A dúvida está instalada. O presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto Sá, em declarações à Rádio Diana, a 3 de Maio deste ano (2016), disse textualmente que:
"A Câmara de Évora deixou de usar, no ano passado, o pesticida glifosato, potencialmente cancerígeno. A garantia foi dada à DianaFM pelo presidente do município, Carlos Pinto de Sá."A câmara deixou de usar esse pesticida desde o ano passado", afirmou o autarca. O glifosato é um pesticida que foi considerado “provavelmente cancerígeno” pela Organização Mundial de Saúde em 2015.Carlos Pinto de Sá explicou que "quando surgiram informações de que o produto químico podia provocar problemas para a saúde", a câmara entendeu "deixar de adquirir os pesticidas que tivessem esse produto químico"."
Gente de bem não duvida. Mas a dúvida surge quando, em resposta a um requerimento do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, em Fevereiro do mesmo ano, a Câmara de Évora responde, em ofício assinado pelo seu presidente (documento reproduzido acima), que:
1) Os serviços municipais que utilizam glifosato são fundamentalmente os serviços de higiene e limpeza pública, importa portanto sublinhar que este herbicida é aplicado não exclusivamente mas fundamentalmente em calçada, no que é muito eficiente e apresenta baixo grau de perigosidade conhecida.
2) As quantidades adquiridas (as quais podem não coincidir necessariamente com a sua aplicação) rondam em media os 2.500 litros.".
Afinal em que ficamos: se em Fevereiro de 2016 o município ainda usava glifosato (e as quantidades adquiridas rondavam os 2.500 litros), como é que em Maio o presidente diz que a CME deixou de usar este produto ainda em 2015?