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Margarida Morgado (também) Fazedora de Pontes, SA (para usar a feliz expressão de Eduardo Luciano, anterior cabeça de lista da CDU à Câmara de Évora)

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Na arruada do BE com Ana Cardoso Pires

Na sede da CDU

A Margarida Morgado é uma grande senhora da cidade de Évora de quem eu tenho a sorte de receber a amizade há muitos anos. Poeta e mulher de cultura é uma das raras sobreviventes de uma cidade dura, austera, paternalista e profundamente provinciana como era a cidade de Évora de há cinco, seis décadas. (Hoje será diferente?)
Correu mundos, instruiu-se, conheceu outros espaços e foi seduzida por olhares diversos (do que seduziu nunca fala!) e voltou para Évora. Habita paredes meias com a Praça do Giraldo na boniteza dos seus 80 anos. Tem amigos de todas as origens e de uma diversidade tão vasta que não vale a pena enumerar. Nas suas amizades são muitas as religiões e os credos políticos, muitas as tendências estéticas e as escolas de pensamento. No entanto, é firme na ética e na defesa dos valores que comunmente, oriundos da Revolução Francesa,  se consideram de esquerda: a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Valores laicos e republicanos.
Hoje a Margarida é também (tal como a Dores Correia, mais nova) uma "fazedora de pontes", uma forjadora de amizades e afinidades que, talvez, - digo eu - pudesse ser o elo que tem faltado para a construção, em Portugal, de um espaço plural edificado em torno e pelas militâncias e bases sociais de apoio do PCP, do BE e quem sabe?, de algum PS.
Nestas eleições a Margarida tem desempenhado esse espaço de abrangência. É presidente da Comissão de Honra da candidatura do Bloco de Esquerda à Câmara de Évora e tem-se empenhado exemplarmente nesse papel: discursou no dia de apresentação dos candidatos do BE a Évora e tem participado em várias iniciativas da candidatura, nomeadamente numa arruada no Centro Histórico ainda há dois dias.
Mas ficar por aqui seria limitado para quem conhece o voo das abetardas em campo aberto e como a Margarida vive paredes meias com a sede de candidatura da CDU, onde tem muitos e muitos amigos e companheiros de jornada, são poucos os dias em que não aparece por ali para um chá ou para dois dedos de conversa. Estabelece pontes e cria amizades para além das intolerâncias, azedumes, ortodoxias e outros totalitarismos que diminuem quem deles se serve. Ainda ontem, a Margarida, depois de uma arruada bem participada do BE pelas ruas do Centro Histórico disse poemas e esteve em "casa" na sede da candidatura da CDU.
Amiga dos seus amigos e dos seus valores, a Margarida não trai. Pelo contrário, inclui. E mostra que nesta coisa das autárquicas o que deveriam estar em jogo eram as "coisas locais" e não a avidez partidária que tudo tenha "abocanhar". No dia em que, de facto, estiverem em causa as coisas do "governo local" a Margarida terá um lugar de Honra seja onde for. Talvez numa lista que faça efectivamente a ponte entre todas as descrenças de que vive actualmente a política. Ainda mais "a política local".

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