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Conselhos e conselhos

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Em tempos alguém me deu o seguinte conselho: "fixa o que ouves, regista o que lês".
Na sequência da última reunião do Conselho Municipal de Juventude de Évora, tendo em conta o conselho dado, relembrei e revi algumas coisas que tenho ouvido e lido nestes últimos tempos.
Frases como "vamos dar voz aos jovens", "trataremos todos sem qualquer discriminação", "a lei tem de ser respeitada independentemente da cor política", cativaram muitos e deixaram-me expectante.
Sim. Expectante e na esperança que, embora muitos municípios continuem a menosprezar a importância da existência e do bom funcionamento dos Conselhos Municipais de Juventude, Évora continuasse a ser uma excepção à regra pela positiva.
Infelizmente, os meus receios e os de muitos confirmaram-se.
Évora viu o seu Conselho Municipal de Juventude transformado num órgão que funciona apenas pro forma em questões determinantes.
Em plena Feira de São João, grande parte da gestão da programação do espaco desportivo foi atribuída a apenas uma associação, contrariamente ao que tem vindo a suceder em anos anteriores.
Aos conselheiros apenas foi apresentada a decisão final, sem alternativas.
Ora, sendo este órgão composto em grande parte por associações e instituições representativas dos jovens do Concelho, e exercendo funções consultivas, porque não foi previamente ouvido?
Podia esta ter sido a única questão levantada nesta última reunião, mas assim não foi...
A esta decisão, seguiu-se um acto de total desrespeito por uma das instituições representadas acrescido da violação dos regulamentos gerais e internos actualmente em vigor.
Quando uma instituição, membro de pleno direito, vê o seu voto ser desconsiderado com fundamento numa formalidade inexigivel, respostas exigem-se.
E exigem-se porque um membro de pleno direito do Conselho Municipal de Juventude tem a sua presença e direito de voto automaticamente reconhecidos, não sendo necessárias mais formalidades para a prática do seu exercício.
Exigem-se porque, tendo essa instituição estado presente, com confirmação prévia, em reuniões anteriores, nunca ninguém alegou tal necessidade nem promoveu as diligências necessárias para a sua concretização.
Exigem-se porque nessa mesma reunião houve membros a tomar posse e a instituição em causa não foi contactada nesse sentido, nem sequer no inicio da reunião.
Ao que parece, apenas na altura "ligaram" ao assunto, sendo que nessa altura impediram a consideração do voto e da pessoa indicada por essa instituição como proposta para representante num Conselho Municipal.
Curioso é que, aquando da realização de actividades em que houve interesse na participação de um número elevado de associações e instituições, a opinião dos Conselheiros já tenha sido considerada, não se tendo olhado a cores políticas ou a formalidades às quais só se liga na hora.
Muito de novo se prometeu e até agora pouco de novo se fez.
É pena que parte desse pouco signifique desrespeito por órgãos municipais e instituições nele representadas.
Por isso relembro uma vez mais: "Fixa o que ouves, regista o que lês".
Rita Paias (aqui)

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