A reunião da Assembleia Municipal que havia sido interrompida a 30 de Abril, teve a sua continuação na passada semana. Nesta foi discutida a prestação de contas do município de Évora relativa a 2014.
Os documentos de prestação de contas de 2014 apresentados espelham um ano pobre em investimentos e pouco activo na luta contra os instrumentos que asfixiam Évora, os seus munícipes e o poder local.
Foram apresentados documentos contraditórios que, por um lado, criticam o estrangulamento do poder local democrático, através da diminuição das transferências estatais e das imposições previstas no PAEL, mas que por outro, página após página, retiram activos dessas imposições e da maximização de todos os impostos e taxas pagos por todos nós.
Tal como, e como está escrito no relatório de gestão apresentado, “o memorando da troika assume o empobrecimento dos portugueses”, também o PAEL assume a mesma lógica, pelo que apenas uma luta firme e incansável se pode exigir à esquerda, e nunca a congratulação com os valores de receita que apenas foram possíveis com o sacrifício dos munícipes
Foi um ano pobre em acção, e os documentos assim o demonstram. Ainda que o executivo tenha tentado tirar partido ao máximo das acções desenvolvidas pelos diversos agentes do concelho nas mais diferentes áreas.
Estamos perante a prestação de contas do PAEL, um saldo negativo de mais de 7 milhões de euros, um elevado peso dos empréstimos nas despesas e dos impostos nas receitas, e a verdade que até é assumido que o peso dos investimentos na despesas diminui face ao ano anterior, que já havia sido desastroso (de 9% para 8%).
Espero que no futuro os valores e palavras sejam transformadas em acção, caso contrário, teremos anos penosos pela frente.
Até para a semana.
Bruno Martins (crónica na rádio diana)