Já há algum (bastante!) tempo que dois dos arcos junto à Praça do Giraldo, em Évora, apresentam este aspecto, escorados, tal o seu estado de degradação. Pouco tempo após este executivo ter ganho as eleições autárquicas, há pouco mais de dois anos, numa acção mediática a que compareceu a quase totalidade do elenco camarário foi anunciada a limpeza e renovação das arcadas. Durante algum tempo viram-se por ali alguns trabalhadores da Câmara, mas depressa foram deslocados para outros serviços mais prementes. E as arcadas ficaram como sempre estiveram, nestes últimos anos - a precisarem desesperadamente de uma intervenção de fundo e não de "lavagens de cara" simbólicas.
Em Março deste ano a Câmara - numa sessão que decorreu no próprio gabinete do Presidente - assinou um protocolo com a Direcção Regional de Cultura e a óptica Havaneza para recuperação das arcadas frente a esta loja carismática da cidade. Segundo a notícia que a CME divulgou na altura "A assinatura deste protocolo de cooperação,(...) reveste-se de uma extrema importância uma vez que é necessária uma intervenção urgente de consolidação do referido pilar e respetivos arcos da fachada principal de modo a garantir-se a sua estabilidade e funcionalidade."Passou quase um ano, passaram as celebrações do 29º aniversário do Centro Histórico de Évora como Património da Humanidade e os andaimes lá continuam a escorar as arcadas, quase transformados eles próprios em arte urbana - e a testemunharem o esquecimento a que o Centro Histórico de Évora tem sido votado nestes últimos - muitos - anos. Um esquecimento e um abandono que teimam em persistir.