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A válvula do sistema político

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O resultado das eleições presidências expressa mais certezas do que dúvidas. O prof. Marcelo Rebelo de Sousa venceu as eleições porque era o melhor candidato e aquele que melhor compreendeu o eleitorado.
A estratégia adoptada mostrou-se a mais inteligente e a mais lúcida. Os afectos e o contacto com as portuguesas e os portugueses, funcionaram na perfeição.
Por outro lado, a vitória do Prof. Rebelo de Sousa, nas circunstâncias em que ocorreu, conferem-lhe uma grande legitimidade politica. Apresentou-se ao eleitorado sem as “máquinas” partidárias e sem os habituais outdoors, cartazes e autocolantes. Foi, por isso, uma campanha frugal e adequada aos tempos em que vivemos. Os problemas do país são muitos e complexos.
Contudo, as competências do presidente da república não lhe permitem governar, nem executar um programa de governo. Neste sentido, Marcelo Rebelo de Sousa, fica vinculado à constituição. Unicamente, a esta. Por isso, no caso da atual maioria não se entender, o presidente não pode, nem deve permitir que a governação se torne numa agonia politica. Deve, portanto, garantir o regular funcionamento das instituições e devolver a voz ao povo. É assim que um país democrático deve funcionar.
Pelo que, sendo o presidente eleito um bom e consciente conhecedor do sistema político português, estou certo que irá usar as suas competências de forma independente e sempre atento o superior interesse nacional. De resto, nem os mercados financeiros, os nossos credores, seriam complacentes com tacticismos bacocos. Venham eles donde vierem. Como, também, a possibilidade de uma nova intervenção externa, é uma miragem, nem está afastada de todo.

José Policarpo (crónica na rádio diana)

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