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Vamos a isso, autarcas e cidadãos?

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Por toda a Europa, o problema da convivência entre populações sedentárias e populações nómadas tem vindo a ser tratado de modo pouco satisfatório, para residentes permanentes como para viajantes.
Ignorar o problema ou fingir que expulsando-os daqui eles não vão encontrar-se ali, é uma maneira de prolongar indefinidamente o problema, "descarregando-o" para os outros. Na Europa ocidental existem países que adoptaram leis específicas, obrigando as autarquias a construir e equipar parques de trânsito, onde os grupos nómadas (aqui: Ciganos, mas podem ser não-Ciganos) podem instalar-se para breves estadias. A maior parte dos incómodos causados provém da falta de insfraestruturas sanitárias (águas, esgotos, recolha do lixo), que faz com que os sítios em que se instalam se tornam insalubres para quem neles vive e para os vizinhos. Propor alternativas, isso sim, é política inteligente. E não ficar-se pela eterna denúncia, fortemente marcada muitas vezes por um racismo que nem procura disfarçar-se. Tratar os nossos concidadãos Ciganos (ou nómadas não-Ciganos) com a dignidade que exigimos para nós próprios, não exclui que actividades ilegais devem ser condenadas, como para qualquer cidadão. Pergunta concreta e prática: se os Ciganos em questão forem expulsos daquele sítio, o que até pode parecer necessário, para onde irão? Para outro sítio semelhante, onde o mesmo problema se colocará? E não será possível criar um espaço de estacionamento para nómadas (Ciganos ou não), com as devidas infra-estruturas de modo a evitar a maior parte das poluições? Antecipo as reacções: "gastar dinheiro com "eles" ?" São nossos concidadãos, pagam impostos (não esquecer que é o IVA que representa a maior parte dos NOSSOS impostos, o de todos), e ... existem. O modo como tratamos os mais fracos (socialmente) diz quem somos e que sociedade temos. E onde se faria? e como seria estruturado? E que modalidades de acesso, e de permanência? Aí estão verdadeiras questões: as respostas não são impossíveis, mas exigem trabalho. Vamos a isso, autarcas e cidadãos?

José Rodrigues dos Santos
4 Junho, 2014 07:35

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