A Câmara de Évora anunciou há dias que tinha fechado o ano sem dívidas a fornecedores, mas a Direção Geral das Autarquias Locais divulgou já esta segunda-feira, 30 de janeiro, a lista dos municípios portugueses com prazo médio de pagamento superior a 60 dias no final do 4º trimestre de 2016. E a CME consta lá como a 2ª Câmara alentejana que mais tempo leva a pagar aos fornecedores (dados de 31 de Dezembro de 2016 indicam que a CME leva 526 dias a pagar aos fornecedores, mais 53 dias do que há três meses atrás). Em cima o mapa da DGAL relativo ao Alentejo. Em baixo a nota de imprensa da CME.
O Presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, revelou hoje que o município conseguiu antecipar em dois anos os objetivos de reequilíbrio económico e financeiro da edilidade, terminando o ano de 2016 sem pagamentos em atraso.
“Não garantimos que, numa situação ou noutra, não surjam derrapagens em relação ao previamente acordado com o fornecedor, mas os resultados de 2016 são um salto qualitativo no que diz respeito à credibilidade da autarquia e um reforço da sua capacidade de negociação com os fornecedores”.
Para Carlos Pinto de Sá, que classifica esta situação como “histórica”, “o bom desempenho mostra que o processo de reequilíbrio económico e financeiro que a câmara encetou tem estado a dar resultados”.
Recorde-se que o município contraiu no ano passado um empréstimo bancário no valor de 32,5 milhões de euros, no âmbito do plano de saneamento financeiro. “O empréstimo serviu para pagar um conjunto de dívidas e, sobretudo, para nos libertar meios para pagar outras”, adianta, frisando que “o empréstimo por si só não conseguia pagar todas as dívidas”.
O autarca de Évora realça ainda que a importância deste facto para o tecido económico local. “Desta forma, as pequenas e médias empresas do concelho passam a receber a tempo e a horas o pagamento do respetivo fornecimento”.
“Durante o mês de Março as contas do exercício de 2016 estarão totalmente encerradas e nessa altura contamos ter mais notícias positivas. Em 2015, por exemplo, já tínhamos conseguido atingir o equilíbrio orçamental, pelo que 2016 deverá ser o ano da consolidação deste caminho, que nos levará ao reequilíbrio económico e financeiro”.
“Com este novo cenário, para além da credibilidade conquistada, a Câmara Municipal de Évora ganha margem para se candidatar a fundos comunitários e, dessa forma, projetar investimentos para o concelho”, esclarece ainda Carlos Pinto de Sá."