Ontem fui a Serpa. Fui participar na inauguração de uma exposição de fotografia de Telmo Rocha, que fotografou gentes e espaços da nossa cidade.
Pretendia-se levar Évora a Serpa e dessa forma demonstrar que todas as distâncias são mais curtas do que parecem.
Não conhecia o espaço onde as fotografias iriam ser expostas e, embora o nome me suscitasse curiosidade, confesso que não equacionei a possibilidade de encontrar um espaço com aquela qualidade.
Musibéria, Centro Internacional de Músicas e Danças do Mundo Ibérico, é um equipamento a todos os níveis notável. Inaugurado em Junho de 2011, conta com auditório (140 lugares), estúdio de gravação, sala de coro, 9 Salas para o ensino da música, 2 Salas para o ensino da dança, sala expositiva, mediateca, biblioteca, galerias, anfiteatro e espaço museológico.
A atitude da direcção do Centro é de total abertura a parcerias, trocas de experiências, colaborações e intercâmbios, sendo que pudemos verificar que se trata de um espaço vivido e ocupado com diversas actividades que vão desde o ensino da música e da dança até à ocupação com residências artísticas temporárias.
Dirão os que medem tudo a metro, ou em número de metros quadrados de equipamento por habitante, que o Musibéria estará sobredimensionado para uma população de cerca de 15000 habitantes.
Dirão mal, porque a direcção do Centro não o entende como algo local ou concelhio mas antes como um polo de atracção e dinamização regional, nacional e internacional.
Estou a usar este exemplo de conhecimento recente para sublinhar a necessidade cada vez mais premente de olharmos para a cultura, ao nível da programação, das infraestruturas, dos agentes, de forma integrada, numa plataforma regional criadora de escalas que tornem possível o reforço e a diversificação da oferta.
Ontem, o olhar do Telmo Rocha sobre Évora foi até Serpa e por lá ficará. Lançaram-nos o desafio de aprofundarmos estas parcerias e intercâmbios com outros criadores e agentes com as possibilidades que um equipamento daquelas características pode proporcionar.
Não temos por cá nenhum espaço como aquele para oferecer como moeda de troca, mas temos certamente muito para oferecer e desejamos que o desafio seja mútuo.
Até para a semana
Eduardo Luciano (crónica na Rádio Diana eaqui)