No Teatro Garcia de Resende | Évora o Teatro da Rainha apresenta a 6 e 7 de Dezembro | 21h30
Ernesto e Fernanda
Fernanda não é propriamente um espectáculo. É uma celebração, uma elegia ritual que na tristeza funda do acontecimento morte celebra um amor impossível, amor passado e presente, um nome, Fernanda, o corpo e o seu espectro: “todos os teus odores, todas as tuas cores, todos os teus ruídos, me cingem, impelem, para dentro de mim próprio” […] “realizaste o único verdadeiro milagre, o do encontro na terra, cujo sentido se encontra gravado a letras de fogo no mais profundo de mim mesmo”. Ernesto escreve Fernanda como luto imediato e suicida - morre pouco depois da escrita do livro, a Fernanda morreu ensaiando o anjo de As Barcas, de Gil Vicente, no Teatro Nacional de São João.
Encontraram o corpo, caído na alcatifa, no quarto do antigo Hotel Batalha, e sobre a cama um livro, a cigarreira e um colar. Os actores morrem assim, entre um papel e outro, fora de casa, fumando cigarros cortados ao meio entre palavras sabidas de cor, a fazerem de anjos - ou de diabo.
Prosas e poemas de Fernanda, de Ernesto Sampaio encenação Fernando Mora Ramos direção de ensaios e dramaturgia Isabel Lopes dispositivo cénico e figurinos Isabel Lopes, Fernando Mora Ramos criação sonora e sonoplastia Carlos Alberto Augusto desenho de luz Nuno Meira interpretação Joana Carvalho, Fernando Mora Ramos. (nota de imprensa)