Os actores económicos e sociais nacionais preocupados, muitas vezes com o imediato, desperdiçaram ao longo dos últimos anos, em várias áreas e sectores, muito do potencial de investimento associado aos fundos comunitários.
O balanço de 20 anos de fundos comunitários em Portugal mostra uma aposta na melhoria das infraestruturas do país, falhas sucessivas nas acções de formação/qualificação de activos e desempregados, bem como fraca aposta na inovação no conhecimento e na competitividade.
Ou seja, vinte anos depois, Portugal é um país com mais infraestruturas, com menos coesão territorial e crescentes desigualdades sociais numa Europa com dificuldades, múltiplas, de identidade.
Os novos desafios de utilização dos fundos comunitários devem conduzir a mudanças claras e necessárias: forte aposta numa formação/educação que produza quadros reconhecidos pelo mercado, aumento dos investimentos nas regiões mais desfavorecidas, criação de contextos competitivos, virados para uma economia activa, com fortes repercussões sociais, associada à criatividade das pessoas e à qualidade de vida das gentes e dos territórios.
Portugal não pode perder esta oportunidade e deve promover uma adequada e eficiente utilização dos cerca de 25 mil milhões de euros de fundos comunitários durante os próximos 7 anos.
Em tempo de profunda crise financeira, têm que ser accionados mecanismos de rápida absorção das verbas disponíveis, devendo assumir-se, de uma vez por todas, os novos fundos comunitários como um factor estratégico para o país.
Conhecidos os eixos prioritários do Portugal 2020: Competitividade, Capital Humano, Investigação, Desenvolvimento e Inovação e a Inclusão Social e o Emprego, importa perceber que o Alentejo será uma das regiões prioritárias na afectação de fundos.
O Programa Operacional do Alentejo 2014/2020 vai beneficiar de um aumento superior a 40%, comparativamente com as verbas do QREN 2007/2013, sendo o Alqueva responsável por parte significativa desse aumento.
A terminar 2013, estas são boas notícias para a região que tem agora que ter um tempo e forçosamente um outro olhar para um futuro que espreita já no virar de página do calendário, assumindo-se um ano de 2014 marcado pela mudança, responsabilidade e, acima de tudo, uma nova esperança.
Continuação de boa semana com votos de um Feliz Natal
Silvino Alhinho (crónica na Rádio Diana)