento: Defender Portugal"(aqui) é subscrito por várias dezenas de cidadãos "sem filiação partidária", entre os quais se incluem Boaventura de Sousa Santos, Carlos Brito, Manuel Carvalho da Silva, Manuel Coelho, Mariana Avelãs, Isabel do Carmo, Pilar del Rio ou Ricardo Araújo Pereira.
Segundo os promotores, no imediato, para o Parlamento Europeu,"defendemos a constituição de uma lista credível e mobilizadora, que envolva partidos, associações políticas, movimentos e pessoas que têm manifestado inquietação, discutido alternativas e proposto acção"
E logo a seguir: "Temos como objectivo construir um movimento político que seja o mais amplo possível. Uma plataforma abrangente e ao mesmo tempo clara é realizável a partir das bases programáticas que enunciámos. Ela deve ser levada a sufrágio para lhe dar voz e força. Enquanto cidadãos e cidadãs sem filiação partidária, mas nem por isso menos empenhados e politicamente ativos, estamos prontos a fazer a nossa parte." (aqui também. E aqui)

Beja e Évora sem provas de avaliação dos professores

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Em Beja, segundo a Rádio Voz da Planície, não tiveram lugar as anunciadas provas de avaliação de professores marcadas para hoje (tendo chegado mesmo alguns enunciados da prova a serem queimados). A mesma situação aconteceu em Évora segundo refere o Correio da Manhã.

Universidade de Évora atribui Honoris Causa a Veiga Simão

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A Universidade de Évora (UE) atribui Doutoramento Honoris Causa ao Professor José Veiga Simão, numa cerimónia que assinala a comemoração dos 40 anos da tomada de posse da 1ª Comissão Instaladora. A sessão, que conta com intervenções de membros da 1ª Comissão Instaladora e Laudatio proferida por Guilherme d’Oliveira Martins, tem lugar na Sala dos Atos da UE no próximo dia 6 de Janeiro, às 15h00.
40 anos após a tomada de posse da 1.ª Comissão Instaladora, a UE atribui a mais alta distinção académica ao antigo Ministro Educação Nacional, justificada por ser “uma referência incontornável da história portuguesa mais recente e uma voz interveniente no mundo que nos rodeia”, como refere a proposta para atribuição do grau Doutor Honoris Causa a José Veiga Simão.
Enquadrado nas comemorações dos 40 anos da restauração da UE e da posse da sua primeira Comissão Instaladora, segundo o Reitor da UE, Professor Carlos Braumann, “é esta a oportunidade de a Universidade de Évora reconhecer publicamente o papel fundamental que o Professor Veiga Simão teve nessa restauração e no desenvolvimento do ensino superior em Portugal”.
A sessão solene, que tem início às 15h00, conta com intervenções de membros da 1ª Comissão Instaladora, nomeadamente os Professores Ário Lobo de Azevedo, Carlos Alberto Martins Portas e Raul Miguel Rosado Fernandes, além do tradicional discurso do Reitor. A oração laudatória fica a cargo de Guilherme d’Oliveira Martins, padrinho do novo Doutor Honoris Causa.

Nascido na Guarda a 13 de Fevereiro de 1929, José Veiga Simão formou-se em Ciências Físico-químicas na Universidade de Coimbra e doutorou-se em Física Nuclear na Universidade de Cambridge.
Reitor da Universidade de Lourenço Marques, foi ainda Ministro da Educação Nacional antes de 1974. Durante o seu mandato foi responsável pelo Decreto-Lei n.º 402/73 de 11 de Agosto, que amplia e diversifica a rede de estabelecimentos de Ensino Superior no território nacional, resultando no que são hoje a Universidade Nova de Lisboa, a Universidade de Aveiro, a Universidade do Minho, a Universidade da Beira Interior, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Universidade de Évora, marcando de forma clara o futuro do ensino universitário em Portugal.
Regressado à política após a revolução de 1974, foi embaixador de Portugal nas Nações Unidas, deputado e ministro da Industria e Energia e da Defesa Nacional até ao final dos anos 90 do século XX. (nota de imprensa da UE)

"Inverno", o novo espectáculo de A Bruxa Teatro a partir de amanhã, dia 19 (Évora)

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PRODUÇÃO: A Bruxa Teatro
TIPO DE EVENTO: Teatro
ESPECTÁCULO:  INVERNO, de Jon Fosse
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA: tradução PEDRO PORTO FERNANDES | encenação e concepção plástica FIGUEIRA CID | imagem do espectáculo ANA NUNES (óleo s/ tela) | design gráfico JOÃO PITEIRA | fotografia TELMO ROCHA | com ANA LEITÃO e FIGUEIRA CID | desenho de luz FIGUEIRA CID | banda sonora ANA LEITÃO | operação de luz e som MIGUEL (Fatinch) ALEGRIA | costura VICÊNCIA MOREIRA | secretariado e produção VANDA RUFO | 30ª Produção de ‘a BRUXA teatro
SINOPSE: 
Uma mulher, um homem, um banco na rua, um quarto de hotel: duas pessoas que se encontram: ela está sozinha; ele tem uma mulher e duas crianças numa outra cidade. Ela deseja-o, mas ele não é capaz de se separar da família, depois ele deseja-a a ela, e ela por sua vez reage com reservas. Trata-se de um encontro com os momentos que escaparam, a par com uma linguagem desamparada que a maior parte das vezes já só se perde em pequenas palavras.
É uma grande peça sobre o amor que Fosse obsessivamente exorciza com a sua linguagem restrita e altamente musical, expondo desta forma, mais uma vez, a relação arquetípica entre duas pessoas.

DATAS:  19 a 28 de Dezembro 2013 (quinta a sábado)
LOCAL DE REALIZAÇÃO:  A Bruxa Teatro, Rua do Eborim, 16, Ex. Celeiros da EPAC, 7000-659 Évora
HORÁRIO: 21:30h 
RESERVAS: 266 747 047 | abruxateatro@gmail.com
BILHETES: 5,00€ público em geral | 2,50€ estudantes, desempregados e reformados
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: M/18

Portugal 2020 – “o novo QREN”

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Os actores económicos e sociais nacionais preocupados, muitas vezes com o imediato, desperdiçaram ao longo dos últimos anos, em várias áreas e sectores, muito do potencial de investimento associado aos fundos comunitários.
O balanço de 20 anos de fundos comunitários em Portugal mostra uma aposta na melhoria das infraestruturas do país, falhas sucessivas nas acções de formação/qualificação de activos e desempregados, bem como fraca aposta na inovação no conhecimento e na competitividade.
Ou seja, vinte anos depois, Portugal é um país com mais infraestruturas, com menos coesão territorial e crescentes desigualdades sociais numa Europa com dificuldades, múltiplas, de identidade.
Os novos desafios de utilização dos fundos comunitários devem conduzir a mudanças claras e necessárias: forte aposta numa formação/educação que produza quadros reconhecidos pelo mercado, aumento dos investimentos nas regiões mais desfavorecidas, criação de contextos competitivos, virados para uma economia activa, com fortes repercussões sociais, associada à criatividade das pessoas e à qualidade de vida das gentes e dos territórios.
Portugal não pode perder esta oportunidade e deve promover uma adequada e eficiente utilização dos cerca de 25 mil milhões de euros de fundos comunitários durante os próximos 7 anos.
Em tempo de profunda crise financeira, têm que ser accionados mecanismos de rápida absorção das verbas disponíveis, devendo assumir-se, de uma vez por todas, os novos fundos comunitários como um factor estratégico para o país.
Conhecidos os eixos prioritários do Portugal 2020: Competitividade, Capital Humano, Investigação, Desenvolvimento e Inovação e a Inclusão Social e o Emprego, importa perceber que o Alentejo será uma das regiões prioritárias na afectação de fundos.
O Programa Operacional do Alentejo 2014/2020 vai beneficiar de um aumento superior a 40%, comparativamente com as verbas do QREN 2007/2013, sendo o Alqueva responsável por parte significativa desse aumento.
A terminar 2013, estas são boas notícias para a região que tem agora que ter um tempo e forçosamente um outro olhar para um futuro que espreita já no virar de página do calendário, assumindo-se um ano de 2014 marcado pela mudança, responsabilidade e, acima de tudo, uma nova esperança.
Continuação de boa semana com votos de um Feliz Natal

Silvino Alhinho (crónica na Rádio Diana)

Évora: teatro no Armazém 8

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"As Angústias do Senhor Trinity", esta sexta-feira, dia 20 de Dezembro, pelas 21,35 horas, Armazém 8 - 
Rua do Eletricista 8 - P.I.T.E, 7005-513 Évora. (aqui)

Defesa miserável de uma prova miserável

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Ontem não foi o dia d, mas foi a tentativa de impor o dia h para um conjunto alargado de trabalhadores do sector da educação.
Na linha do feroz ataque aqueles que querem fazer da docência o seu modo de ganhar a vida, o Ministério da Educação impôs a obrigação de um humilhante exame de acesso à profissão, para milhares de professores com menos de cinco anos de exercício daquela actividade.
O dia foi aproveitado pela comunicação social para dar voz a todos aqueles que fazem dos professores da escola pública o alvo preferencial da sua mesquinhez, muitas vezes pegando em exemplos e episódios negativos para generalizar e lançar um anátema contra a totalidade dos que exercem a profissão.
Foi valendo de tudo. Desde o comentador que não faz ideia do que é o sistema de avaliação da função pública e que afirma que os professores não querem ser avaliados (confundindo avaliação com restrição de acesso à profissão) até à reportagem onde foram colocadas duas jovens que frequentam o ensino secundário, a afirmar que a prova era demasiado acessível até mesmo para quem não tem habilitação própria para ensinar.
Peça essencial desta campanha foi a entrevista concedida por Nuno Crato a José Rodrigues dos Santos onde, beneficiando da passividade do entrevistador, chegou a perguntar se não era legítimo que um licenciado em comunicação social prestasse provas para pivot de telejornal, sem que o entrevistador tivesse devolvido a pergunta questionando a legitimidade de prestar provas para ingressar numa profissão que se exerce há 5 anos, estabelecendo propositadamente a confusão entre candidatura a um emprego e o direito de se considerar apto a exercer uma determinada profissão.
Na defesa miserável da sua dama, o ministro não hesitou em colocar em causa a qualidade do ensino superior deixando no ar, com claros propósitos divisionistas, que os que frequentam as universidades são melhores que os que frequentam as escolas superiores de educação.
Diga-se em abono da verdade que ao dividir os professores em dois escalões, com mais e com menos de cinco anos de profissão, já tinha tentado o truque de colocar os mais velhos contra os mais novos, com a preciosa ajuda do sindicato afecto à UGT.
O que está em causa não é o número de professores que são obrigados a fazer a prova, mas a instituição de um princípio humilhante para quem tem de a fazer e de intolerável desconfiança para quem a tem responsabilidade de formar alunos para o exercício da docência e o ministro deixou isso bem claro nas declarações que prestou.
Por isso mesmo o estabelecimento de um patamar acima do qual não era exigida a prova, não foi uma cedência do ministro mas uma atitude legitimadora por parte do sindicato que aceitou desistir da luta.
A prova miserável, defendida miseravelmente pelo ministro e suas caixas-de-ressonância e legitimada por quem deveria ter como principal preocupação a defesa da dignidade dos seus associados.
Até para a semana

Eduardo Luciano (crónica na rádio diana)

Câmara deve agir e exigir

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Durante dois anos camiões fizeram diariamente o percurso Portas do Raimundo até ás obras do novo hotel.
O que causou danos no piso de granito da Porta do Raimundo,ao longo deste tempo a cãmara "tapou" com terra os buracos provocados.
Os danos que o piso pode causar quem os PAGA?
A cãmara deve EXIGIR a empresa a repôr o piso.

Anónimo
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