Na sequência de notícias vindas a público relativas à saída de alguns profissionais do Serviço de Oncologia Médica do Hospital do Espírito Santo de Évora (HEDE), o Deputado Bravo Nico apresentou, na Assembleia da República, uma pergunta formal ao Ministro da Saúde, no sentido de esclarecer a situação.
Bravo Nico colocou ao governante a seguinte questão:
«Nos últimos dias, tem circulado a notícia da saída de alguns profissionais do Serviço de Oncologia Médica do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), nomeadamente do seu Diretor de Serviço, que coordenava aquela unidade desde a sua fundação, em 2002.
Esta situação, pela quantidade e qualidade dos profissionais envolvidos, poderá, eventualmente, colocar em causa a manutenção daquele serviço, que é uma referência de qualidade nos cuidados diferenciados que presta à totalidade da população alentejana (mais de 430 000 pessoas). Por outro lado, poderá comprometer a formação médica nesta especialidade, atendendo ao facto de a saída dos profissionais mais qualificados fragilizar esta dimensão formativa.
Atendendo a que a informação que circula é dispersa, tem provocado natural receio na população e necessita de ser esclarecida, por fonte oficial, ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, venho requerer, através de V.Exa., ao Senhor Ministro da Saúde, resposta às seguintes perguntas:
- Confirma-se a saída de profissionais do Serviço de Oncologia Médica do Hospital do Espírito Santo de Évora? Em caso afirmativo, quais os profissionais que deixaram de exercer funções nesse serviço?
- Qual a atual situação do Serviço de Oncologia Médica do Hospital do Espírito Santo de Évora, no que se refere aos profissionais que, aí, prestam serviço;
- O Serviço de Oncologia Médica do Hospital do Espírito Santo corre risco de encerrar?
- Que medidas vão/estão a ser tomadas, no sentido de repor o nível quantitativo e qualitativo do serviço prestado pelo Serviço de Oncologia Médica do Hospital do Espírito Santo de Évora à população do Alentejo e, em particular, do distrito de Évora?» (nota de imprensa do grupo parlamentar do PS)
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Também recentemente, devido a esta situação, os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal de Évora tinham pedido esclarecimentos à ARS Alentejo:
Os recentes acontecimentos tornados públicos nos Serviços de Oncologia e Radiologia do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) têm vindo a causar preocupação geral pela sensibilidade da matéria e pela possibilidade de a situação comprometer a manutenção de cuidados de saúde diferenciados a toda a população do Alentejo, tendo em conta a centralidade do HESE na Rede de Referenciação Hospitalar.
Por conseguinte, o Presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, e o Presidente da Assembleia Municipal de Évora, António Jara, tomaram a iniciativa de solicitar audiência ao Presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo com o intuito de conhecer a situação em detalhe e obter esclarecimentos sobre a atual capacidade de resposta dos serviços de saúde públicos nestas especialidades e se a mesma põe em causa o direito à saúde dos utentes. (nota de imprensa da CME)
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A ARS, contactada pela agência LUSA, confirmou a saída do director do serviço de oncologia e de outro médico, mas garantiu não ter havido "nenhuma falha" nos cuidados prestados. aqui