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Channel: A Cinco Tons
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Diz-me com quem andas…

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O resultado das eleições gerais em Espanha deste domingo, não veio por fim às dificuldades existentes para a constituição de um governo com o apoio maioritário no parlamento.
O partido popular embora tenha ganho e reforçado o resultado face às eleições de Dezembro de 2015, continuará a necessitar do apoio do partido socialista operário espanhol, para formar governo. Deste modo, podemos afirmar, que, neste particular, as coisas pouco ou nada mudaram do ponto de vista formal.
Porém, a situação politica em Espanha mudou consideravelmente com o reforço do número de deputados obtido pelo Partido Popular, mais catorze do que aqueles que teve em Dezembro último. E, por isso, do meu ponto de vista, este facto contribui para alterar o panorama político em Espanha. Por outro lado, o resultado obtido pelo podemos e a esquerda unida, que, juntos mantiveram o resultado tido em Dezembro, também, coloca o partido popular numa posição mais favorável nas negociações para a formação do futuro governo espanhol
Assim, pela leitura que faço das declarações do líder do PSOE proferidas no rescaldo do acto eleitoral afirmando que o reforço politico do PP deveu-se à forma inadequada e populista como o líder do podemos terá conduzido as negociações para a formação de um governo com base nos resultados das últimas eleições. Estou, com efeito, em crer que o podemos ficará totalmente de fora de qualquer entendimento para uma solução de governo. O sectarismo e o populismo são, portanto, os grandes derrotados nestas eleições. Não há outra leitura, pelo menos séria, a fazer.
Neste contexto, há outra leitura que é possível fazer. O eleitorado espanhol derrotou o populismo demonstrando uma grande maturidade política. Se quisermos fazer um paralelismo com a realidade politica portuguesa, impõe-se fazer a seguinte pergunta: Sendo o bloco de esquerda muito próximo do podemos e apoiante da solução governativa portuguesa, quanto tempo demorará o partido socialista a perceber que não está bem acompanhado? A última convenção do bloco de esquerda, no passado fim-de-semana, demonstrou à saciedade que não quer o Euro, que não quer a união europeia. Por isto tudo, duvido, até, que, saiba o que pretende, para o nosso país.

José Policarpo (crónica na radio diana)

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