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Museu da Música: moção aprovada por unanimidade na CME lembra que "os compromissos devem ser honrados".

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Foi com surpresa e indignação que lemos na comunicação social afirmações do Secretario de Estado da Cultura dizendo que “está a ser estudada a transferência do Museu da Música para o Palácio Nacional de Mafra”. 
Em Maio de 2009, o então secretário de estado da Cultura, anunciava a transferência do Museu Nacional da Música, a funcionar na estação do Alto dos Moinhos do Metro de Lisboa, para o Convento de São Bento de Cástris, em Évora. Para a escolha de Évora, dizia a ministra da Cultura no início de 2010, “concorreram vários factores. Desde logo, a vontade política de descentralização, o enquadramento geográfico interessante e a possibilidade de concorrer a fundos comunitários”. Garantia ainda a ministra que as candidaturas estavam a ser preparadas, salientando “o potencial de crescimento que S. Bento de Castris, um antigo convento cisterciense de freiras, para se tornar um ‘cluster’ de desenvolvimento na área da música”. Nessa mesma declaração a governante lembrou a ligação de Évora a “um dos períodos áureos da música portuguesa”, referindo-se à escola polifónica da Sé de Évora (século XVI), e a existência do departamento de música da Universidade de Évora. O novo Museu “terá espaços para residências artísticas de músicos e até para uma orquestra com sede no Alentejo”. Subscrevemos na íntegra a argumentação a favor da transferência para Évora do Museu da Música.
Em 12 de Março de 2012, o então secretário de Estado da Cultura, reiterava a intenção de transferência do Museu para Évora afirmando no entanto que o processo estava bloqueado por falta de recursos financeiros.
Compreendendo os atrasos na transferência do Museu da Música para o Convento de S. Bento de Castris, aguardávamos serenamente que a decisão governamental viesse a concretizar-se em 2014.
Évora e o Alentejo, territórios de um vasto património Cultural, com um particular destaque para o “cante” em processo de classificação pela UNESCO como património imaterial da humanidade, seriam a mais adequada terra de Abrigo para o museu da música e simultaneamente para a sede da futura orquestra regional. A implantação do Museu no convento de S. Bento de Castris constituir-se-ia como um importante elemento âncora do desenvolvimento do Concelho e da Região, contribuindo para subverter os efeitos de interioridade que decorrem de políticas erradas de planeamento territorial que têm como resultado a desertificação de todo o interior do país. 
Repudiamos veementemente a possibilidade de incumprimento da instalação do Museu da Música no Convento de S. Bento de Castris, lembramos ao senhor secretário de estado que os compromissos devem ser honrados e esperamos que o alegado “estudo” resulte de um lapso de memória e que seja prontamente corrigido.

Évora, 11 de Dezembro de 2013

*Aprovada por unanimidade na Reunião Pública de Câmara a 11.12.13 



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