Sou militante do Partido Social Democrata, acredito na ideologia social democrata para o governo do meu país e para os destinos das pessoas.
No personalismo, na capacidade individual de cada um escolher o seu próprio caminho, na igualdade de oportunidades, numa economia de mercado livre, na solidariedade social. E, num Estado cujas funções estejam ligadas à regulação, à fiscalização e à proteção dos excluídos. São, portanto, estas premissas e fundamentos da Democracia ocidental.
Acredito em eleições livres. Acredito em quem é vencedor, deva governar.
Aquilo que hoje pudemos assistir no parlamento português, revelou-se absolutamente preocupante e enquadrador da natureza e intenção daqueles que agora estão preparados para assumir o destino do nosso país. Para os substancialmente democratas, o caminho que António Costa e os seus novos aliados, encontraram para poderem aceder ao poder é ao arrepio de tudo o que até agora conhecíamos. Os perdedores das eleições do passado dia 4 de outubro querem governar o país. Formalmente podem-no fazer. Resta, porém, saber se a maioria dos portugueses está de acordo com esta nova realidade.
A coligação negativa que hoje rejeitou o programa do governo, legitimamente, empossado não tem a legitimidade de fundo para o ter feito, mas tem a legitimidade formal. Contudo, para que serve só ter a legitimidade formal política, se substancialmente, como julgo ser a realidade, não tem a concordância da maioria dos portugueses?! O futuro e não daqui a muito tempo, encarregar-se-á de clarificar a confusão lançada na vida pública por estas pessoas. Para mim, são todos responsáveis, os líderes dos partidos que a constituem, como, os respectivos órgãos que ratificaram o “assalto” ao poder.
Por último, repudiar veemente e totalmente a autorização que determinou a utilização dos autocarros de algumas câmaras municipais para o transporte de pessoas para participarem na manifestação organizada pela CGTP no dia de ontem junto ao parlamento. O direito à manifestação está constitucionalmente consagrado. Todavia, qual é o fundamento legal, que, as Câmara de Évora e de Montemor, invocam para justificarem as respetivas decisões? Porventura, os munícipes destas cidades gostariam de ser devidamente esclarecidos. Ou estarei eu enganado?! É que a transparência é um direito que o cidadão deve ter…
José Policarpo (crónica na rádio diana)