A memória que temos. A memória que permanece. A memória que vale a pena.
Camilo Mortágua, cuja vida dava para muitos romances, foi um destacado militante antifascista, ligado a vários momentos da luta contra o regime de Salazar, nomeadamente o assalto ao "Santo Maria" e o desvio de um avião da TAP, em 1961. Esteve depois ligado às Cooperativas Agrícolas no pós- 25 de Abril, em especial à "Torrebela" . Militou na LUAR.
Aurora Rodrigues, hoje magistrada em Évora, foi militante do MRPP, esteve presa e foi torturada pela PIDE durante 16 dias e 16 noites seguidas, antes do 25 de Abril de 1974. Voltou a ser presa depois do 25 de Abril, sem qualquer acusação. No seu livro "Gente Comum" Aurora Rodrigues escreve: "Acho importante contar o que me aconteceu, porque existe a ideia de que só eram presos e torturados grandes políticos, esquecendo-se que também o eram pessoas comuns, que era aquilo que eu era, sempre fui e ainda sou. Às vezes, leio aqueles livros sobre grandes figuras míticas que foram torturadas e não falaram, mas a verdade é que não foram só eles. Muitas pessoas comuns que se opunham ao regime, por uma razão ou por outra, foram torturadas e conseguiram resistir e nisso não há nada de extraordinário. (...) O medo existe sempre e nisso não há nada de extraordinário." (p. 117)
https://www.facebook.com/events/1434686793445002
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