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Questões pessoais com impacto público e político

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Embora muito do que aquié dito tenha um carácter pessoal, de relação entre um cliente e o seu advogado, também é claro o significado politicamente forte deste texto de um homem reconhecido nos meios culturais da cidade, antigo vereador de Abílio Fernandes e com grande peso na estrutura local do PCP e da CDU, tendo sido mesmo mandatário das listas da CDU há quatro anos - precisamente no momento em que Eduardo Luciano, que agora critica, era o cabeça de lista.
Esta posição de Manuel Branco, que não se coaduna com a prática corrente no partido (mais do tipo "come e cala") já era conhecida por muitos dos que se movem nos meandros da máquina comunista, tendo também levado a inúmeras diligências para acalmar os ânimos. Nenhuma deu resultados, mas também poucos acreditavam na ameaça de Manuel Branco: se Eduardo Luciano fosse candidato ele tornaria pública a sua posição.
Disse que fazia e fez. Ontem à noite, pouco depois do comício da CDU na Praça do Sertório, Manuel Branco, que esteve na apresentação dos candidatos, publicava no acincotons o texto em causa. Muito duro e violento.
Um texto que é mais uma etapa (outras haverá?) na falta de transparência interna em que o PCP parece ter vivido nos últimos anos relativamente à sua "frente autárquica" eborense.
Senão vejamos: foi público que em cerca de metade do mandato autárquico, Eduardo Luciano e a nº2 da CDU, ainda na Câmara, Jesuína Pedreira, deixaram de se falar (e ainda não se falam), a pretexto de "questões pessoais" que rapidamente se terão transformado em "questões políticas".
Depois houve todo o longo processo da escolha de candidatos com os órgãos do PCP a preferirem Pinto Sá em detrimento de Eduardo Luciano que foi relegado para terceiro lugar, quando parecia um dado adquirido que seria ele a liderar a lista.
Dentro e fora do PCP há a ideia de que os dirigentes do partido estariam convencidos de que ao retirarem Eduardo Luciano de cabeça de lista este recusaria qualquer lugar entre os candidatos à Câmara, resolvendo a questão levantada por Manuel Branco - qualquer que fosse a lista, se Eduardo Luciano dela fizesse parte, "faria sangue".
Mas Eduardo Luciano aceitou o segundo e depois o terceiro lugar. Talvez agora, com este "braço de ferro", se comece a perceber porquê.
As acusações feitas por Manuel Branco são graves (embora, repita, muito no foro da relação cliente/advogado, existindo por certos órgãos onde ela possa ser dirimida bem melhores do que a praça pública), sobretudo quando a CDU acentua as caracteristicas da "honestidade e competência" entre os seus candidatos. A procissão ainda vai no adro e a campanha eleitoral ainda vai demorar alguns meses. Como todos, espero que ela seja feita para debater os temas da cidade e do concelho e não para uma contínua "lavagem de roupa suja" - o que também não deixa de ser um indicador político.
Uma última nota, apenas para dizer que dos 7 candidatos ontem apresentados pela CDU à Câmara de Évora o que conheço melhor e ao qual me ligam alguns laços de maior proximidade é precisamente a Eduardo Luciano, com quem sempre mantive relações pessoais e profissionais de grande lisura e respeito mútuo. Fica dito. Outras opiniões haverá, sobretudo, porque, como se viu nestes últimos quatro anos, Eduardo Luciano é homem capaz de suscitar grandes paixões. A favor e contra.

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