Faz hoje precisamente 20 anos que um grupo de jornalistas juntou várias dezenas de convidados numa adega da Vidigueira para lhes apresentar um novo projecto editorial, abrangendo todo o Alentejo, que durou vários anos e que se consubstanciou numa revista e num jornal semanário.
O projecto tinha começado a delinear-se na Primavera anterior e juntou 15 jornalistas ou pessoas ligadas à comunicação social de todo o Alentejo: António Carrapato, António José Brito, António Pedro, Carlos Júlio, Carlos Neves, Conceição Rego, Dores Correia, José Frota, José Luís Jones, José Manuel Rodrigues, Luís Rego, Paulo Barriga, Paulo Nobre, Pedro Ferro e Raúl Oliveira. A este grupo, embora não fossem sócios da empresa (que fomos obrigados a constituir para efeitos legais), estiveram sempre ligados vários profissionais, desde o início, como o António Cunha, o Paulo Nuno Silva, o Raúl Ladeiras e vários outros, espalhados por toda a região.
A primeira revista, que começou a ser distribuída nesse dia pelos postos de venda, tinha 66 páginas e um dossier principal onde se analisava nas suas diversas vertentes (económica, social, demográfica, patrimonial, etc.) o Estado do Alentejo. A entrevista central era com Carmelo Aires que, na altura, presidia à CCRA, mas artigos sobre Luís Afonso, Manuel Dias, Florbela Espanca, os Vinhos do Alentejo,as Grutas de Alvito, a Serra de São Mamede e o Teatro de Portalegre marcavam também este primeiro número da Imenso Sul, que contava com duas crónicas deliciosas. Uma do Fernando Alves e outra do Pedro Ferro.
Foi um projecto bonito este, que começou por ter sede na Vidigueira, depois em Beja e, por último, em Évora, com uma revista e com um jornal semanário que marcaram informativamente a região, mas que, no início da década de 2000, soçobrou - como muitos outros - face às dificuldades económicas que se acentuaram na sociedade portuguesa com o fim do guterrismo.