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8 de Março, Sempre!

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Consagrado pela ONU desde 1975, celebrou-se no último Sábado, dia 8 de Março, o Dia Internacional da Mulher.
Existem, no entanto, muitas pessoas que acham não fazer sentido comemorar o 8 de Março. Mas como não assinalar este dia, e não ter especial atenção às lutas das mulheres pela igualdade, enquanto existirem sinais aberrantes de atropelo dos direitos das mulheres? Como podemos ficar indiferentes quando uma parte da humanidade, em função do seu género, é discriminada diariamente no nosso país e no mundo?
Felizmente existiram muitas conquistas e avanços ao longo do último século. Lutas difíceis e prolongadas foram travadas, para combater atrasos e barreiras incompreensíveis, mas, ainda assim, muito caminho há a percorrer.
Persistem atrasos, discriminações e barreiras. E estas não podem ser tabu. Dois exemplos gritantes:
* Violência de Género. 97% das vítimas são mulheres de acordo com a Agência para os Direitos Fundamentais da União Europeia. Em Portugal, registam-se, anualmente , mais de 20 mil casos de violência doméstica sobre mulheres (dados registados… longe da realidade, infelizmente), morrendo, em cada ano, dezenas de mulheres vítimas de violência de género. Os números referentes ao abuso sexual sobre as mulheres, são igualmente alarmantes, pelo que é de estranhar que em vésperas do Dia Internacional da Mulher, PCP/PS/PSD/CDS se tenham abstido na votação de um projecto-lei apresentado pelo BE para tornar a violação como crime público.
* Discriminação Laboral. No trabalho, as mulheres continuam a ganhar, em média, menos do que os homens (cerca de 20%), têm mais dificuldade em subir na hierarquia, são mais facilmente despedidas, e mais facilmente alvo de contratos laborais precários. Os números do desemprego mostram, ainda, que, independentemente das qualificações, são as mulheres mais sofrem com a falta de trabalho.
Mas importa, ainda, reflectir sobre a dificuldade em atingir a paridade real, a existência de sexismo na linguagem, nos media, no dia-a-dia. A luta constante contra uma sociedade que ainda é machista na sua generalidade.
Sim, faz sentido reflectir a 8 Março, faz sentido celebrar as conquistas, mas urge lutar todos os dias do ano contra a discriminação.
Cá estarei para lutar lado a lado, agradecendo a todas as mulheres que no nosso país resistem e em todo o mundo lutam por um mundo de igualdade, liberdade, justiça, solidariedade e paz.
Por este mundo vale a pena lutar, sempre! Lado a lado!
Até para a semana!

Bruno Martins (crónica Rádio Diana)

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