Bem sabemos que certas questões nunca estarão definitivamente resolvidas. Nem resolver um problema local garante que ao lado não se apresente imediatamente outro: o sistema é gerador duma pressão constante, poderosa, no sentido da devastação e por isso a vigilância cidadã tem que o ser também. Depois da Boa Fé (que não está resolvida, apenas em banho-maria enquanto a cotação do ouro não explodir de novo) eis que anunciam prospecção de petróleo em áreas marítimas de grande profundidade, AO LARGO DA COSTA ALENTEJANA. A catástrofe da BP no Golfo do México não bastou. O mesmo cálculo que levou a furar ali, propulsa projectos destes por aqui. O que se ganha e sobretudo quem ganha? O que se perde e sobretudo quem perde? Temo que a retórica do "emprego", da "factura energética" a curto prazo convença os portugueses que é "desenvolvimento" e portanto é bom, que cria emprego, etc. etc. E assim nos afundam num beco sem saída, cada vez mais absurdo, enquanto os recursos podiam ser investidos na transição energética, e melhor, ecológica. Tenho dificuldade em resistir a um certo desânimo!
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