Talvez que se tivéssemos uma Europa que assentasse numa perspectiva social e solidária, como era a ideia dos seus fundadores, esta questão não se pusesse. Agora com uma Europa que tem apostado na desregulamentação da economia, no desrespeito pelas leis do trabalho e desvalorização do mesmo quando este é que é o grande gerador de riqueza, privilegiado a concentração de riqueza nos grandes grupos financeiros com um consequente aumento generalizado dos índices de pobreza, ao ponto de nem um trabalhador com o seu emprego conseguir prover o sustento da sua família.Uma Europa que tem esvaziado o poder económico dos estados vedando-lhes a possibilidade de seguirem políticas próprias, criando oligarquias que apenas têm que obedecer cegamente à voz do dono numa destruição completa da democracia expressa pelos votos dos cidadãos. A esta Europa só se pode dizer não. Já fui euro optimista, já tive um sonho de uma Europa social onde não existissem pobres, nem guerras. Onde a livre circulação de pessoas e bens fosse efectiva. Onde pudesse jurar a cidadania europeia em par com a nacional. Hoje sou forçado a lutar contra o imperialismo de Bruxelas. Quem foi que destruiu a Europa que sonhei? O Partido Popular Europeu e o grupo de Socialistas & Democratas, que seguem o mesmo caminho. O que falta na Europa? Que o caminho volte a ser o do verdadeiro socialismo democrático, mas parece já tarde para remendar um barco que já mete água por todos os lados.
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