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VAMOS AO GRÃO!, por J. Andrade Santos

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No dia 10 do corrente, foi publicado no vosso blog um artigo da autoria do senhor F.Chalaça que me refere abundantemente no texto.
Gostaria de ter a possibilidade de lhe responder, nas mesmas condições de visibilidade.
Seria possível publicar essa resposta no vosso blog?
JAS

Publica hoje no Diário do Sul o senhor Francisco Chalaça mais um artigo em que pretende pateticamente branquear a responsabilidade do PS na actual situação de falência técnica da Câmara Municipal de Évora, tentando imputá-la à CDU que deixou de nela ter a maioria há perto de 12 anos!
Nesse artigo, algo se me afigura não obstante sensato: escreve o articulista que não pretende eternizar a discussão sobre este assunto, e que será a última vez que abordará a temática da situação financeira da CME na perspectiva da dívida herdada.
Sábias palavras! Com efeito, quanto mais o assunto é debatido, mais se percebe que a iniciativa do senhor Chalaça se virou contra ele, e contra a força política que ele apoia.
Mas, vamos ao grão!
No seu artigo de hoje, o senhor Chalaça afirma fundamentalmente duas coisas: em primeiro lugar, que as Contas de Gerência do Município não são credíveis, e que consequentemente, os números nelas contidos sobre o endividamento camarário não permitem tirar conclusões, e em segundo lugar, que só da auditoria da Arthur Andersen se podem retirar dados fiáveis, e concluir a partir deles com segurança.
Quanto à primeira afirmação, acrescenta o senhor Chalaça que”mais tarde” (…quando?...)”com os mandatos do PS, os Balanços passaram, com rigor, a refletir a situação patrimonial da autarquia”. Mas o facto é que todos os valores que eu citei de endividamento da CME entre 2001 e 2012, foram retirados de Contas de Gerência aprovadas por Assembleias Municipais de maioria PS! Credíveis consequentemente de acordo com o critério do senhor Chalaça. E foram eles:
2001- 37 milhões de Euros
2002 - 38 milhões
2003 - 39 milhões
2004 - 41 milhões
2005 - 42 milhões
2006 - 44 milhões
2007 - 45 milhões
2008 - 49 milhões
2009 - 70 milhões
2010 - 68 milhões
2011- 79 milhões
2012 - 74 milhões
Como se pode verificar, a dívida vai crescendo paulatinamente ao longo do primeiro mandato do PS, de 2002 a 2005. Seria impossível “diluir” mais de 30 milhões de pretensas “dívidas escondidas” do último ano de gestão CDU nas Contas aprovadas em 2003, 2004, 2005 e 2006. Ou seja, tais dívidas só existem na imaginação do senhor Chalaça.
Compreende-se assim a tentativa do senhor Chalaça para lançar a dúvida sobre os números oficiais das Contas de Gerência. Mas alguns segundos de análise lógica dos números bastam para afastar qualquer dúvida, e perceber o que efectivamente se passou.
Não vale a pena perder tempo com o mapa apresentado pelo senhor Chalaça, com origem no relatório de auditoria da Arthur Andersen, mapa esse que mistura alhos com bugalhos, ou seja, dívidas com “responsabilidades assumidas com impacto futuro”, ou “processos em contencioso com pedidos de indemnização financeira”.
Mas vale a pena referir que a tal auditoria foi comprada pela maioria socialista da CME a uma empresa que desbaratou o seu capital de credibilidade, e viria posteriormente por isso mesmo a desaparecer. A dita Arthur Andersen certificou como boas as contas da empresa norte americana  ENRON, que se veio a verificar  ser um caso de polícia, e cujos responsáveis apareceram nos noticiários de todo o Mundo com algemas nos pulsos, a caminho da prisão, por motivo de uma gigantesca fraude !
Não há dúvidas que nos quiseram mesmo tomar por tolinhos !

J. Andrade Santos

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