Ás vezes queremos olhar apenas de fora em vez de entrar … num edifício público, num espaço privado, numa organização social, numa relação interpessoal.
Entrar, implica arriscar, investir tempo e energias, determo-nos em minudências, confrontarmo-nos com o mais e o menos interessante. Por vezes os conteúdos seduzem-nos e permanecemos. Outras, saímos prometendo voltar, ou numa mais repetir.
Em qualquer caso, olhar de fora cria-nos uma imagem que será irreversivelmente alterada se alguma vez entrarmos.
Inclui-se aqui também o olhar sobre os partidos. É deste tempo repetir que são todos iguais. E esse é um olhar de fora. Porque quem alguma vez se propôs entrar para descobrir semelhanças e diferenças aperceber-se-á que existem. Especificidades que no interior, uma vezes causam incómodo, outras orgulho. Muitas. Umas relevantes, outras insignificantes. Semelhanças também as há. Mas, nem essa constatação de mais ou menos semelhanças, nos autoriza concluir que “são todos iguais”.
Sei também que o olhar de fora, a conclusão ligeira ,e por isso bem acolhida por muitos, ou generalizada, é muito mais fácil, rápida e cómoda, do que a opção pelo olhar de dentro, correspondente a uma análise demorada, a uma pesquisa repetida e reflexiva, quando confrontados com o objecto do olhar, qualquer que seja.
Há até quem defenda que analisar, descobrir, investigar é coisa pouco produtiva e quase inútil. Há até quem defenda que depois de entrar, o observador fica com o olhar contaminado e nunca mais terá condições de isenção.
Dada a condição frágil e limitada da natureza humana, parece-me que a única forma de controlar as tendenciosas tendências é assumir os percursos, os pontos de observação donde cada um que observa.
Ou seja, por exemplo, se observo que os partidos são todos iguais, devo contextualizar que esta observação resulta do facto de estar a olhar do lado de fora, de um ponto situado mais à esquerda ou mais à direita; ou ainda que defendo a ilegalização de todos ou de um certo número de partidos; ou que o meu posicionamento é o da defesa da facilitação de formas de representação política complementar à dos partidos como sejam listas ou grupos de cidadãos ligados a um determinado programa de base… ou outra qualquer possibilidade. Porque dizer que “são todos iguais” corresponde à proposta de prolongamento do estado maniqueísta, onde todos são os maus, e os outros, os que se distanciam de todos, ou se apartam, os que não sabemos quem são, são os bons. Ou mesmo a novas formas de elitismo.
Entrar, implica arriscar, investir tempo e energias, determo-nos em minudências, confrontarmo-nos com o mais e o menos interessante. Por vezes os conteúdos seduzem-nos e permanecemos. Outras, saímos prometendo voltar, ou numa mais repetir.
Em qualquer caso, olhar de fora cria-nos uma imagem que será irreversivelmente alterada se alguma vez entrarmos.
Inclui-se aqui também o olhar sobre os partidos. É deste tempo repetir que são todos iguais. E esse é um olhar de fora. Porque quem alguma vez se propôs entrar para descobrir semelhanças e diferenças aperceber-se-á que existem. Especificidades que no interior, uma vezes causam incómodo, outras orgulho. Muitas. Umas relevantes, outras insignificantes. Semelhanças também as há. Mas, nem essa constatação de mais ou menos semelhanças, nos autoriza concluir que “são todos iguais”.
Sei também que o olhar de fora, a conclusão ligeira ,e por isso bem acolhida por muitos, ou generalizada, é muito mais fácil, rápida e cómoda, do que a opção pelo olhar de dentro, correspondente a uma análise demorada, a uma pesquisa repetida e reflexiva, quando confrontados com o objecto do olhar, qualquer que seja.
Há até quem defenda que analisar, descobrir, investigar é coisa pouco produtiva e quase inútil. Há até quem defenda que depois de entrar, o observador fica com o olhar contaminado e nunca mais terá condições de isenção.
Dada a condição frágil e limitada da natureza humana, parece-me que a única forma de controlar as tendenciosas tendências é assumir os percursos, os pontos de observação donde cada um que observa.
Ou seja, por exemplo, se observo que os partidos são todos iguais, devo contextualizar que esta observação resulta do facto de estar a olhar do lado de fora, de um ponto situado mais à esquerda ou mais à direita; ou ainda que defendo a ilegalização de todos ou de um certo número de partidos; ou que o meu posicionamento é o da defesa da facilitação de formas de representação política complementar à dos partidos como sejam listas ou grupos de cidadãos ligados a um determinado programa de base… ou outra qualquer possibilidade. Porque dizer que “são todos iguais” corresponde à proposta de prolongamento do estado maniqueísta, onde todos são os maus, e os outros, os que se distanciam de todos, ou se apartam, os que não sabemos quem são, são os bons. Ou mesmo a novas formas de elitismo.