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Évora a dois meses das eleições autárquicas

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As eleições autárquicas realizam-se precisamente dentro de dois meses. Com as férias, pode-se dizer que elas estão mesmo aí “à porta”, estando os diversos partidos a tratarem de finalizar as listas, uma vez que terão que ser entregues até ao dia 5 de Agosto. 
Quanto a Évora a pré-campanha parece estar numa fase mais do que morna, apesar dos candidatos do PS e da CDU andarem numa roda viva por tudo quanto é festa de aldeia – às vezes os staffs partidários quase são mais do que os participantes nos festejos -, reservando para depois das férias iniciativas de maior vulto.
Regra geral, dizem os entendidos, a campanha eleitoral, propriamente dita, tem pouco impacto, a não ser no convencimento de alguns eleitores que estão hesitantes até quase ao último momento sobre o seu sentido de voto. 
No caso de Évora, onde a margem entre o PS e a CDU, há quatro anos, se situou nos cerca de mil votos (1.168 votos) , esta “pesca à linha” pode ser importante. Há quatro anos a abstenção no concelho de Évora foi superior a 45 por cento e estima-se que este ano possa ser ainda maior, o que poderá complicar algumas das contas que estão a ser feitas pelos estados-maiores partidários. 
De concreto, pode-se dizer que o PS neste momento ainda mantém a Câmara, apesar de ter um candidato por todos considerado como “muito fraco”, uma vez que a CDU e a sua candidatura ainda não mostraram um elan suficiente que permita dizer que está em condições de assegurar a vitória. Pelo contrário, hoje as condições para a CDU ganhar a Câmara são mais difíceis do que há quatro anos, quando o PS estava no Governo e José Ernesto Oliveira, já desgastado e alvo de muitas críticas, se recandidatava a um 3º mandato.
Na altura, mesmo com um candidato pouco conhecido como Eduardo Luciano, a CDU obteve um resultado histórico que não é certo que Pinto Sá, embora mais experiente e mais reconhecido publicamente, consiga agora ultrapassar, obtendo os votos que separam o PS da CDU e permitindo à coligação comunista a conquista da Câmara.
Para além do contexto geral ser hoje mais desfavorável à CDU do que ao PS (agravamento do nível de vida, medo da incerteza quanto ao futuro, subida do PS nas intenções de voto a nível nacional, penalização das medidas governamentais) do que há quatro anos atrás, também a nível local existem outras incertezas. 
1 - A fraqueza da coligação PSD/CDS em Évora poderá deslocar votos. Para quem? Essa é ainda uma incógnita; 
2 - Por outro lado, a candidatura reforçada do BE (mesmo ao nível das freguesias urbanas) irá ter uma expressão eleitoral com maior significado? E se isso acontecer, que partido irá penalizar? O PS ou a CDU?;
3 - Se houver uma maior abstenção quem serão os partidos mais prejudicados? O mais votado, PS? Ou, também, a CDU?
São perguntas importantes a que os dois próximos meses poderão dar algumas respostas. Os resultados destas eleições vão, por isso, depender muito do que vão ser a pré-campanha e a campanha eleitoral. Até agora, os debates entre candidatos não têm existido. Parece mesmo que não há um grande interesse em debates neste momento (sobretudo por parte do PS e do PSD). 
A juntar a isto existem outras questões: a cidade de Évora comporta-se já como um núcleo citadino, urbano, em que a informação tem dificuldade em circular, uma vez que as redes de comunicação locais (como nas aldeias) já não funcionam aqui e, ao mesmo tempo, existe défice de outros canais informativos. O “Diário do Sul” ainda representa a grande e quase única fonte de informação local para muitos cidadãos eborenses, sendo as rádios locais escassamente ouvidas.
Isto dificulta também em muito o trabalho de propaganda eleitoral que, a não ser feitos pelos próprios partidos duma maneira eficiente, se arrisca a que chegado o dia das eleições haja muitos eleitores que nem saibam quem se candidata e a quê. Claro que neste “jogo informativo” quem mais se trama são as formações políticas mais pequenas, com menos meios e menor capacidade de chegar aos eleitores…


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