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Arménio Carlos solidário com luta dos trabalhadores da Kemet

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O processo de despedimento coletivo de 127 trabalhadores na fábrica de Évora da Kemet Electronics deve ser investigado pela Procuradoria-Geral da República, defendeu hoje o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, reclamando também a intervenção do Governo.
“Parece-nos que se justifica, no mínimo, a intervenção da Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o que se está a passar”, porque é “uma situação muito nebulosa”, disse.
E, continuou, é necessário também “um posicionamento claro e inequívoco do ministro da Economia”, Pires de Lima, pois, quando “se fala tanto do milagre económico e da criação de emprego”, assiste-se, em Évora, “à destruição de 127 postos de trabalho no imediato”.
O líder da CGTP falava aos jornalistas em Évora, durante uma concentração de trabalhadores da Kemet Electronics, ao início da manhã, à entrada da fábrica.
A multinacional norte-americana pretende avançar com o despedimento coletivo de 127 dos 310 trabalhadores da unidade fabril alentejana e deslocalizar uma das linhas de produção para o México.
Arménio Carlos lembrou que, “nos últimos 15 anos, o Estado português investiu valores superiores a 113 milhões de euros” na empresa, com o objetivo de “manter e criar emprego”.
“Ainda há poucos anos houve aqui um lay-off” e, agora, perspetiva-se “mais um despedimento coletivo nesta empresa”, lamentou, considerando que a situação não é “muito clara”.
O processo tem ainda “uma agravante”, porque, “curiosamente, nestes 127 postos de trabalho”, está incluída “toda a estrutura dirigente sindical e os representantes da CGTP na comissão de saúde e de segurança no trabalho”, denunciou.
Para Arménio Carlos, a PGR deve investigar “as razões que estão na origem deste processo” e o Ministério da Economia tem que “tomar medidas” para “evitar mais uma deslocalização da empresa”.
A CGTP, juntamente com o Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas e a União de Sindicatos do Distrito de Évora, prometeu “fazer chegar este apelo, de uma forma mais estruturada, à PGR”.
Arménio Carlos acusou ainda a Kemet de “propaganda” ao divulgar que pretende fazer da fábrica de Évora, onde se produzem condensadores de tântalo, “um centro de referência” para fabricar condensadores “eletrolíticos”.
“Mas se é esta a intenção, então porque é que está agora a fazer um despedimento coletivo?”, questionou, retorquindo: “Não se justifica e, se não tem justificação, merece pelo menos uma averiguação”.
Já o delegado sindical na fábrica da Kemet, Hugo Fernandes, disse aos jornalistas que, no âmbito da fase de informação e negociação do processo de despedimento coletivo, decorrem reuniões com a administração.
“Não acreditamos que [o despedimento] seja inevitável, nem irreversível, bem pelo contrário. Temos esperança nas negociações e de que apareçam soluções capazes de dar a volta” à situação, argumentou. (Lusa)


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