Contrastam ao meu olhar , desde que me lembro de mirar o que me rodeia, dois tipos de pessoas.
Por um lado, aqueles que têm a genuína capacidade de se maravilharem com os outros, de lhes beberem o sorriso, verem como se fosse sua uma obra apresentada, escutarem palavras ditas, ou descobrirem no outro sinais de ser.
Por outro lado, os que se posicionam face aos demais como se fossem peças desnecessárias ao seu puzle. Podem admitir, aqui e ali excepções para o caso de familiares ou membros mais próximos da sua tribo. Estes últimos são bons a desvalorizar e principalmente a banalizar.
Os primeiros, - entre os quais incluo José Luís Peixoto- orgulham-se das raízes, são capazes de aplaudir não só uma suprema maravilha, como também o dizer de um vizinho, um silêncio ou uma brisa.
Os últimos são muitos e sinto-os como elitistas. Nunca como gente culta. Mas os primeiros são ainda mais, e são o outro no qual me desejo reconhecer. Com eles hei-de crescer.
Foi por isto que a Luta de classes de José Luís Peixoto me agradou tanto. Deixo-o aqui para quem ainda não leu... e façam-se o favor de não ter medo.