O arcebispo de Évora, José Alves, afirmou hoje que todas as pessoas "têm direito a um lugar e a uma vida digna", mas observou que "na grande hospedaria do mundo" nem todos "encontram lugar".
Esta é "uma situação que continua a repetir-se constantemente, com um sem número de pessoas que não têm onde morar", realçou José Alves, na sua mensagem de Natal, divulgada hoje pela Arquidiocese de Évora.
"Na grande hospedaria do mundo, nos nossos dias e ao nosso lado, há muitos que não encontram lugar", refere, afirmando que "não encontram lugar na família, nos ambientes de trabalho, nas escolas, no emprego, nas casas de habitação, nos hospitais".
"Resta-lhes a rua e as instituições de caridade que os socorrem", acrescenta.
Para o prelado alentejano, a sociedade "continua a não ter lugar para acolher os que precisam, mas, ao mesmo tempo, no coração humano, há muitos lugares disponíveis para a defesa dos interesses individuais".
"É mais fácil encontrar lugar para o Natal do consumismo do que para o Natal da partilha, da promoção da dignidade da pessoa humana e da defesa dos valores da vida", pode ler-se na mensagem.
O arcebispo lembra que "o Filho de Deus não teve lugar na hospedaria" e que "nasceu numa gruta, na pobreza e na humildade, para redimir a humanidade do pecado da exclusão social e do apego exagerado e do uso injusto dos bens materiais, que, afinal, pertencem a toda a humanidade".
Nesse sentido, José Alves conclui que "a autêntica celebração de Natal é aquela que se esforça por ampliar as dimensões da hospedaria do mundo, de forma que haja lugar para todos os seres humanos". (LUSA)