Gostaria hoje de vos falar sobre um negócio vergonhoso que está a decorrer em Estremoz. A Câmara Municipal de Estremoz decidiu alienar um Monumento Nacional – a Antiga Casa do Alcaide Mor do Castelo de Estremoz – através de venda em hasta pública.
Infelizmente, este edifício, de elevado valor cultural, histórico e arquitectónico, está num estado lastimável, por falta de intervenções de recuperação que já deveriam ter sido efectuadas por este município.
Em vez de procurar defender este Monumento Nacional, a Câmara Municipal de Estremoz decidiu vendê-lo. A arrematante, a Iris Holding Group, Realizou um pagamento inicial de €29.700, correspondente a 10% do valor total, com um cheque sem provisão, facto relevado pela Câmara que concedeu um novo prazo para que o cheque tivesse provimento. No entanto, apesar de não ter sido respeitado o novo prazo por parte do arrematante, a CM Estremoz não anulou a venda, que se mantém efetiva.
Tudo isto já seria chocante, mas esta é uma empresa de fachada, com sede numa caixa postal de paraíso fiscal e sucursal em Estremoz, num prédio devoluto! Ou seja, estamos perante a venda de um Monumento Nacional a uma empresa cuja actividade nada se sabe, cuja sucursal em Estremoz é uma farsa e que efectuou um pagamento com um cheque sem provisão.
Parece que estes factos não chegam ao Município para anular o negócio. Felizmente, e confrontado com a estranheza do negócio, o Bloco de Esquerda questionou o Ministro da Cultura, sobre o entendimento do Governo relativamente à venda de um Monumento Nacional, sobre a forma como avalia as circunstâncias da realização do negócio e se pretende interceder, junto da Câmara Municipal de Estremoz, no sentido da sua anulação.
Espero que este negócio seja rapidamente anulado e que este Monumento se possa manter sob o domínio público, havendo uma recuperação do mesmo.
Até para a semana!
Bruno Martins (crónica na rádio diana)