A vitória da selecção portuguesa no campeonato europeu de futebol, talvez devesse constituir uma importante lição para todos nós.
No início desta competição e a propósito dos vários empates obtidos pela selecção nacional, não faltaram as criticas do costume vociferadas pelos arautos da desgraça, que invariavelmente estão soldo de alguns interesses instalados e, que, reiteradamente, questionam o futebol praticado e pondo em causa as escolhas do seleccionador.
Confesso que não percebo nada de futebol, mas sei verificar quando um jogador está “fora de jogo”. Portanto conheço muito pouco para me pronunciar sobre as escolhas do seleccionador no que toca aos jogadores por ele eleitos e muito menos para alvitrar sobre as diferentes tácticas adoptadas. Porém, posso e devo reconhecer que esta selecção ao contrário das outras selecções, esteve sempre focada no mesmo objectivo e quando assim é, ficou, aliás, inequivocamente demonstrado, os grandes feitos são alcançáveis como foi o exemplo deste inigualável feito para o nosso futebol.
Dizer isto, serve, pelo menos para mim, que trabalhar sobre uma planificação sem ceder a pressões venham elas de onde vierem, é meio caminho para o sucesso. Foi este o caminho escolhido pelo seleccionador Fernando Santos, pela Federação portuguesa de futebol e sem dúvida alguma pelos intérpretes, que são e foram os jogadores que compõem a actual selecção nacional.
Na verdade, este grandes portugueses demonstraram à saciedade, pelo menos àqueles que há muito nos querem fazer de parvos e tontos, sobretudo os que têm “palco” mediático que, os interesses particulares, de alguns presidentes, empresários e dos que gravitam indecorosamente à volta da industria do futebol, deverão ser afastados na medida do possível, para que o futuro do futebol sénior, seja tão brilhante quanto foi esta conquista.
Por outro lado, quero aqui enaltecer a grande atitude demonstrada pelo seleccionador Fernando Santos no confronto com a comunicação social. Este grande senhor esteve sempre à altura dos momentos e das perguntas que lhe foram dirigidas, sobretudo àquelas que compreendiam uma critica ao seu trabalho enquanto profissional de futebol.
Por fim, a lição dada por estes homens que, também são nossos compatriotas, não deverá passar ao lado das nossas consciências. Porque o sucesso só é alcançado quando a maior parte dos envolvidos ruma para o mesmo lado. Temo que, enquanto país, não estejamos a fazer o que deva ser feito.
Boas férias!
José Policarpo (crónica na radio diana)