O país vive duas realidades antagónicas e distintas nos seus pressupostos. Uma é a que é propalada pelo António Costa e os seus sequazes, que tudo corre sobre rodas. O défice é o mais baixo conseguido em democracia, que o desemprego irá baixar para um dígito.
Neste particular, encontram-se o Governo e os que dele dependem direta ou indiretamente. Somam-se, porém, muitos grupos empresariais, basta olhar para sua atividade, que, facilmente, podemos verificar que têm como clientes o Estado ou a quem este financia ou paga. As grandes distribuidoras que operam no nosso país também vivem indiretamente das políticas públicas.
A outra a realidade é a que é vivida pelos empresários e os seus respetivos funcionários cuja relação direta com o Estado só ocorre quando têm que proceder ao pagamento dos impostos.
Aqui, com efeito, também podemos englobar todos aqueles que não têm trabalho, nem têm expetativas. Para este conjunto de pessoas a realidade é bem diferente, porque os sinais são preocupantes. O Estado gasta mais do que pode em função daquilo que a economia gera. A riqueza produzida é insuficiente para assegurar a despesa pública, disso são exemplo os défices sucessivos.
Em suma, ou invertemos esta forma de estar como comunidade politicamente organizada e levamos a cabo uma verdadeira discussão no sentido de encontrarmos uma base de entendimento comum, no sentido de sabermos que Estado podemos ter. Qual o papel do Estado na sociedade. Quais são as funções sociais a realizar. De contrário, e, não estou a falar da vinda do diabo, é a realidade que mais uma vez nos assolará e nos pedirá contas. Será que não conseguimos ver para além do nosso umbigo?
José Policarpo (crónica na rádio diana)