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TEMOS QUE PENSAR DE MANEIRA DIFERENTE.

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ATENÇÃO ÉVORA. Estou muito preocupado com a Teresa Branquinho, a Teresa é a melhor – única – tecelã a trabalhar com teares mecânicos manuais em toda a região do Alentejo Central. Até ao fim deste mês, daqui a três dias, tem que retirar os seus teares – alguns de dimensões bastante grandes – da Mitra, um espaço cedido pela Universidade de Évora mas que terminado o contrato que tinha, apoiado pela UNESCO, não tem dinheiro para arrendar pelo bolso dela. Temos um governo de esquerda, temos uma Câmara Municipal de Évora de esquerda, uma Junta de Freguesia da Malagueira de esquerda. TEMOS QUE PENSAR DE MANEIRA DIFERENTE. Temos que nos entreajudar uns aos outros. Este problema extravasa até a questão de esquerda ou direita. TRATA-SE DE SALVAR UMA TRADIÇÃO CULTURAL MILENAR. Tudo é ecologicamente sustentável no trabalho da Teresa, desde a recolha da lã à sua lavagem, cardagem, coloração, tecelagem. Faz peças únicas e da tradição alentejana. Peço a todos que divulguem e aos que vivem em Évora que façam alguma coisa. Enquanto não há um Centro Cultural na Malagueira, onde ela tem a sua casa, que possa abrigar os teares e promover workshops para quem quiser aprender. Uma boa ideia para desempregados. Camaradas, amigos, irmãos. Isto diz respeito a nós todos. Porque não quotizar-nos todos e fazer uma colecta que permita à Junta de Freguesia da Malagueira transformar as casas emparedadas numa CASA DE CULTURA, eu serei o primeiro a contribuir – entretanto os teares podiam aguardar no espaço onde estão.

Mário Gomes (aqui)

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