Há dias foi inaugurado o, justamente festejado, “Mural Evocativo dos 40 anos do 25 de Abril”, nos muros do edifício anexo ao Chafariz das Bravas, na freguesia da Malagueira (agora Malagueira e Horta das Figueiras). Foi um esforço colectivo de uma quinzena de artistas plásticos da cidade e de alguns técnicos e trabalhadores da autarquia que - apesar da controvérsia natural que qualquer proposta artística sempre suscita – nunca é demais louvar.
Dá-se, no entanto, o caso de eu todos os dias passar por um outro muro completamente degradado, tal como o espaço que delimita, situado a pouco menos de 100 metros do mural agora inaugurado. É verdade que não fica junto a uma via principal, nem é entrada na cidade de Évora, mas fica ali ao pé, um pouco recuado, já na zona limite entre o Bairro da Malagueira e a Cruz da Picada.
Já foi um Parque Infantil onde os miúdos brincavam e está fechado há cerca de dois anos. Na altura foi fechado pela ASAE, mas desde aí a degradação tem sido contínua. Fechado a cadeado, muros esverdeados, equipamento partido, erva por todo o lado, como as fotos demonstram. Segundo consta o terreno do Parque será da Cooperativa de Habitação, o equipamento resultou do apoio da Junta de Freguesia e da Câmara.
Agora é o território de ninguém num bairro ainda habitado por largas dezenas de miúdos, das mais diversas idades, que não têm onde brincar – nem sequer nas ruas, estreitas, sem passeios e com carros a passarem frequentemente.
Não sei a quem pertence o Parque, mas julgo que não será difícil as entidades locais (Junta de Freguesia a tomar a iniciativa) porem-se de acordo e recuperarem este espaço (um pouco como fizeram com o “lavar de cara” da Praça do Giraldo, que não foi apenas no espaço público, mas também privado, ou no muro junto ao Chafariz das Bravas).
Agora é o território de ninguém num bairro ainda habitado por largas dezenas de miúdos, das mais diversas idades, que não têm onde brincar – nem sequer nas ruas, estreitas, sem passeios e com carros a passarem frequentemente.
Não sei a quem pertence o Parque, mas julgo que não será difícil as entidades locais (Junta de Freguesia a tomar a iniciativa) porem-se de acordo e recuperarem este espaço (um pouco como fizeram com o “lavar de cara” da Praça do Giraldo, que não foi apenas no espaço público, mas também privado, ou no muro junto ao Chafariz das Bravas).
Mais, sugeria, que se tivesse sobrado alguma tinta da pintura colectiva do Chafariz das Bravas ela fosse usada na recuperação dos muros do Parque Infantil (seria ousadia pedir a algum dos artistas que, se ali quisesse deixar também algum sinal da sua capacidade artística, o fizesse) e talvez a Câmara pudesse disponibilizar um carpinteiro ou outros funcionários especializados para recuperarem os equipamentos.
Talvez que a recuperação deste espaço não tivesse a visibilidade que o “Mural das Bravas”, de facto, tem, em plena entrada da cidade, mas não tenho dúvidas que para as crianças desta zona de Évora seria uma verdadeira “prenda”, também, e certamente, evocativa dos “40 anos do 25 de Abril”, de que não se iriam esquecer tão cedo.