Candidato do PS em Évora acusa CDU de ser “do quanto pior melhor"
O candidato do PS à Câmara de Évora, Manuel Melgão, fez hoje a distinção entre socialistas e comunistas, acusando o projeto da CDU para a autarquia de ser de “contrapoder” e afastar o desenvolvimento.
“O que está em jogo nestas eleições são dois projetos completamente distintos”, um que “quer continuar a senda do desenvolvimento e da captação de investimento” e outro que “se afirma contrapoder, do quanto pior melhor e que afasta o desenvolvimento”, afirmou, numa alusão à canditura da CDU.
O candidato socialista realçou que pretende dar continuidade ao trabalho iniciado pelo antigo autarca José Ernesto Oliveira, a quem sucedeu em maio na presidência do município, ainda que seja “para fazer melhor”.
“São estilos diferentes, mas a matriz mantém-se. Temos um percurso na área social, na educação e na captação de investimento que é uma aposta ganha e, nos dias que correm de dificuldade económica acentuada, são três pilares essenciais que é preciso aprofundar”, referiu.
Manuel Melgão falava aos jornalistas durante uma arruada pela freguesia de Canaviais, a pouco mais de cinco quilómetros do centro da cidade, que contou com a participação de dezenas de apoiantes no contacto com a população.
À semelhança da CDU e do Bloco de Esquerda, também os socialistas escolheram esta freguesia para o segundo dia de campanha e quase se cruzavam com a comitiva bloquista.
“Combinaram-se para virem todos”, comentou um idoso, que observava à janela a passagem da “equipa” do candidato socialista. (LUSA)
Histórico autarca Abílio Fernandes "ajuda" candidato da CDU a Évora
O candidato da CDU à Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, contou hoje com a "ajuda" do histórico autarca comunista Abílio Fernandes, numa ação de campanha vivida em ambiente de "crescendo".
Atualmente reformado, Abílio Fernandes, que governou o município de Évora durante 25 anos (entre 1976 e 2001), sempre pelas listas lideradas pelo PCP, acompanhou de perto o candidato da CDU numa arruada na freguesia dos Canaviais, na periferia da cidade, aldeia em que também andaram hoje os candidatos do PS e do Bloco de Esquerda.
À medida que ia sendo cumprimentado pelos populares, Abílio Fernandes, que perdeu o município para o PS nas autárquicas de 2001, mantinha-se sempre ao lado de Carlos Pinto de Sá, que considerou um "candidato de respeito e que deve merecer a confiança de toda a população de Évora".
"Muita gente já pode fazer a comparação entre o que era a gestão da CDU no tempo do dr. Abílio Fernandes e o que foi a gestão do PS durante os últimos 12 anos e encontramos muita gente que nos diz que é necessário voltar a ter uma gestão CDU", respondeu Carlos Pinto de Sá, quando questionado pelos jornalistas sobre a "ajuda" na campanha do antigo autarca comunista.
Destacando o "legado fundamental" de Abílio Fernandes, que "com as suas equipas" levou a que Évora fosse declarada como Património Mundial, Carlos Pinto de Sá observou haver "muita gente que reconhece que com a CDU o concelho deu um passo muito significativo e com a gestão do PS está a andar para trás".
Carlos Pinto de Sá, que ambiciona reconquistar o município alentejano para a CDU, considerou que a sua candidatura "está a sentir um crescendo", mas alertou para a necessidade de combater a abstenção nas autárquicas de 29 de setembro. (LUSA)
Candidata do BE a Évora quer criação do Provedor do Munícipe
A candidata do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara de Évora, Maria Helena Figueiredo, sugeriu hoje a criação na autarquia do Provedor do Munícipe, para auxiliar os cidadãos na resolução de problemas com os serviços camarários.
“Muitas vezes, os munícipes sentem alguma dificuldade no relacionamento com a câmara e na obtenção de respostas às questões ou até na defesa dos seus direitos”, disse.
Para “muita gente”, tal não constitui um impedimento, porque “sabe a que ‘portas bater’ e como reclamar”, mas há cidadãos “que ficam perdidos perante a pesada e, às vezes, surda ‘máquina’ camarária”, acrescentou.
Por isso, Maria Helena Figueiredo propõe que a câmara crie esta figura do provedor, que “poderia ser um intermediário entre o cidadão e os serviços municipais”.
A candidata do BE, acompanhada por cerca de 20 apoiantes, falava à agência Lusa à margem de uma ação de campanha realizada hoje na freguesia dos Canaviais, nas imediações da cidade de Évora, com contactos porta a porta.
Este bairro esteve no “centro” deste segundo dia de campanha no concelho. Ao final da tarde, foi o destino de três das quatro candidaturas partidárias, embora a do BE, sem carro de som, tenha sido mais discreta do que as da CDU e do PS.
Apostada no “reforço da participação dos cidadãos”, a candidata do BE afiançou que o Provedor do Munícipe poderia ser “um passo nesse sentido”.
“Defendemos que essa figura, à semelhança do que se passa a nível nacional com o Provedor de Justiça, pudesse ser o porta-voz dos problemas dos cidadãos”, afirmou.
Mas, frisou, esse papel teria de ser desempenhado “por alguém independente dos partidos, consensual e de reconhecida idoneidade pelas forças políticas na câmara e pela população”.
O seu estatuto, sublinhou, teria de “garantir-lhe o acesso à informação dos serviços e a criação de mecanismos para a aplicação obrigatória, em algumas circunstâncias, das suas recomendações”. (LUSA)