“Nos Tempos de Gungunhana” é o título da primeira criação do projeto Teatro TRIBUS. A peça tem estreia marcada para a Casa da Cultura de Beja, a 29 de novembro, pelas 21 e 30 horas e é baseada na tradição oral dos contadores de histórias africanas e no livro Ualalapi, do escritor moçambicano Ungulani Ba ka Kkosa (obra que venceu o prémio da melhor ficção narrativa de Moçambique, em 1997).
“Nos Tempos de Gungunhana”, poderoso chefe tribal que foi capturado por Mouzinho de Albuquerque no final do século XIX e exibido na Europa como exemplo do poder colonialista português, é um rosário de pequenas histórias desse tempo histórico. Narrativas (karinganas, como se diz em Moçambique) que se desfiam a partir de um conto tradicional que conta as peripécias de um guerreiro da tribo Tsonga, Umbangana Namani, que fora casado com uma linda mulher da tribo Macua, chamada Malice. Não tiveram filhos... Mas tentaram muito.
Clemente Tsamba, ator e artista moçambicano multifacetado, é o interprete único e o criador deste rio de narrativas. Nasceu no bairro da Malhangalene, em Maputo, onde integrou vários projetos de teatro comunitário, antes de se formar nesta área pelo PAND - Artistas Unidos da Finlândia e pelo Teatro AGORA. Veio a Portugal pela mão do Arte Pública – artes performativas de Beja depois de ter sido selecionado para integrar o projeto “Xtórias”, peça de teatro que cruza contos das tribos macondes do norte de Moçambique com contos alentejanos. Para além do teatro, Clemente Tsamba dedica-se à música e às artes plásticas. É co-fundador das bandas BABOZA e TAM TAM, projetos de música tradicional africana.
Com direção de Filipa Figueiredo, “Nos Tempos de Gungunhana” é a primeira produção do recém-criado projeto Teatro Tribus. Ivan Castro fez o desenhos de luz e Susa Monteiro é responsável pelo grafismo desta peça que evidencia cultura oral moçambicana. (nota de imprensa)